Dei um leve chute no braço de Bruno, que escorregou mole para o chão como se não tivesse ossos. Ele estava com febre, a testa tão quente que me assustou. Bati no rosto dele com força, tentando despertá-lo. Seus olhos se abriram, cheios de uma ferocidade escura, mas, ao perceber que era eu, seu olhar suavizou, e ele me fitou como se estivesse em um sonho.Eu estava prestes a falar, mas ele me abraçou de repente, murmurando:— Se o tempo pudesse parar para sempre neste momento, seria perfeito.Houve uma época, em nossa breve intimidade, em que eu também tinha esse tipo de fantasia irreal. Naquela época, eu tinha uma família que me amava, uma mãe que me adorava e o homem que eu amava. Mas agora, eu não tinha mais nada disso.— Bruno, você é muito egoísta.Inclinei levemente a cabeça, e minha voz suave se aninhou em seu ouvido, penetrando fundo.O corpo febril de Bruno pareceu esfriar um pouco, e ele lentamente me soltou.— Ana, não queria te incomodar!Levantei-me, respirando fundo.— Se
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