A estranha mulher o observa por um momento enquanto acena repetidamente com a cabeça. Seus olhos brilham, cheios de ódio, ao ouvir o nome de Mailén.
—Sim, aquela diabla que tive a infelicidade de conhecer! —exclama, olhando para Marlon como se estivesse decidindo algo. Em seguida, começa a procurar nervosamente em sua bolsa—. Tudo bem, se você não pode me garantir nada, eu entendo. Que seja o que Deus quiser; eu mereço por ter me deixado enganar. Pegue esses papéis para ver que não estou mentindo, é minha identidade.Marlon não entende aonde ela quer chegar, pega a identidade que ela lhe entrega com a mão trêmula. Analisa, vendo que a foto é de uma bela garota que dista muito da mulher que está à sua frente; só descobre a semelhança entre ela e a foto em seus grandes olhos. Parece que muitos anos se passaram, arrancando sua juvMarlon deixa-se cair pesadamente na poltrona em frente a Maria Graciela, estudando cada detalhe de seu rosto marcado pelo tempo. A mulher parece encolher-se sob seu escrutínio, mas há algo em seus olhos, uma mistura de medo e esperança, que o desconcerta. O silêncio entre ambos torna-se espesso, quase tangível.—Senhora Maria Graciela —fala ele, controlando a voz por medo de explodir diante do que considera uma cruel mentira; talvez se trate do filho de Ariel e ela o confundiu—, explique-me tudo com calma para ver se entendo isso que acabou de me dizer. De que filhos meus está falando? Não me disse que vinha falar do meu irmão Ariel?—É disso que se trata, senhor —responde ela com mais firmeza—. A senhora Mailén me contratou para ajudá-la a ter o filho de Ariel; ela apareceu com seus espermatozoides, mas já não eram viáveis e então...<
Maria Graciela baixa o olhar para seu vestido esfarrapado, tentando alisá-lo com as mãos trêmulas. Suas bochechas se tingem de um vermelho intenso enquanto confessa:—Hoje eu me infiltrei no estacionamento, que alguém havia deixado aberto e era de manhã. Peguei um elevador que me trouxe direto para este andar. —Faz uma pausa enquanto seus olhos se enchem de lágrimas novamente—. Desculpe, senhor Marlon, não consegui sair muito, moro longe e não tenho quem cuide das crianças, nem dinheiro. Como pode ver, sofri um acidente tentando escapar no dia em que minha mãe morreu e não posso dirigir; minha perna ficou inutilizada.Ela aponta com a mão deslizando-a em direção à sua perna machucada. Cada palavra cai como uma pedra no silêncio do escritório, tornando a realidade de sua situação cada vez mais dolorosamente tangível. Mar
O arrependimento atinge Marlon como uma onda gelada. Ele deveria ter ouvido Marcia, deveria ter buscado uma segunda opinião. Nem mesmo permitiu que seu amigo Félix o verificasse. Como pôde ser tão teimoso a ponto de ficar com uma única opinião? A culpa o corrói por dentro como ácido, embora a dúvida não tenha se dissipado.—Esses resultados eram falsos, senhor —afirma Maria Graciela com uma convicção que faz tremer as certezas de Marlon—. Tenho certeza de que eram, porque você fecundou oito óvulos de sua esposa. Eu juro! —Asegura com uma urgência desesperada—. Estive presente durante todo o processo; eu ajudava no laboratório, e eu sei. Além disso, se você não me acredita, pode fazer os testes de paternidade nas crianças.Cada palavra era como um martelo batendo nos alicerces de tudo o que Marlon acreditava sa
A noite havia caído sobre a cidade com uma tranquilidade enganosa, envolvendo as ruas num manto de sombras e sussurros. Na penumbra do seu escritório, Ariel Rhys mergulhava no silêncio, esse companheiro fiel das horas extras. Papéis se empilhavam como testemunhas mudas do dia que se recusava a terminar, enquanto a luz tênue do candeeiro de mesa brincava com os limites da sua paciência.Foi então que a serenidade da noite se quebrou com uma batida suave na porta. Ariel, ainda imerso em seus pensamentos, convidou o visitante noturno a entrar, esperando encontrar o rosto familiar do segurança. Mas o que seus olhos viram não era nada do que sua mente havia antecipado.Dias depois, no conforto de um clube onde os sábados ganhavam vida entre anedotas e risos, Ariel estava a partilhar a mesa com os seus amigos: o advogado Oliver e o médico Félix. A incredulidade ainda pintava seu rosto quando tentava ordenar suas palavras para narrar o evento que havia perturbado sua realidade.—Rapazes, vo
