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230. A ESTRANHA NO ESCRITÓRIO
Ariel explica a condição em que se encontra a senhora Gisela. O jovem guarda silêncio por um tempo. Depois, pede um favor, ao perceber que ele era amigo do médico que o atendia, mas que seria um segredo entre eles.—Estou em dívida com você —diz Ariel imediatamente—. Peça o favor que quiser e eu farei, posso garantir.—Aproximar-se, não quero que mais ninguém ouça —pede Gerardo com seriedade.Ariel se aproxima e Gerardo lhe diz algo ao ouvido. Ele se levanta e o olha incrédulo, para depois assentir. A voz de Camelia, que chega correndo e o abraça cheia de felicidade, faz com que ele preste atenção.—Encontraram um doador, Ariel! Já levaram minha avó para a sala de operações; ela vai ficar bem! —diz Camelia, transbordando de alegria, sem perceber o que está ao seu redor.Ele retribui o abr
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231. A NOTÍCIA IMPOSSÍVEL
 A estranha mulher o observa por um momento enquanto acena repetidamente com a cabeça. Seus olhos brilham, cheios de ódio, ao ouvir o nome de Mailén.—Sim, aquela diabla que tive a infelicidade de conhecer! —exclama, olhando para Marlon como se estivesse decidindo algo. Em seguida, começa a procurar nervosamente em sua bolsa—. Tudo bem, se você não pode me garantir nada, eu entendo. Que seja o que Deus quiser; eu mereço por ter me deixado enganar. Pegue esses papéis para ver que não estou mentindo, é minha identidade.Marlon não entende aonde ela quer chegar, pega a identidade que ela lhe entrega com a mão trêmula. Analisa, vendo que a foto é de uma bela garota que dista muito da mulher que está à sua frente; só descobre a semelhança entre ela e a foto em seus grandes olhos. Parece que muitos anos se passaram, arrancando sua juv
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232. UMA VERDADE DIFÍCIL DE ACREDITAR
Marlon deixa-se cair pesadamente na poltrona em frente a Maria Graciela, estudando cada detalhe de seu rosto marcado pelo tempo. A mulher parece encolher-se sob seu escrutínio, mas há algo em seus olhos, uma mistura de medo e esperança, que o desconcerta. O silêncio entre ambos torna-se espesso, quase tangível.—Senhora Maria Graciela —fala ele, controlando a voz por medo de explodir diante do que considera uma cruel mentira; talvez se trate do filho de Ariel e ela o confundiu—, explique-me tudo com calma para ver se entendo isso que acabou de me dizer. De que filhos meus está falando? Não me disse que vinha falar do meu irmão Ariel?—É disso que se trata, senhor —responde ela com mais firmeza—. A senhora Mailén me contratou para ajudá-la a ter o filho de Ariel; ela apareceu com seus espermatozoides, mas já não eram viáveis e então...<
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233. NÃO POSSO TER FILHOS
Maria Graciela baixa o olhar para seu vestido esfarrapado, tentando alisá-lo com as mãos trêmulas. Suas bochechas se tingem de um vermelho intenso enquanto confessa:—Hoje eu me infiltrei no estacionamento, que alguém havia deixado aberto e era de manhã. Peguei um elevador que me trouxe direto para este andar. —Faz uma pausa enquanto seus olhos se enchem de lágrimas novamente—. Desculpe, senhor Marlon, não consegui sair muito, moro longe e não tenho quem cuide das crianças, nem dinheiro. Como pode ver, sofri um acidente tentando escapar no dia em que minha mãe morreu e não posso dirigir; minha perna ficou inutilizada.Ela aponta com a mão deslizando-a em direção à sua perna machucada. Cada palavra cai como uma pedra no silêncio do escritório, tornando a realidade de sua situação cada vez mais dolorosamente tangível. Mar
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234. NÃO ME PODIA DEIXAR ENGANAR
O arrependimento atinge Marlon como uma onda gelada. Ele deveria ter ouvido Marcia, deveria ter buscado uma segunda opinião. Nem mesmo permitiu que seu amigo Félix o verificasse. Como pôde ser tão teimoso a ponto de ficar com uma única opinião? A culpa o corrói por dentro como ácido, embora a dúvida não tenha se dissipado.—Esses resultados eram falsos, senhor —afirma Maria Graciela com uma convicção que faz tremer as certezas de Marlon—. Tenho certeza de que eram, porque você fecundou oito óvulos de sua esposa. Eu juro! —Asegura com uma urgência desesperada—. Estive presente durante todo o processo; eu ajudava no laboratório, e eu sei. Além disso, se você não me acredita, pode fazer os testes de paternidade nas crianças.Cada palavra era como um martelo batendo nos alicerces de tudo o que Marlon acreditava sa
