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Todos os capítulos do Minha tentação usa terno: Capítulo 31 - Capítulo 40
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Gatão
— Não precisa se assustar. Ele é dócil. — Dimitry alisou a cabeça do cachorro.— Que porra é esta? Você me trouxe de presente um cachorro gigante? Isso é um tipo de piada?— Não... Você não gosta de bombons... Odeia flores. Então... Pensei em algo original. Já que seu pai matou seu gato, imaginei que um cachorro grande não corre o risco de ficar na linha cega do retrovisor dele... Ou mesmo debaixo do Maserati.— Meu pai não matou o gato. Foi um acidente.— Este garotão aqui veio de longe.— Quão longe?— Mandei trazer da França para você.— Ah, porra... De tão longe? — Cheguei perto, analisando o cão, que estava com as patas na janela do carro. — Por que tão grande, Dimi?— Li que é o melhor cão para se ter... Ele é conhecido por ser o cachorro mais leal, sensível e protetor que existe. E é só um filhote.Toquei a cabeça do animal, que começou a me lamber. Eu sorri:— Ele é... Manso.— Sim. É um filhote.— Droga... E se ele crescer mais? Ele é muito gigante...— Acho que não cresce mu
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Gatão (II)
O pequeno jato pousou em Noriah Sul quando ainda amanhecia o dia. Assim que desembarquei, usando uma calça branca larga, blazer e scarpin pink, combinando com meus óculos de sol de aro grosso, creme, com lentes degradê, vi Theo parado com o carro próximo da pista, num Tesla azul metálico.Corri na direção dele, não me contendo. E incrivelmente Theo abriu os braços, onde me joguei, sendo erguida do chão. O enchi de beijos, maravilhada com a nova vida que me esperava.— Eu... Estava com saudade — confessei.— Eu também... Muita saudade.— Que não quis matar, já que foi embora sem se despedir de mim... — Olhei em seus olhos.— Eu...— Poderia me... Largar no chão? — pedi.— Claro! — Ele ficou sem jeito.Observei as marcas do meu batom no rosto dele, testa e uma na pálpebra. Theo ficou ainda mais lindo do que já era com a minha marca.— Achei que fosse encontrá-la chorando...Retirei meus óculos e pisquei:— Nada que uma boa maquiagem não esconda. E não é Giordano. Joguei tudo fora. E sin
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O prazer é todo meu
Depois das minhas coisas acomodadas no Tesla, inclusive meu filho de quatro patas, Theo sentou ao meu lado, suspirando.— Está tudo bem, Theo?— Eu... Espero que sim. Temo não corresponder suas expectativas. — Olhou para o cachorro e depois para mim.— Só de você estar aqui comigo, minhas expectativas já estão correspondidas.Porra, como eu fui dizer aquilo? Eu... Nem cheguei a pensar que gostaria de dizer aquelas palavras. Será que ele entenderia que... Era no bom sentido?Sim, porque eu morria de medo que algum dia Theo pensasse que eu pudesse ter algum interesse nele, que não fosse o de irmão... Quer dizer, irmão não era um interesse, era um parentesco, que teoricamente não tínhamos, mas levando em conta que nascemos juntos e éramos bem ligados... E... O que chegou a acontecer na nossa adolescência...Percebi que ele ficou ruborizado e olhei para o lado, observando o sol que despontava no céu:— Que... Dia lindo vai fazer hoje. — Pus meus óculos de sol. — Você... Tem piscina?— Só
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O prazer é todo meu (II)
— Não.— Não precisava do cachorro... Sou um humano leal, sensível e protetor. E posso me comportar num apartamento, faço minhas necessidades no local adequado e não lato.— E você... Lambe?Ele enrugou a testa, arqueando a sobrancelha:— Pior que sei que você não bebeu.— Não bebi. — Sorri.— Eu já disse que você não vale nada?— Algumas vezes. Mas como eu sei que valho muito, não me importo com suas palavras. Ao menos por enquanto. Talvez um dia eu me canse disto tudo. Daí, Theo, você estará fodido. — Peguei o cachorro e saí com ele pela guia, indo em direção ao elevador. — Nunca na sua vida encontrará alguém como eu. — Me ouvi falando sozinha, enquanto a porta do elevador se abria e um senhor de terno saía, me encarando confuso.— Eu... Falo sozinha algumas vezes. — Sorri, tentando me justificar.— Quem não? — Ele sorriu gentilmente. — Senhor Theo, vim ajudá-lo com as malas.Segui o homem até o carro, enquanto Theo retirava as malas.— Eu sou Maria Lua. — Me apresentei ao homem.—
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Theo e Maria Lua
Levantei e encarei no fundo de seus olhos verdes, pegando a guia do cachorrão:— Eu... Acho melhor ir para um Hotel. Eu sinto muito pelo... Meu cachorro ter sido arranhado pelo mal-educado do seu gato. — Saí pelo corredor, praticamente puxando Gatão, que não queria ir.— Aonde... Você vai? — Theo perguntou, aturdido, seguindo-me.— Vou pedir para Greg levar minhas malas de volta.— Greg? Quem é Greg? — Málica perguntou.— O porteiro — esclareci. — Você não sabe o nome do porteiro?— Não era Gregório? — Ela olhou para Theo.— Há quanto tempo você vem aqui? — a questionei. — Porque eu já tenho intimidade com o porteiro. E agora vou ter que ir para outro lugar, frio, solitário, que aceite cachorros machucados... E mulheres com corações partidos. — Fiz beiço e virei as costas, quase chorando.Não me deixe ir, Theo, por Deus, não me deixe ir!— De onde essa mulher saiu? — Ouvi a voz de Málica, já não tão dócil e gentil.— Dos braços da minha mãe... E depois ainda me tirou da lata de lixo —
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Theo e Maria Lua (II)
— Maria Lua não sabe sequer onde fica o fogão na nossa casa. — Ele fez questão de dizer.— Pois saiba que já cozinhei pratos saboroso. — Me gabei, numa bela mentira.— Onde? — Theo gargalhou, enquanto servia-se de um pedaço de bolo.— Na casa de Robin — menti de novo. — Ele tinha... Um fogão. E inclusive... Panelas.Os dois começaram a rir e aquilo não me agradou. Mas fechar-me em mim mesma estava fora de cogitação. Para não ficar chateada, comi mais bolo de amendoim. Doces me faziam bem. E me alegravam.No terceiro pedaço, comecei a enjoar. Empurrei o prato, com um pouco de bolo ainda.— Espero... Que tenha gostado — Málica disse de forma simpática.— Eu gostei. Gostei tanto que até enjoei. Acho que nunca mais vou comer bolo de amendoim na vida.Málica abaixou a cabeça e Theo reprimiu:— Creio que esteja sendo pouco gentil com Málica, Maria Lua. Ela se esforçou muito para agradá-la, inclusive fazendo o bolo.— Quer dizer... Que agradar-me é fazer um “esforço”? — O encarei, aturdida.
