ISABELAQuando aceitei ir trocar duas palavras com Henrique, não esperava parar dentro de uma despensa, cheia de produtos de limpeza, tão apertada que ao menor movimento de um de nós dois, acabava tocando o outro. A voz na minha cabeça gritava que era muito errado estar ali com ele.— Henrique, eu não acho que é certo... — Minha voz não era nada mais do que um sussurro.Antes que pudesse terminar de falar, senti os lábios dele tocarem os meus. Um beijo casto. O toque de nossos lábios foi rápido e ao mesmo tempo cheio de intensidade. Fui transportada para quando éramos apenas dois adolescentes, apaixonados e com hormônios à flor da pele. Enquanto eu ainda tentava assimilar o que tinha acabado de acontecer entre a gente, Henrique começou a falar:— Desculpa, eu...— Você ficou doido, Henrique? — Tentei soar irritada, mas minha voz saiu quase que esganiçada.— Eu queria ter feito isso há muito tempo.Não pude negar que as palavras dele me atingiram e, de alguma forma, os muros que constr
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