1 semana depoisO dia da consulta chega e, por incrível que pareça, estou bem ansiosa por isso. Contudo, não posso deixar de falar como estou me sentindo estranha. Percebi que ultimamente estou tento pequenos sentimentos por esse ser dentro de mim. Não sei se posso dizer que já é amor, mas é algo parecido.Ontem me peguei conversando com "ele" como se já pudesse me ouvir e, em seguida, sorri com minha loucura. Isso é inusitado, mas ao mesmo tempo me trás um sentimento de calmaria. É diferente assumir isso já que semanas atrás eu rejeitava essa criança com todas minhas forças. Agora... bom, agora parece que estou aceitando. — Por que acordou cedo? — me assusto com a voz grossa atrás de mim.— Por que você acordou tarde? — respondo com outra pergunta, e Daniel senta na cama — Você geralmente é o primeiro a levantar.— Estou morto. Cheguei tarde demais ontem e mal consegui dormir — isso é verdade. Não vi Daniel se deitar. — O que foi? O chefe não pode cansar? — Não falei que não podia
— Você o que? — é Manuela quem pergunta.— Agora as coisas começaram a ficar interessantes — diz Danilo sorrindo.— É isso que vocês ouviram. Eu estou grávida! — Emily para, olhando diretamente para mim, virando-se para Daniel em seguida — Ela não é a única que carrega um filho seu!— Como isso aconteceu? — a voz de Daniel falha. Não aguento mais ver aquela cena, me sinto enojada. Meu corpo treme e preciso respirar fundo várias vezes.— Analu? — Manuela segura minha mão firme — Tá bem? Suas mãos estão geladas.— Eu... eu acho... — a garganta trava. Minha cabeça está abaixada, mas sinto que todos me observam e isso só piora.— Analu? — Agora Daniel está segurando meu braço, mas não consigo encará-lo.— Eu não queria fazer essa confusão toda, não queria contar assim, mas eu cansei de você me ignorar como se eu não fosse ninguém! Estou grávida de dois meses e você é o pai. — A cada palavra é como se uma faca fosse empunhada em meu peito, perfurando cada vez mais fundo. Grávida? Ela está
DanielChego na casinha e a única coisa que prevalece em mim é a raiva. Não sei bem o porquê, mas talvez entenda o motivo de Analu querer sair de casa, mas isso é algo que eu nunca irei permitir, nem que precise trancar ela em um quarto e pronto!— Duda — chamo o rapaz — Vá em casa e avise a minha mãe que vá agora com Emily no hospital para saber se essa gravidez é verdadeira e, se for, mande fazer o teste de DNA o mais rápido possível!— Sim chefe — responde ele saindo.— É sério esse bagulho? A Mily tá grávida de ti? — Luan pergunta — Porra mano! Tu demorou a fazer filho, mas quando fez veio logo dois de uma só vez! —finalizou ele, rindo.As palavras caem como uma bomba na minha cabeça. — Não sei o que fazer — passo a mão em meu cabelo — Se ela tiver grávida eu vou assumir, é lógico, não vou deixar uma cria minha sem pai.—Tô ligado..., mas e a Analu, ela sabe? — Emily cuspiu essa merda toda na hora que estávamos almoçando, e bem na hora que Analu ia me contar um bagulho important
— Tem certeza? — Manuela pergunta pela décima segunda vez. —Tenho, foi só o calor — digo, me levantando. Senti uma tontura forte, a doutora falou que isso infelizmente é normal, já que em minha barriga não tem só um, mas dois bebês. Sendo que um deles não está recebendo nutrição suficiente. Desde que descobri que um deles está menor, venho me cuidado dez vezes mais, quero que ambos nasçam fortes e saudáveis. "Eii, não seja como mamãe que só falta comer os rebocos da parede, tem que dividir com seu irmãozinho de barriga, tá bem?" Converso com o bebê comilão, mas logo paro pra pensar no quão ridícula essa cena é. — Se precisar da minha ajuda, pode chamar ok? — minha amiga me diz e assinto. Ela então volta a organizar as coisas no devido lugar, enquanto vou limpar o corredor dois. Minha barriga é bem notável e tenho agora até uma farda para grávida. Nunca pensei que usaria uma dessas, mas como nada sai como planejado, aqui estou eu. Falando nisso, devo confessar que essa noite foi pr
