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prólogo
Muitos achariam estranho um homem como eu, tão mais velho, se interessar por alguém como Ellen: jovem, inocente e minha prima, mas essa menina despertou algo em mim que eu não conseguia explicar.Sempre que estava ao seu lado, não conseguia me controlar, nutrindo um louco desejo de protege-la, persegui-la e deseja-la.Muitas vezes me torturei devido a isso. Era errado e perigoso, no entanto, quanto mais o tempo passava e ela crescia, meu desejo pela bela jovem aumentava.Agora, me via sendo um psicopata correndo atrás da sua presa. Não conseguia dormir, comer ou trabalhar sem que minha mente voltasse a pensar nela. Era como se eu não conseguisse viver sem saber onde estava e o que fazia. Desde que Ellen entrou na universidade, minha loucura se tornou mais intensa, me fazendo observa-la por onde quer que fosse. Odiava ver aqueles idiotas ao seu lado, a tocando e olhando com desejo, quando ela já pertencia a mim.Tive que me controlar várias vezes para não quebrar a cara dos moleques
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Ellen
Já se sentiu sendo observada o tempo todo, mas não sabia quem e onde estava o seu observador?Pois bem, me sentia assim o tempo todo. Em casa, na faculdade, andando na rua, acompanhada ou não.Estava começando a achar que estava ficando esquizofrênica e que precisaria de um tratamento urgente para o meu transtorno.Tinha vezes que imaginava alguém nas sombras do meu quarto, me observando dormir. Eu ficava tão assustada que não conseguia fechar os olhos.Desde que meu pai morreu, venho tendo a impressão de que ele me assombrava, e isso era como uma tortura. Já não bastasse a minha irmã tentar a todo custo me manter fora de casa, ou de quaisquer coisas que pertencesse a nossa família, por simplesmente desejar tudo só para ela.Por sorte eu tinha Anthony que, desde que essa tragédia aconteceu, vem cuidando de mim. Às vezes penso que ele exagera com o seu excesso de proteção, mas no fundo sei que faz isso por me amar.Eu não desejava vir a esse lugar, odiava lugares fechados, barulhento e
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Ellen
Quando acordei, senti minha cabeça doer. Não sabia o porquê, pois não toquei em álcool. Talvez fosse porque fiquei um bom tempo pensando no que havia acontecido ontem.A imagem de Anthony no escuro quase berrando o meu nome, não saiu da minha cabeça. Ele parecia outra pessoa, uma que eu ainda não conhecia. Nunca tive uma relação com qualquer outro garoto por ser mais calada e tímida. Já me peguei tendo sonhos estranhos e inapropriados com o meu primo mais velho, uma dessas vezes foi na noite passada.Era estranho e perturbador, pois não foi como das outras vezes. Anthony não era o homem carinhoso, mas sim sombrio que me amedrontava com a sua fúria. O problema era que eu não estava com tanto medo dele. Na verdade, isso me excitou.Loucura.Depois que meu pai morreu, acredito que adquiri uma paranoia sem sentido e isso estava afetando até o meu sono.Anthony não era essa pessoa malvada que me prenderia e torturaria. Apesar da sua mudança de atitude comigo ontem, meu primo ainda era a p
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Ellen
Não poderia dizer que havia dormido a noite. Minha cabeça ficava repassando toda a conversa que tive com Rebeca, e as coisas que falou me chocaram e magoaram mais do que eu poderia imaginar.Desde sempre a ouvi dizer o quanto me odiava pelo fato de ser a filha da mulher que causou a separação dos seus pais, mas nunca imaginei que ela tivesse coragem de dizer tantas crueldades na minha cara, de me empurrar contra a parede e me machucar com as suas unhas, como fez na noite passada.Nunca me senti bem com essa situação, porém, não era porque sou o fruto dessa confusão que isso significava que eu era a culpada por esse fato.Quando Elisabete engravidou de Dominic, eles já tinham se casado. Claro que para uma criança magoada ver seu pai reconstruir sua vida com a amante e ainda ter uma filha, deveria ser algo péssimo, até mesmo porque sua mãe entrou em depressão por causa do que aconteceu.Eu não brigaria com a minha irmã por causa de dinheiro ou qualquer herança que meu pai pudesse ter de
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Anthony
Eu poderia dizer que Rebeca Goldner era uma vadia de primeira classe, mas estaria a classificando mal, pois ela não merecia estar em primeiro.Sabia que existiam questões maiores que a ambição dela em relação a sua irmã mais nova, mas nada justificava a crueldade da idiota. Ellen era a pessoa mais doce e calma que conhecia. Às vezes me preocupava tanto com ela que poderia dizer que estava ficando louco.Desde que vi seu sorriso doce e delicado por algo bobo como ter conseguido fazer uma enorme bolha de sabão, não parava de admirar a sua beleza e doçura. Quando criança, ela era uma tagarela. Contava fatos estranhos sobre diversas coisas e isso irritava Rebeca, mas a mim não.Adorava apreciar a sua presença enquanto lia um livro. Eu poderia dizer que era a coisa mais surpreendente que já pude presenciar, pois a menina reagia a cada palavra que estava escrita no papel.Ellen e toda a sua inocência me salvaram da completa escuridão que era a minha vida desde que meus pais morreram. Apesar
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Ellen
