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sem revisãoJoice estava parada em frente a janela do seu quarto, olhando para a estradinha que traria notícias de Pedro. Ela ficou parada lá, desde que retornou para casa. Não comia, nem bebia. Muito raro fazia sua higiene, somente quando Vinícius subia e a arrastava para o banheiro, a obrigando a tomar banho, lavar o cabelo, escovar os dentes. Era difícil para ele ver a irmã definhar, mas obrigá-la a tomar banho e a comer, além de ajudar nas buscas por Pedro era a única coisa que o rapaz podia fazer por ela. Infelizmente, não podia fazer passar a dor que sua irmãzinha sentia no coração.A moça ficava sempre no mesmo lugar, esperando por qualquer notícia do seu namorado. Aquele dia, um sábado.Foi o dia.Ela viu o carro do delegado surgir na pequena estrada de terra. Seu coração ficou em alerta, Joice não via Bento desde que esteve internada no hospital.Ao ver o carro estacionar, e de dentro sai seu sogro do lado do passageiro e Bento do lado do motorista, ela se animou. Sorriu espe
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sem revisãoJoice se retraiu, parando à porta da casa dos sogros. Segurando firme o braço do irmão, como apoio. Sua respiração antes fraca e imperceptível, tornou-se pesada e acelerada, podendo ser ouvida por quem passasse por eles.- Não posso. – disse a Vinícius – Não estou pronta para dizer adeus. Me tira daqui, por favor. – ela pediu numa súplica que acabou com o irmão.Ele assentiu e a levou para a praça, que fica a uns metros dali.Vinícius a levou para sentar atrás de uma árvore, ao lado do coreto grande, para que pudessem ficar escondidos dos olhares curiosos de quem passava por eles, a caminho do velório de Pedro.- Vamos dar um tempo aqui. – o rapaz sugeriu, sentando ao lado da irmã.Ela assentiu, seu olhar estava vazio e distante.Joice deixou seus pensamentos vagarem nas lembranças de seu relacionamento com o noivo, na vida que planejou com ele, nos sonhos não realizados, na casa que não comprariam e não iriam mobiliar juntos. Pensou nos dias de casados que tanto ansiavam,
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sem revisãoTodos os olhares estavam voltados para a sua família, menos um, que estava imerso no retrato que pousava em cima do caixão. Até que o estouro de Jacinto, chamou a atenção dela. Miguel nunca se importou com quem seria sua esposa, até aquele momento. Desejou que fosse qualquer uma da cidade, menos Joice.O olhar de desprezo que destinou a eles causou-lhe arrepios. Ele tinha certeza que seria com esses olhos que teria que lidar depois de casados. Porém, aqueles olhos carregados de desprezo e dor, foram focados no seu pai, que ignorou por completo todos os murmúrios, olhares chocados e de desprezo, entrou na casa e foi até ao casal de idosos que ficaram ainda mais abatidos com a chegada da sua família. Seu pai estava louco, assim como ele por ter feito o que fez.Miguel voltou sua atenção para a futura esposa e notou que ela havia voltado para a posição que se encontrava quando entraram. Estava com a atenção para o porta retrato do namorado, perdida em alguma lembrança.Meg es
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sem revisãoUm dia após o velório de Pedro…- Está folgado - Margareth comenta, ela tinha certeza que o vestido cairia perfeitamente no corpo da futura cunhada e não que fosse ficar frouxo.Sua mãe também notou que a nora perdeu peso. Salete conseguiu manter a boca fechada antes de comentar que o luto estava fazendo maravilhas para o peso de Joice, no entanto... Comentar as circunstâncias que as levou ali, na sala da moça. Não era conveniente.- Sua aparência está horrível, espero que a melhore até o dia da cerimônia. - Salete fala olhando para o reflexo de Jojo no espelho. Joice estava calada desde que Meg anunciou que estava lá para fazer os ajustes do vestido de noiva.- Claro, a aparência é tudo o que importa. - Jojo retrucou, odiando o que estava vendo a sua frente. O vestido de noiva dos sonhos, para o casamento de seus pesadelos.- Aparência é tudo. - a mulher confirma e, de súbito, deseja agradecer a ela por está salvando a sua família.Porém, não tinha certeza se deveria cont
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Sem revisãoJoice pulou da janela para a árvore e com cuidado, desceu até ao chão. Seguiu direto ao o estábulo, encontrou sua égua na baía, afagou seu focinho e a selou. Depois a montou e saiu em disparada pelas terras da fazenda até chegar ao seu destino. À beira do igarapé da sua fazenda, ela desceu e soltou tucumã para pastar. Respirou fundo, tirou as botas e sentou-se à margem, permitindo que os pés mergulhassem na água gelada, inclinou o corpo para trás permitindo que a calmaria daquele lugar secreto penetrasse em seu corpo e a relaxasse. De olhos fechados, sentiu os raios solares que transpassam pelas árvores, atingindo seu corpo. Era um ritual de anos e ela sempre o fazia quando discutia com Pedro. Nem ele sabia do seu lugar secreto.Uma pessoa tinha conhecimento dele, pois essa pessoa a levou aquele lugar. Por isso Joice não corria o risco de ser descoberta, sua irmã estava bem distante para dizer o seu paradeiro.A uma hora, estava no seu quarto olhando a galeria do seu celul
