Sem revisãoJoice pulou da janela para a árvore e com cuidado, desceu até ao chão. Seguiu direto ao o estábulo, encontrou sua égua na baía, afagou seu focinho e a selou. Depois a montou e saiu em disparada pelas terras da fazenda até chegar ao seu destino. À beira do igarapé da sua fazenda, ela desceu e soltou tucumã para pastar. Respirou fundo, tirou as botas e sentou-se à margem, permitindo que os pés mergulhassem na água gelada, inclinou o corpo para trás permitindo que a calmaria daquele lugar secreto penetrasse em seu corpo e a relaxasse. De olhos fechados, sentiu os raios solares que transpassam pelas árvores, atingindo seu corpo. Era um ritual de anos e ela sempre o fazia quando discutia com Pedro. Nem ele sabia do seu lugar secreto.Uma pessoa tinha conhecimento dele, pois essa pessoa a levou aquele lugar. Por isso Joice não corria o risco de ser descoberta, sua irmã estava bem distante para dizer o seu paradeiro.A uma hora, estava no seu quarto olhando a galeria do seu celul
Sem revisão– Tem certeza que vai confiar nele? – Vinícius perguntou, preocupado com o que a irmã acabou de relatar. – Não acredito que o patife pretenda construir uma fábrica nas nossas terras. Porquê não usa as dele? – o rapaz estava revoltado.– Não vou permitir que isso aconteça. Sei que ele não poderá tomar nenhuma decisão sem antes falar comigo, Miguel também precisa do meu consentimento para construir a fábrica e eu estou decidida a não dá-la. – Joice garantiu ao irmão.– Não deveria ter cursado medicina veterinária, deveria ter feito administração ou agronomia e assumido o controle das nossas terras. Mas, antes tudo estava encaminhado. Josiele ia casar, você optou por administração e eu, segui o meu sonho. – o rapaz lamenta.– Vêm cá. – Jojo o chama para a cama.Ela está sentada na beira.O rapaz senta no chão, de frente pra ela e deita a cabeça nas pernas grossas da irmã.– Me sinto um incapaz. – confessa. – Eu deveria te proteger, cuidar de você e não ao contrário. Pelos céu
Sem revisãoA igreja estava lotada, seu Jacinto, dona Jacilene, Joice e Vinícius ocupavam o primeiro banco da igreja. Os pais de Joice, ocupavam o segundo banco ao lado de alguns conhecidos. Todos os olhares estavam voltados para a moça de expressão triste, que se casaria naquela mesma igreja, na tarde seguinte.Joice sentia os olhares sobre ela e apesar de conhecer e adorar a maioria daquelas pessoas. Se sentia incomodada. Dona Jaci soluçava baixinho, o Padre Cristiano fez uma missa exclusiva para o seu filho, seu marido apertou a mão da mulher. Era nela que buscava forças para manter aquela mentira, pelo futuro deles.- Vai almoçar conosco? – a idosa pergunta a nora, na porta da igreja.- Claro. – a moça estreita ainda mais seu braço com o da mulher.- Joice, é seu último dia com a nossa família. Pensamos em fazer algo juntos. – sua mãe, que estava ao lado dela, fala num tom de protesto.- Depois mãe, agora eu vou com eles. – Joice rejeita a mãe.- Joice? – dona Raimunda chamou ao vê
Sem revisãoJoice entrou no chalé, logo atrás do marido. Marido – pensou com desgosto. Porém decidiu ignorar seu rancor, naquele momento. Ela não conseguia acreditar que o chalé velho havia sido restaurado em tão pouco tempo.Desde a fachada até dentro da casa. Era a casa dos sonhos, um enorme sofá cinza se destacava na sala, assim como uma TV que ocupava boa parte da parede. Uma mesa de centro que mais parecia uma mesa de jantar, só que baixa. Um lustre enorme de cristal perdurava acima deles. A esquerda deles, uma mesa de jantar de madeira, com oito lugares. As paredes foram pintadas num tom amadeirado, para combinar com a aparência rústica contemporânea. Era perfeito. Joice não tinha palavras para expressar o que estava sentindo naquele momento. Numa parede que estava entre a sala e a mesa de jantar, havia quadros de seus familiares. Tanto dela quanto de Miguel.- Gostou? – Miguel pergunta. Ele realmente esperava que a resposta fosse positiva.Joice assente.- Ótimo, vamos subir. D