13 semanas (3 meses)Rolo de um lado para o outro, mas nada tira da minha mente a imagem de um sorvete de flocos com batata palha. Sim, em plena 02h40 da manhã estou desejando isso. Comecei a me sentir estranha, e a vontade não passa, posso jurar que só está aumentando. Belo dia para o senhor bonitão ir para vigília.Não me seguro, vou levantar sem nem mesmo trocar de roupa. Fico com o short e o top, pego meu celular e saio. A casa está em silêncio e até penso em falar com Danilo, mas o mesmo não está no quarto, já que a porta está aberta e tudo está um completo vazio. Parece que eu estou sozinha em casa.Vou em direção à boca de fumo. Manu me ensinou o caminho um dia desses. Está escuro e silencioso, vejo uns meninos sentados fumando e vou até eles.— Sabem onde está Daniel? — ambos me olham de cima a baixo.— Na casinha — diz o menino de boné azul — Eu levo você lá — apenas concordo e ele vai na frente — Você é a fiel do chefe? — ele pergunta.— Fiel? — vejo que ele sorri de lado.—
Mais um dia que eu acordo e, como diria minha avó: "poderia comer um cavalo sem problema algum". Vou para o banheiro fazer minha higiene e visto um short jeans com um top porquê, o dia mal começou e já está aquele calor dos infernos! Hoje é meu dia de folga e por isso acordei mais tarde, já são quase 10h da manhã.Desço e o cheiro de frango é evidente, entro na cozinha e vejo tia Glória olhando o celular enquanto a panela de pressão faz o trabalho.— Bom dia! — digo sorridente, e ela também sorri ao me ver.— Bom dia, Analu! —a senhora vem até mim — Como foi a noite? Dan me contou que você teve desejo... —parece animada, como se aquilo fosse algo divertido.— Sim, pela primeira vez e isso é estranho... — ela ri novamente — Mas ele demorou e o desejo passou. Os filhos dele vão nascer com cara de sorvete de flocos com batata palha — gargalhamos juntas.— Mas me diga... — a mulher me puxa para sentar e se acomoda na cadeira à minha frente, segurando minhas duas mãos — Como está se sentind
DanielJá anoiteceu e o baile começou, como sempre lotado, música alta junto com muitas diversões, se é que me entendem. No entanto, agora isso não faz mais sentido para mim.— Pega, ela dá dando moral! — diz Luan para Duda.— Tá louco, mané? Essa trepou com cinco truta ontem. Quero ser boca de pelo, não — meu amigo responde e acabo rindo.— Vai lá tu, Luan! Pega a nega — digo zombando.— Tô fora! — ele toma um gole da bebida em sua mão — Achei meu alvo! — aponta para uma menina negra de cabelos afro, seu short é tão curto que quando dança mostra claramente a poupa da bunda — Me desejem sorte! — diz esfregando as mãos e sai.— Aposto 50 reais que ele vai levar um fora e ela ainda vai pedir passagem pra cá, querendo você — diz Duda.— Ah não, assim não vale. Eu já ia apostar a mesma coisa. — Resmungo enquanto observando Luan descendo o morro todo animado.— Bora chefe, tenha fé no menino! — diz o rapaz, sorrindo divertidamente.— Beleza. 50 reais que ela vai aceitar trepar com ele — ap
AnaluEstou na cozinha terminando de fazer o almoço. Hoje fiz arroz, feijão, salada e cozinhei bode, já que estou com muita vontade de comer. O cheirinho toma conta da cozinha.— Que cheiro bom — diz Danilo e sorrio para ele.—Tá quase pronto — respondo e vejo ele recostando-se no balcão — Onde estava ontem? Não vi você, e olha que eu e Dan formos dormir bem tarde...— Fui resolver umas coisas, afinal, é para isso que estou aqui.— Hum... Tá com fome? — pergunto me virando com a vasilha de salada nas mãos, entrego para ele e o mesmo vai até a mesa colocando-a sobre ela.— Faminto! — ele sorri. Entrego os pratos, copos e talheres para que ele arrume tudo — Eu costumava ajudar minha mãe. Sempre gostei de arrumar por a mesa.— Sério? Por que? — pergunto curiosa.— Uma maneira de aliviar os roncos na barriga, sabendo que o almoço estaria próximo de ser servido — diz e acabo sorrindo. As vezes olho para Daniel e Danilo e percebo a familiaridade de ambos, mas não se parecem tanto com Glóri