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A ave
— Eu odeio você, Theo. — Tranquei a porta.Gatão estava deitado na minha cama. Levantou a cabeça quando me viu e depois a ajeitou de novo no travesseiro.— Viu o que ele pensa de mim? — Pus as mãos na cintura. — Theo nunca acha que eu possa fazer algo de bom, entende? Ele me odeia... Assim como eu o odeio...Deitei ao lado de Gatão, alisando seu pelo sem que ele sequer abrisse os olhos. Toquei a parte ferida no focinho e fui até o banheiro, pegando uma toalha e limpando a área que foi unhada. Retirei o sangue e o cachorrão voltou a dormir.— Porra, você só dorme? Achei que iria me proteger, ser fiel e companheiro, já que veio da França para isto. Tudo que vamos fazer juntos é tirar uma soneca, creio eu. E agora temos que pensar no que faremos com o Fofinho. Ele é muito agressivo para morar nesta casa. Você é só um pobre filhote.Pobre Gatão, ouviu a palavra Fofinho e levantou os olhos, assustado. Sim, ele já sabia que o gato não valia nada. Era um animal traiçoeiro e sem coração.Deit
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A ave (II)
— Vou... Tirar esta roupa da rua. E tomar um banho — disse, me olhando. — Já volto para ficar com vocês.Sim, passou pela minha cabeça que seríamos nós dois. Mas não. Mais uma vez eu errei. Suspirei e fui até a sala, observando as fotos e demais itens de decoração.— Gosto da sua versatilidade com relação a roupas — Málica observou, já sem o avental de cozinha cobrindo parte de seu corpo. — Primeiro romântica, com rosa e branco. Agora um total Black, com vermelho para completar.— Sou assim... Gosto de variar: cabelos, maquiagens, roupas, sapatos... Homens. — Fui sincera.— Mas Theo disse que você já tem 24 anos. Não pensa em encontrar alguém para ficar... Para sempre?— Traí meu noivo... — Toquei a escultura de vidro sobre a mesa de centro. — Com meu primo postiço — expliquei.— Ah... — Ela ficou sem jeito.— Dimi é o tipo de homem que você não resiste, sabe? — Dei de ombros.— Eu... Sou a favor da fidelidade. Se estou com uma pessoa, serei fiel a ela. Se algum dia tiver vontade de t
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Sentimentos indecifráveis
— Theo! — Málica criticou a atitude dele.Ficamos nos olhando um tempo e percebi a fúria de Theo, pois suas narinas tremiam. Theo só ficava assim quando estava muito puto.— Não me trate como criança, porque não sou! — Levantei, jogando o guardanapo sobre a mesa.— Se não quer ser tratada como criança, aja como uma adulta.Desnorteada, saí dali, indo em direção ao quarto. No corredor, encontrei o gato malvado, que tentou assassinar meu cachorro. Fiquei imóvel e ele arqueou o corpo, ouriçando-se por completo. Iria me atacar?Morrer assassinada por um gato seria trágico. Pensei rápido e consegui abrir a porta em segundos, adentrando para o meu quarto em segurança.Gatão andava de um lado para o outro. Alguma coisa o incomodava e isso era visível.— Eu... Não consegui pegar comida para você. E nem teria coragem de lhe dar uma coxa, por exemplo. O animal à mesa poderia ter sido seu parceiro ou amigo. Aquela mulher é louca, Gatão. E Theo... Theo... Eu acho que Theo gosta dela...Sentei na
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Sentimentos indecifráveis (II)
Respirei fundo, tentando me conter para não buscar um copo de vidro, que certamente melhoraria acústica. E claro que durou no máximo três minutos minha resistência em não invadir a privacidade do casal.Abri a porta sem fazer qualquer ruído e fui até a cozinha, pegando um copo. Na volta, deparei-me com Fofinho deitado no início do corredor e parei, amedrontada.O encarei e os olhos dele brilharam como dois diamantes na falta de claridade do recinto. Eu tinha medo dele. Mas a vontade de ouvir o que Theo e Málica falavam era maior. Passei praticamente correndo pelo gato e tropecei nos meus próprios pés.Para impedir que o vidro quebrasse, joguei-me no chão, aparando-o quase no limite, com meus cotovelos batendo no chão. Ouvi o estouro dos ossos na superfície lisa e fechei os olhos, mordendo os lábios para conter o grito de dor.Fiquei ali, sem condições de levantar. Até que senti o dito gato subindo por cima das minhas pernas, passando pelas nádegas, deitando nas minhas costas. Parecia
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