Anthony era o cara mais legal que eu conhecia, mas a ideia de ficar em sua casa era maluca e me perturbava. Nunca fiquei tanto tempo com um garoto, e quando convivi com Anthy, estávamos na casa do meu pai e ele sempre sumia dizendo que tinha certas responsabilidades que eu não podia saber. Meu primo sempre foi atencioso e apesar de não gostar de ficar perto de crianças, sempre me deixava ficar junto a ele. Na verdade, acredito que ele gostava da minha presença, pois havia uma solidão dentro dele por conta da morte de seus pais.Agora me via sem saída para escapar dessa decisão que foi tomada só por ele. Em situações normais, não havia nada demais um primo ajudar a sua prima, mas quando essa prima era eu e ele era a minha paixonite infantil, as coisas mudavam.Eu não sabia o que faria, e no momento achava que não conseguia pensar direito. Estar neste apartamento luxuoso e escuro me fazia sentir um frio na barriga. Anthy era um homem reservado e andava sempre ocupado, desde que assumiu
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Anthony
Eu sabia que não poderia assusta-la indo direto ao ponto. Ellen não era como as outras e seu jeito meigo não combinava com o meu estilo selvagem. Deveria tomar cuidado e pensar em como proceder, já que o primeiro passo já tinha sido dado.Eu não era o cara bonzinho que ela pensava, era verdade que escondia dela o meu lado perverso, não apenas para não a assustar, mas também porque essa pessoa desconhecida, desaparecia quando estávamos juntos.Estar perto dela era maravilhoso, assisti-la e observar cada gesto e ação, porém, também era uma tortura, pois não podia fazer o que realmente queria.Por hora, eu deixaria que ela continuasse com a sua rotina e suas escolhas. Eu podia fazer o que desejava, acabar com essa mentira de amor fraterno e pegar o que eu queria, mas isso seria um grande erro. Ellen deve desejar estar comigo, se entregar a mim, e eu não queria força-la a nada, isso me tornaria um mostro.Estando tão perto, eu poderia torna-la mais forte e determinada, a pessoa que seria
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Ellen
Anthony e eu nunca convivemos como agora. Não poderia mentir que existia uma parte de mim que gostava disso. Gostava de conhece-lo mais e de estar ao seu lado. Se alguém me falasse que ele era sensível e afetuoso eu poderia achar estranho, porém, meu primo realmente parecia um lorde de tão atencioso comigo, sempre preocupado com o meu bem-estar e necessidades.Havia vezes que eu até me sentia envergonhada por estar aqui o atrapalhando, no entanto, ele parecia gostar da minha companhia e desde que cheguei, nunca o vi falando sobre relacionamento ou uma pessoa em especial, o que me agradava e parecia estranho.Eu não era boba, sabia que existia mulheres ao seu redor e que muitas poderiam o cobiçar. Ele era lindo, sedutor, inteligente e administrava um verdadeiro império. Com toda essa importância e trabalho, muitas vezes ele viajava a negócios, mas desde que vim para cá, Anthony não se ausentava tanto. Eu não fazia ideia de como era o seu trabalho na empresa, nunca fui de parar e ente
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Anthony
— Ele ainda não disse onde foi parar a mercadoria, senhor. – Falou Jordan, um dos meus homens de confiança. Ele era o mais bruto que conhecia e se o homem não conseguiu tirar do nosso prisioneiro a informação que desejo, era porque a idiota não se importava com a vida, pois sabia que ficaria mais difícil para ele a cada minuto que não abrisse a boca. – Só uma bala resolveria as coisas.Eu não queria me irritar com esse babaca que achava que me passaria a perna. Tomás Guillis era um dos homens que faziam negócios para nós. Lidava com drogas e todo o dinheiro arrecadado das vendas. Odiava sujar minhas mãos com o pó branco, por isso usava homens como ele para fazer o trabalho sujo.Todo bom chefe sabe que mesmo os mais leais poderiam ser, também, o rato mais mentiroso e ladrão. Cuidar dos negócios era fácil quando as coisas não saíam do planejado, mas já tinha resolvido muitas questões como essa durante o meu comando nesse negócio, e sabia muito bem o que deveria fazer para que vermes co
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Ellen
Minha cabeça estava doendo tanto que mal pude abrir os olhos. Sentia meu corpo pesado e foi difícil obrigar as minhas pálpebras a abrirem. Por sorte o quarto estava escuro, como se ainda fosse noite, mas eu sabia que não era, pois, alguns feixes de luz entrava através das brechas da cortina escura.Quando me forcei a levantar um pouco, senti como se tivesse corrido uma maratona e não conseguia lembrar o que havia acontecido.O dia de ontem foi corrido e quase desisti de ir à...Festa!— Você está bem? – A voz de Anthony me assustou e encolhi-me na cama fofa. Ele estava nas sombras do quarto, eu podia senti-lo. Algo dentro de mim despertou um sentimento de medo que quase me fez chorar, mesmo sem que eu soubesse o porquê. – Tome isso, vai ajudar com a dor na cabeça. – Nada saía da minha boca, mesmo que eu tentasse comandar o meu corpo. Peguei o copo e o comprimido sem saber se conseguiria fazer o processo. Aos poucos tomei consciência de que não estávamos no meu quarto. Nunca havia entr
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