De cabeça baixa, fitava o lençol branco, a textura macia contrastando com a aspereza da minha angústia. Um filme passava na minha cabeça, cada cena, cada palavra, ecoando naquela pequena e abafada realidade. Eu sentia o peso do olhar de Jeremy sobre mim, inquisidor, mas também carregado de uma compreensão silenciosa que me dava um fio de esperança em meio ao turbilhão de emoções. Engoli em seco, a garganta seca como deserto. "Eu... eu...", gaguejei, a voz falha, quase inaudível.Jeremy respondeu com a voz suave, um bálsamo em meio à tempestade: __"Pode confiar em mim, amor." Aquela palavra, "amor", ainda me soava estranha, quase um luxo inatingível depois de tudo o que eu havia passado.__"Não tive uma boa experiência, Jeremy...", sussurrei, as palavras escapando como fumaça.__"Estou te ouvindo...", ele disse, sua voz firme, me dando a força que eu não sabia que precisava.E então comecei a contar. Comecei pela minha infância no interior, a vida simples e pacata que fora interro
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