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Sem revisão– Tem certeza que vai confiar nele? – Vinícius perguntou, preocupado com o que a irmã acabou de relatar. – Não acredito que o patife pretenda construir uma fábrica nas nossas terras. Porquê não usa as dele? – o rapaz estava revoltado.– Não vou permitir que isso aconteça. Sei que ele não poderá tomar nenhuma decisão sem antes falar comigo, Miguel também precisa do meu consentimento para construir a fábrica e eu estou decidida a não dá-la. – Joice garantiu ao irmão.– Não deveria ter cursado medicina veterinária, deveria ter feito administração ou agronomia e assumido o controle das nossas terras. Mas, antes tudo estava encaminhado. Josiele ia casar, você optou por administração e eu, segui o meu sonho. – o rapaz lamenta.– Vêm cá. – Jojo o chama para a cama.Ela está sentada na beira.O rapaz senta no chão, de frente pra ela e deita a cabeça nas pernas grossas da irmã.– Me sinto um incapaz. – confessa. – Eu deveria te proteger, cuidar de você e não ao contrário. Pelos céu
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Sem revisãoA igreja estava lotada, seu Jacinto, dona Jacilene, Joice e Vinícius ocupavam o primeiro banco da igreja. Os pais de Joice, ocupavam o segundo banco ao lado de alguns conhecidos. Todos os olhares estavam voltados para a moça de expressão triste, que se casaria naquela mesma igreja, na tarde seguinte.Joice sentia os olhares sobre ela e apesar de conhecer e adorar a maioria daquelas pessoas. Se sentia incomodada. Dona Jaci soluçava baixinho, o Padre Cristiano fez uma missa exclusiva para o seu filho, seu marido apertou a mão da mulher. Era nela que buscava forças para manter aquela mentira, pelo futuro deles.- Vai almoçar conosco? – a idosa pergunta a nora, na porta da igreja.- Claro. – a moça estreita ainda mais seu braço com o da mulher.- Joice, é seu último dia com a nossa família. Pensamos em fazer algo juntos. – sua mãe, que estava ao lado dela, fala num tom de protesto.- Depois mãe, agora eu vou com eles. – Joice rejeita a mãe.- Joice? – dona Raimunda chamou ao vê
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Sem revisãoJoice entrou no chalé, logo atrás do marido. Marido – pensou com desgosto. Porém decidiu ignorar seu rancor, naquele momento. Ela não conseguia acreditar que o chalé velho havia sido restaurado em tão pouco tempo.Desde a fachada até dentro da casa. Era a casa dos sonhos, um enorme sofá cinza se destacava na sala, assim como uma TV que ocupava boa parte da parede. Uma mesa de centro que mais parecia uma mesa de jantar, só que baixa. Um lustre enorme de cristal perdurava acima deles. A esquerda deles, uma mesa de jantar de madeira, com oito lugares. As paredes foram pintadas num tom amadeirado, para combinar com a aparência rústica contemporânea. Era perfeito. Joice não tinha palavras para expressar o que estava sentindo naquele momento. Numa parede que estava entre a sala e a mesa de jantar, havia quadros de seus familiares. Tanto dela quanto de Miguel.- Gostou? – Miguel pergunta. Ele realmente esperava que a resposta fosse positiva.Joice assente.- Ótimo, vamos subir. D
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Sem revisão- Não – Joice tornou a passar a caneta sobre outra cláusula do contrato. – Nem em mil anos você vai escolher minha roupa quando formos a um evento juntos.- Aí, diz que posso dar palpite. – fala sorvendo um gole de café com leite.Joice estava concentrada no maldito contrato desde que se reuniram para o desjejum.- Controlar o que visto, você quer dizer. – Joice retruca ríspida.- Não, você já esteve em algum evento social? Saberia se vestir e se portar? – Miguel pergunta.- Nossa, agora você é expert em moda e etiqueta? – ela estava se segurando para não tacar a xícara no marido, pois é uma peça de porcelana tão bonita.- Não, mas sei bem mais que você, eu já saí dessa cidade, do Estado, do país. E a Meg pode ajudar, especialmente com relação às roupas. – Miguel arrependeu-se no mesmo instante do que disse.Sua esposa segurava a xícara com tanta força que teve certeza que ela lançaria a porcelana nele. Ele esquivou-se e a xícara acertou a parede.- Você basicamente me cha
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Sem revisãoJoice estava sentada, catando o feijão. Seus pensamentos estavam distantes, no passado. Sentia tanto a falta de Pedro, que seu peito doía todas as vezes que pensava nele, é como se seu coração sangrasse devido a saudade e a dor. Fazia uma semana que estava casada, desde o último embate, ela e o marido mal tinham trocado um bom dia. Pois Jojo só o via pela manhã, tomavam café juntos.Naquele dia, Joice decidiu cozinhar, para tentar distrair um pouco a dor. Ela também deveria ter começado a trabalhar ao lado do marido, mas só de pensar em esbarrar com o sogro, desistia. Coralina, prima de Pedro e empregada na fazenda Foster, aparecia no horário do almoço com uma marmita pronta. Avisando que o marido já havia almoçado. Ela não ficava para conversar com Joice, ia embora logo após entregar a comida.Jojo colocou os feijões na panela de pressão e ficou olhando para o objeto, depois desistiu, desligou o fogo, levantou, pegou a chave da casa que estava no balcão e saiu. Precisava
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