Olívia se reclinou no sofá da luxuosa cobertura que se tornara sua prisão. A vista do Central Park, que em outros momentos a encantou, agora parecia um reflexo distorcido de sua realidade: um manicômio de árvores verdes e regras invisíveis. Hórus a deixara ali por três dias, um silêncio ensurdecedor preenchendo os espaços entre os momentos. A angústia se estendia como um cobertor gélido, e Olívia sentia o peso do desprezo e do nojo impregnados nas palavras que ele proferiu.“Três dias”, ela repetia em sua mente, tentando encontrar uma saída, uma maneira de se livrar do compromisso que a aprisionava e feria.Aqueles instantes de espera a faziam se sentir suja, como se o desprezo de Hórus a acompanhasse como uma sombra, fazendo-a questionar sua própria dignidade. O rosto dele, com suas feições cruas e a voz cortante, tornara-se um eco constante em sua mente, um lembrete pungente de que sua presença era imoral e imunda.Ligou para Celine, Anúbis e até para Mohamed, mas nenhum deles ate
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