Maria MartinsEstava na cozinha, mexendo na panela, quando senti que não aguentava mais. As lágrimas começavam a cair, misturando-se ao vapor que subia. A vida tinha sido dura comigo, mas nada se comparava ao tormento de estar casada com Carlos Emanuel. A cada tapa, a cada insulto, meu coração se despedaçava um pouco mais. Estava cansada, exausta de apanhar e de viver com medo.— Por que eu ainda estou aqui? — murmurei para mim mesma, tentando controlar o choro. — Por que continuo suportando isso?Enquanto mexia o café, ouvi os homens rindo na sala, a voz grossa de Carlos se destacando. Eu queria fugir, deixar tudo para trás, mas não podia. Não podia abandonar minha filha, Rosamaria, e deixar ela nas mãos dele. Com esse pensamento, enxuguei as lágrimas e peguei a bandeja com o café.Caminhei até a sala e entreguei as xícaras aos homens, evitando o olhar de Carlos. Ele fez um gesto brusco com a mão, me mandando sair dali.Voltei para a cozinha com o coração pesado, a bandeja tremendo n
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