Cheguei a meia hora atrás e desde então estou deitada no escuro. Meu pai entrou e saiu do mercado sem falar comigo, o chefe até tentou fazer com que ele me olhasse, porém, em vão. Passou por mim como se fosse qualquer uma ali. Já chorei, mas agora estou apenas deitada, abraçada com meu travesseiro enquanto encaro a janela fechada. Ouço a porta abrindo, mas não me mexo.— Por que está aqui? Você está bem? — reconheço a voz de Daniel.— Me deixa sozinha, por favor — ele acende a luz e fecho meus olhos.— Não posso fazer isso — diz, já sentado na cama. Ele me puxa pelo braço fazendo com que me sente — Conversa comigo, Analu. Por favor! — sua fala tem um tom de urgência e preocupação, mas não confio se posso falar sem chorar — Estou aqui pra isso, véi. Pode contar comigo. Espera, estava chorando? — sinto sua mão delicadamente em meu rosto, meus olhos se fecham com o toque.—Já sentiu a mesma dor várias vezes e pensou "Isso não vai me afetar mais. Estou forte", mas então você é pego de sur
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