Camélia parecia um feixe de nervos, sua postura revelava um desconforto palpável enquanto se contorcia na cadeira, como se cada fibra do seu ser quisesse escapar da situação em que se encontrava. O rubor em seu rosto não era apenas indicativo de vergonha, mas também de uma luta interna que parecia consumi-la. Seus olhos, que antes brilhavam com a escuridão da noite, agora estavam velados pela dúvida e humilhação, e desviavam-se constantemente, incapazes de sustentar meu olhar.—Ela trabalha na empresa, no armazém. E deve ter uns vinte e poucos anos, não sei, não sabia da existência dela até aquela noite. Já lhes digo, se a vi antes foi muito pouco e não reparei nela ou guardei sua imagem —respondeu Ariel com um tom que descrevia que o aparecimento da mulher era muito surpreendente àquela hora em seu escritório.—Está bem, o que ela queria? —Oliver não pôde conter sua impaciência.—Vou contar-lhes exatamente a conversa —Ariel fez uma pausa dramática antes de continuar.—Está bem —disse
Eu tinha ficado observando-a sem compreender o que me pedia. Sério, minha mente estava naquele momento buscando possíveis fatos que tivessem acontecido com minha funcionária na minha empresa e que eu teria que resolver àquela hora da noite.—Por favor, senhorita Camélia, pode finalmente me dizer o que aconteceu para ver se posso ajudá-la? —perguntei um pouco exasperado.—Pois é, senhor, nos chocolates havia esta droga, sabe, esta droga..., esta droga... —gaguejava como se temesse ou se envergonhasse de dizer.—Que droga? —perguntei para incitá-la a falar, agora verdadeiramente intrigado.—Pois esta que faz você cometer loucuras, que..., que faz você querer fazer com qualquer um, sabe, aquele ato..., aquele..., sabe..., entre um homem e uma mulher... —tentava me explicar toda ruborizada e baixava o olhar enquanto gaguejava diante de mim, que não podia acreditar no que me dizia— e eles riam de mim, diziam que eu iria correndo suplicar a eles que me fizessem o "favor", mas antes me mato,
Não pensei mais, peguei-a nos meus braços, coloquei-a no carro, ela me indicou onde era sua casa e para lá fomos. Não vou contar os detalhes, mas para começar ela era virgem. Tem um corpo de tirar o fôlego, que descobri depois que ela tirou toda a roupa. Quando soltou o cabelo ao tomar banho para ficar limpa para mim, e sem os óculos, o patinho feio se transformou em cisne!—Não estou mentindo, não estava bêbado nem nada —assegurou Ariel com firmeza—. A garota insignificante que trabalha escondida de todos como assistente no almoxarifado é uma preciosidade sem roupas.—Sério? —perguntaram ambos espantados.—Sim, Camélia é uma linda mulher ao natural —afirmou.—Então, você fez o "favor" a ela ou não? —quis saber Félix.—Fiz, a noite toda —disse muito sério—. Estreei-a em tudo, ela não sabia nada, nunca tinha tido relações, me contou que teve um quase namorado, mas que não chegou a nada.Ambos os amigos ficaram olhando para Ariel com incredulidade e um toque de inveja saudável. Trocaram
Félix e Oliver trocaram um olhar. Sabiam que seu amigo estava à beira de algo profundo, algo que poderia mudá-lo para sempre. E embora parte deles quisesse adverti-lo do perigo, outra parte desejava vê-lo dar o salto, talvez porque também ansiassem acreditar na possibilidade de um amor tão poderoso quanto imprevisível que o ajudasse. Por isso, satisfeito com a resposta de Ariel à sua pergunta, Oliver continuou:—Então escute, isto é o que você vai fazer... —disse enquanto se inclinava para frente e expunha sua ideia.Enquanto isso, no dia seguinte ao Dia dos Namorados, Camélia abriu os olhos, sentindo uma mão em seu estômago que a fez virar a cabeça para ver, bem ali, colado ao seu rosto, seu chefe! Teve que cobrir a boca para não soltar um grito. O que seu chefe fazia em sua cama? E não só isso, estava completamente nu! Sem poder evitar, ela o examinou, Ariel Rhys era realmente lindo.Em seu corpo, podia-se delimitar cada músculo existente muito bem trabalhado, as costas eram firmes