— Tem certeza? — Manuela pergunta pela décima segunda vez. —Tenho, foi só o calor — digo, me levantando. Senti uma tontura forte, a doutora falou que isso infelizmente é normal, já que em minha barriga não tem só um, mas dois bebês. Sendo que um deles não está recebendo nutrição suficiente. Desde que descobri que um deles está menor, venho me cuidado dez vezes mais, quero que ambos nasçam fortes e saudáveis. "Eii, não seja como mamãe que só falta comer os rebocos da parede, tem que dividir com seu irmãozinho de barriga, tá bem?" Converso com o bebê comilão, mas logo paro pra pensar no quão ridícula essa cena é. — Se precisar da minha ajuda, pode chamar ok? — minha amiga me diz e assinto. Ela então volta a organizar as coisas no devido lugar, enquanto vou limpar o corredor dois. Minha barriga é bem notável e tenho agora até uma farda para grávida. Nunca pensei que usaria uma dessas, mas como nada sai como planejado, aqui estou eu. Falando nisso, devo confessar que essa noite foi pr
13 semanas (3 meses)Rolo de um lado para o outro, mas nada tira da minha mente a imagem de um sorvete de flocos com batata palha. Sim, em plena 02h40 da manhã estou desejando isso. Comecei a me sentir estranha, e a vontade não passa, posso jurar que só está aumentando. Belo dia para o senhor bonitão ir para vigília.Não me seguro, vou levantar sem nem mesmo trocar de roupa. Fico com o short e o top, pego meu celular e saio. A casa está em silêncio e até penso em falar com Danilo, mas o mesmo não está no quarto, já que a porta está aberta e tudo está um completo vazio. Parece que eu estou sozinha em casa.Vou em direção à boca de fumo. Manu me ensinou o caminho um dia desses. Está escuro e silencioso, vejo uns meninos sentados fumando e vou até eles.— Sabem onde está Daniel? — ambos me olham de cima a baixo.— Na casinha — diz o menino de boné azul — Eu levo você lá — apenas concordo e ele vai na frente — Você é a fiel do chefe? — ele pergunta.— Fiel? — vejo que ele sorri de lado.—
Mais um dia que eu acordo e, como diria minha avó: "poderia comer um cavalo sem problema algum". Vou para o banheiro fazer minha higiene e visto um short jeans com um top porquê, o dia mal começou e já está aquele calor dos infernos! Hoje é meu dia de folga e por isso acordei mais tarde, já são quase 10h da manhã.Desço e o cheiro de frango é evidente, entro na cozinha e vejo tia Glória olhando o celular enquanto a panela de pressão faz o trabalho.— Bom dia! — digo sorridente, e ela também sorri ao me ver.— Bom dia, Analu! —a senhora vem até mim — Como foi a noite? Dan me contou que você teve desejo... —parece animada, como se aquilo fosse algo divertido.— Sim, pela primeira vez e isso é estranho... — ela ri novamente — Mas ele demorou e o desejo passou. Os filhos dele vão nascer com cara de sorvete de flocos com batata palha — gargalhamos juntas.— Mas me diga... — a mulher me puxa para sentar e se acomoda na cadeira à minha frente, segurando minhas duas mãos — Como está se sentind
DanielJá anoiteceu e o baile começou, como sempre lotado, música alta junto com muitas diversões, se é que me entendem. No entanto, agora isso não faz mais sentido para mim.— Pega, ela dá dando moral! — diz Luan para Duda.— Tá louco, mané? Essa trepou com cinco truta ontem. Quero ser boca de pelo, não — meu amigo responde e acabo rindo.— Vai lá tu, Luan! Pega a nega — digo zombando.— Tô fora! — ele toma um gole da bebida em sua mão — Achei meu alvo! — aponta para uma menina negra de cabelos afro, seu short é tão curto que quando dança mostra claramente a poupa da bunda — Me desejem sorte! — diz esfregando as mãos e sai.— Aposto 50 reais que ele vai levar um fora e ela ainda vai pedir passagem pra cá, querendo você — diz Duda.— Ah não, assim não vale. Eu já ia apostar a mesma coisa. — Resmungo enquanto observando Luan descendo o morro todo animado.— Bora chefe, tenha fé no menino! — diz o rapaz, sorrindo divertidamente.— Beleza. 50 reais que ela vai aceitar trepar com ele — ap