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235. A DESCRENÇA DE MARLON
Maria Graciela estremeceu visivelmente ao relembrar a massacre na clínica. Contou como havia convencido as outras mulheres a manterem suas gestações, prometendo-lhes o pagamento acordado. Sua posição como funcionária do doutor lhe conferiu a credibilidade necessária.—Durante toda a gravidez, nos encontrávamos na consulta do ginecologista e eu lhes fornecia dinheiro para subsistir —continuou—. Elas se hospedavam na casa de uma amiga da minha mãe.—E por que não me avisou? —perguntou Marlon, cada vez mais convencido de que algo não estava bem com essa história.—Já lhe expliquei que os capangas dela não me deixavam nem respirar —respondeu com veemência—. Um se passava por meu marido, entrava comigo em cada consulta e, com a ameaça de matar minha mãe doente... não me atrevi a buscar ajuda. Perdoe-me,
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236. DETERMINADO A REVELAR A VERDADE
Marlon disse não ao detetive e, em silêncio, levou suco e bolos que ela devorou rapidamente. Ao terminar, levantou-se mancando e se dirigiu à saída, seguida pelo detetive. Marlon os seguiu, com um turbilhão de emoções contraditórias em sua mente. Considerou ligar para sua esposa, mas decidiu primeiro confirmar a verdade daquela história incrível.—Senhor Marlon —interveio o detetive Rubén ao lado do carro—, podemos adiar nosso assunto para amanhã se isso for tão urgente. Embora eu presinta que não será necessário.—Desculpe, eu havia esquecido completamente —respondeu Marlon, que efetivamente havia perdido de vista tudo o mais—. Sim, é melhor deixarmos para amanhã. Isso não pode esperar.Subiram no luxuoso veículo, que destoava completamente do ambiente para o qual estavam indo. Maria Graciela fo
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237. DECISÃO TOMADA, SÃO MEUS
Marlon suspirou enquanto tirava o paletó. Agora, o prioritário era levar a pequena ao hospital. Naquele momento, a menina precisava dele; o resto poderia esperar.—É uma longa história, Oliver —e, tirando a carteira, estendeu um cartão ao amigo—. Você poderia ir comprar algumas roupas para eles?—Aqui não há lojas próximas —respondeu Oliver, observando com preocupação a pequena—. Melhor envolvê-la no seu paletó e vamos embora já. A menina realmente parece muito mal —embora não entendesse nada do que estava acontecendo, era evidente que a situação da pequena era crítica.Marlon se aproximou com passos cautelosos de onde Maria Graciela segurava a pequena. Ao vê-la mais de perto, confirmou o que a mulher lhe dissera: era uma versão em miniatura de Marcia, embora notavelmente mais magra e p&aacut
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238. GRANDES INCERTEZAS
Ariel abraçou sua esposa com força, sentindo como ela tremia em seus braços. Camelia realmente estava muito assustada com a possibilidade de algo dar errado com sua avó ou de que alguém pudesse fazer algo ao seu marido. Então, ela se sentou entre as duas mulheres, garantindo que não se moveria de lá. Não iria deixá-las sozinhas novamente.—Ariel, você sabe algo sobre seu irmão Marlon? —perguntou sua cunhada Marcia, com a preocupação refletida em seu rosto—. Ele já deveria estar aqui; eu o deixei na empresa com uma mulher estranha que disse ter algo a dizer a ele sobre você.—Sobre mim? —perguntou Ariel, sem entender.—Sim, mas como ele estava demorando tanto e Sofia estava me apressando, eu vim primeiro. Mas já se passaram três horas e ele não aparece —explicou Marcia, mostrando o aparelho em sua m&
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239. EMERGÊNCIAS HOSPITALARES
Camilo a pegou nos braços e correu com ela em direção ao helicóptero, seguido por Clavel. Eles se dirigiram ao hospital, onde ela foi internada de urgência na unidade de terapia intensiva; ela teve um pré-infarto.—Papai, eu sei que você deseja que meu irmão seja aquele garoto que mencionaram, mas eu tenho certeza de que é Camelia —insiste Clavel, sem entender por que sente que é ela—. Por favor, você pode, ao menos, deixar que eu me torne amiga dela e trazê-la para que mamãe a veja? Olhe para esta foto e me diga se não é sua filha; até a pinta que você tem, como eu, ela tem. Que mais provas você precisa?—Espere apenas uma hora, Clavel. Enviei os homens atrás daquele garoto. Talvez ele saiba a verdade —fala visivelmente cansado—. Agora Lirio está dormindo; graças a Deus que você estava ao lad
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