AntônioEu não sei o que fazer. Me sinto como aquela criança que ficou para trás, aquele menino machucado, tão impotente quanto naquela época.Essa mulher em meus braços é inocente. Eu nunca na minha vida machuquei um inocente, sequer imaginei que um dia o faria. Sinto que minha cabeça vai explodir. Tenho vontade de explodir com um tiro. Só assim abafaria seus gritos de dor tão fortes ao ponto de escapar da mordaça.Eu marquei essa mulher, não só fisicamente. Eu lhe mostrei o medo, a impotência, assim como fizeram comigo, assim como Jessica fez com aquelas crianças.Não importa se são fisicamente iguais, não importa se não tinha como saber. Eu devia saber. Devia ter entendido os sinais do meu corpo tão incomodado com o que fazia.A levei para o meu quarto. Não havia ninguém na casa. Dispensei todos. A coloquei na minha cama.Ela acordou. Mas não dizia coisa com coisa. Falava algo sobre morte e caos, ração e caos. Deve estar delirando.Preciso fazer alguma coisa. Preciso chamar um médi
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