Os lábios de Gisele tremiam, e seus punhos, já fechados, se apertaram ainda mais. Eu não tinha a menor dúvida de que, se não houvesse ninguém mais por perto, o soco dela já teria acertado meu corpo.Gisele ficou sozinha atrás de mim por um longo tempo, em silêncio. Eu não sabia o que ela estava pensando, mas dava para ver pelo seu estado que, finalmente, tinha se acalmado. Ela se sentou diante da penteadeira ao meu lado, e nossos olhares se encontraram no espelho. Seus olhos distorcidos pareciam afiados como uma faca, prestes a rasgar a máscara que ela normalmente usava.— Ana, embora eu vá para o exterior, não vai demorar muito para voltar. Você acha que papai vai aguentar muito mais tempo? No fim, quem vai mandar nessa casa será meu irmão, e ele vai me trazer de volta. Nós duas ainda teremos muitos dias juntas, só de pensar nisso, já fico feliz! — Ela apoiou o rosto em uma das mãos, virando-se para mim com um sorriso no canto dos lábios, voltando a exibir sua habitual inocência. Su
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