- Tem certeza de que não quer que eu entre com você? – Luca pergunta, quando ainda estamos parados do lado de fora do cemitério. Eu já tinha tentado sair umas três vezes, mas ele mantinha a porta do carro travada, provavelmente achando que, de alguma forma, aquilo poderia não ser uma boa ideia. - Tenho... – respondo, por mais que não tivesse. – Só me espera aqui, tá? Vai ficar tudo bem. Prometo! Cemitérios não significavam “o começo” para muitas pessoas. Eram sempre o fim. O fim de uma vida, de uma jornada, de uma era. Para aqueles que acreditavam, o lugar de descanso eterno para seus entes queridos. Costumava ter uma atmosfera densa, pesada, cheia de lágrimas e tristeza. Era estranho pensar que um lugar como aquele, para Adam e eu, era onde nossa história tinha começado. Onde nos vimos pela primeira. Desde o começo, sempre graças a Otto. Entro relutante na cripta de nossa família. Quase consigo me ver, há alguns meses, chorando largada no chão, próxima ao túmulo de Otto, quando ti
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