AnaluEstou na cozinha terminando de fazer o almoço. Hoje fiz arroz, feijão, salada e cozinhei bode, já que estou com muita vontade de comer. O cheirinho toma conta da cozinha.— Que cheiro bom — diz Danilo e sorrio para ele.—Tá quase pronto — respondo e vejo ele recostando-se no balcão — Onde estava ontem? Não vi você, e olha que eu e Dan formos dormir bem tarde...— Fui resolver umas coisas, afinal, é para isso que estou aqui.— Hum... Tá com fome? — pergunto me virando com a vasilha de salada nas mãos, entrego para ele e o mesmo vai até a mesa colocando-a sobre ela.— Faminto! — ele sorri. Entrego os pratos, copos e talheres para que ele arrume tudo — Eu costumava ajudar minha mãe. Sempre gostei de arrumar por a mesa.— Sério? Por que? — pergunto curiosa.— Uma maneira de aliviar os roncos na barriga, sabendo que o almoço estaria próximo de ser servido — diz e acabo sorrindo. As vezes olho para Daniel e Danilo e percebo a familiaridade de ambos, mas não se parecem tanto com Glóri
Acho que já é a terceira vez que pergunto as horas para Danilo, eu estou morrendo de sono e meus pés doem.— Aguenta mais um pouco — diz ele baixinho e faço cara feia.— Eu estou grávida Danilo! Tem duas pessoas aqui dentro, meus pés estão doendo junto ao meu corpo todo! Eu preciso dormir! — reclamo e no final faço um biquinho sem nem perceber, isso o faz rir.— Tudo bem... — ele começa, mas é interrompido.— Mulher grávida precisa de descanso — o mesmo senhor de cabelos grisalhos reaparece, mas agora com uma mulher ao seu lado. Ela deve ter no máximo uns 45 anos. — É o que eu tô dizendo, meus pés doem muito! — reclamo novamente e vejo Danilo olhando fixamente para o senhor.— Como aguenta esse salto? Meu marido me contou da moça simpática que conheceu e que está grávida de gêmeos! — diz a mulher sorridente.— Nem eu sei, acho que não aguentarei trabalhar amanhã — digo sem graça.— Vocês se conhecem? — pergunta Danilo surpreso.— Sim — digo e o senhor sorri para mim — Ele foi ao merc
Acordei quase as 11h30 da manhã, estou parecendo uma morta viva, sem a dor de cabeça. Desço as escadas e logo ouço uma voz estranha.— Demorou, mas colei na área — a pessoa diz e ouço a risada de Emily.— Morri de saudades de ti, piranha! E eu preciso atualizar você pessoalmente, falar por WhatsApp é chato demais!— Nem me fale! Mas vai, do início! — Entro na cozinha e vejo Emily junto a uma garota desconhecida. Ambas param de falar e me encaram, me olham com deboche e a tal garota pergunta — Essa aí é a tal da Ana?— Sim... — responde Emily com desdém e elas riem.— Prazer, gata. Eu sou a Sabrina — nos encaramos enquanto vou até à pia — Melhor amiga da Mily.— Oi. Você já sabe meu nome, não tem o porquê eu me apresentar —respondo e pego o bolo dentro do forno. Assim que me viro para pegar uma faca, percebo que a Sabrina está em minha frente, estamos separadas apenas pelo balcão.— Sabe, florzinha... eu sou muito amiga dela e quando eu sou amiga eu protejo, mas quando sou inimiga eu f
AnaluConversamos e brincamos por todo o caminho, gosto quando eu Daniel estamos assim, de boa um com o outro. Ultimamente isso tem sido raro. Sempre acabamos nos estressando ou brigando por coisas idiotas, então quando há momentos como esse entre a gente que eu faço questão de guardar em um potinho. Ele tem me mostrado os lados bons de viver essa nova vida, todos os dias faz questão de me lembrar o quão somos sortudos por ser pais de dois bebês.Chegamos em casa e ele abre o portão, ao mesmo tempo estou sorrindo por conta de uma piada besta que ele fez.— Você é um leso, isso sim! — digo passando em sua frente, então o rapaz fecha o portão atrás de si. Entramos em casa alegres, mas o sorriso logo se desfaz, quando nos deparamos com a cena de Emily chorando horrores enquanto Sabrina a abraça.— O que aconteceu Emily? — pergunta Daniel, correndo em sua direção.O homem a toma nos braços, segurando seu queixo para que ela possa encará-lo — O que merda aconteceu pra tu tá assim? — ela o