Minas Gerais, 2010Sophia MartinsEu tinha apenas oito anos, vivendo em Minas Gerais com minha mãe, num pequeno vilarejo onde todos se conheciam. Minha mãe, Maria da Glória, era uma mulher batalhadora, sempre fazendo o possível para que não nos faltasse nada. Ela trabalhava como costureira e, às vezes, como faxineira em casas de família. Mesmo com toda a dificuldade, ela nunca perdia o sorriso.Naquele ano, algo diferente começou a acontecer. Minha mãe estava mais animada do que de costume. Eu não entendia muito bem o porquê, mas logo descobri. Um dia, ela chegou em casa com um brilho nos olhos e um sorriso que eu nunca tinha visto antes.— Sophia, minha querida, venha cá. — Disse ela, me chamando para a sala.Eu estava no quintal, brincando com minha boneca de pano, mas corri para ver o que minha mãe queria. Quando entrei, vi um homem sentado no sofá. Ele era alto, magro, com cabelos pretos e olhos que não paravam quietos. Ele me olhou e sorriu, mas havia algo naquele sorriso que me
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