Pietro Castellane: O silêncio dentro do carro é quase palpável. Fernanda está sentada ao meu lado, os dedos entrelaçados apertando-se com tanta força que as pontas dos dedos dela estão brancas. Ela está nervosa, e eu não posso culpá-la. Depois da noite que tivemos — ou melhor, da noite que ela não se lembra — é natural que ela esteja se sentindo desconfortável. E o pior, é que eu acho que ela fica uma gracinha quando está assim. Em uma rápida olhada pelo espelho retrovisor, a vejo mordendo o lábio rosado, sua perna b**e levemente. Ansiosa, com certeza ela está doida para que cheguemos logo na faculdade. — Como vai indo a sua faculdade? — Pergunto, quebrando o silêncio. Olho para ela rapidamente pelo canto do olho, observando seu perfil por apenas um segundo, antes de voltar a atenção para a estrada. Ela se sobressalta levemente com a pergunta, como se não esperasse que eu falasse com ela. — Be-bem — ela responde, a voz trêmula. — Vai indo bem — Bom — eu digo, tentando manter o t
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