Me levanto da cama. Eu tenho uma pilha de roupas para organizar. Caminho até o closet, ainda sentindo aquela sensação incômoda de rejeição. Como se ele tivesse escolhido me deixar aqui, e reservado todo seu tempo e suas palavras para outra pessoa.Domada por um instinto infantil, e um tanto quanto rancoroso também, retiro as camisas de LeBlanc dos cabides, colocando as minhas no lugar. Abro espaço nas gavetas para minhas peças íntimas, e, nas prateleiras, organizo os sapatos. Coloco suas peças nas sacolas, e então as deixo sobre a bancada.Eu sei que provavelmente estou exagerando. Mas esse conhecimento faz nada para parar o trem de carga de emoções que funciona em mim.Algum tempo depois, quando tudo está organizado, volto para o quarto. A garoa tornou-se uma chuva forte. Meu celular tocou algumas vezes, mas eu estava ocupada sendo uma criança mimada, portanto, não atendi. Contudo, checo as ligações perdidas, chegando à inédita e surpreendente conclusão de que são todas de LeBlanc.E
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