O domingo se arrastava em um ritmo lento e quase entediante no Mercy Hospital. O som dos passos ecoava pelos corredores praticamente vazios, e o silêncio reinava nas áreas de descanso. A atmosfera ali era completamente diferente do que eu estava acostumada no São Lucas, onde o caos geralmente se instalava nos finais de semana. Aqui, tudo parecia calmo demais, quase surreal para um hospital. Por um lado, era um alívio não ter que lidar com a pressão constante de casos críticos, mas, por outro, essa calmaria me deixava com tempo demais para pensar.E pensar era a última coisa que eu queria fazer.Estava na sala de descanso, olhando para a janela que dava para o estacionamento vazio, e não conseguia evitar as comparações. No São Lucas, certamente haveria uma fila de ambulâncias, enfermeiros correndo para lá e para cá, e eu estaria completamente imersa em algum procedimento complicado, sem tempo para respirar, quem dirá para pensar. Aqui, no entanto, o tédio parecia se infiltrar nas pared
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