Sem revisão- Não – Joice tornou a passar a caneta sobre outra cláusula do contrato. – Nem em mil anos você vai escolher minha roupa quando formos a um evento juntos.- Aí, diz que posso dar palpite. – fala sorvendo um gole de café com leite.Joice estava concentrada no maldito contrato desde que se reuniram para o desjejum.- Controlar o que visto, você quer dizer. – Joice retruca ríspida.- Não, você já esteve em algum evento social? Saberia se vestir e se portar? – Miguel pergunta.- Nossa, agora você é expert em moda e etiqueta? – ela estava se segurando para não tacar a xícara no marido, pois é uma peça de porcelana tão bonita.- Não, mas sei bem mais que você, eu já saí dessa cidade, do Estado, do país. E a Meg pode ajudar, especialmente com relação às roupas. – Miguel arrependeu-se no mesmo instante do que disse.Sua esposa segurava a xícara com tanta força que teve certeza que ela lançaria a porcelana nele. Ele esquivou-se e a xícara acertou a parede.- Você basicamente me cha
Sem revisãoJoice estava sentada, catando o feijão. Seus pensamentos estavam distantes, no passado. Sentia tanto a falta de Pedro, que seu peito doía todas as vezes que pensava nele, é como se seu coração sangrasse devido a saudade e a dor. Fazia uma semana que estava casada, desde o último embate, ela e o marido mal tinham trocado um bom dia. Pois Jojo só o via pela manhã, tomavam café juntos.Naquele dia, Joice decidiu cozinhar, para tentar distrair um pouco a dor. Ela também deveria ter começado a trabalhar ao lado do marido, mas só de pensar em esbarrar com o sogro, desistia. Coralina, prima de Pedro e empregada na fazenda Foster, aparecia no horário do almoço com uma marmita pronta. Avisando que o marido já havia almoçado. Ela não ficava para conversar com Joice, ia embora logo após entregar a comida.Jojo colocou os feijões na panela de pressão e ficou olhando para o objeto, depois desistiu, desligou o fogo, levantou, pegou a chave da casa que estava no balcão e saiu. Precisava
Sem revisãoJoice estava no galho mais alto do Jambeiro próximo ao igarapé, mal chegou ao local e seu estômago roncou. Decidiu arriscar-se e subiu na enorme árvore onde os frutos estavam prontos para serem recolhidos. Estava na terceira fruta quando escutou um barulho de alguém se aproximando, olhou para baixo. Bufou, o que ele estava fazendo ali? Miguel desceu de Thor, segurando um cesto grande de tala. Ele depositou o objeto no chão e ficou parado, olhando a sua volta.- Joice? – escutou chamar. Ela não respondeu.Jojo não estava afim de conversar, muito menos com ele. Naquele momento estava com ódio de todos os Fosters, por isso se isolou no seu lugar secreto, não tão secreto quanto ela imaginava. Odiava o fato de Miguel conhecer aquele lugar. Era o canto de refúgio dela e mais ninguém.Ele a chamou mais uma vez e ela não respondeu. Miguel sequer ousou olhar para cima das árvores, com certeza imaginava que a esposa não conseguiria subir em uma, segurou uma risada. Joice cresceu com
sem revisãoEle estreitou o braço em sua cintura e a puxou para si. A pele molhada e gelada fizeram Joice estremecer. Foi nesse momento que ele deslizou a língua para dentro da boca da esposa. Joice estava aturdida com aquele beijo. Era algo completamente errado, mas que estava fazendo seu corpo vibrar. Contudo, a força que parecia não ter para afastá-lo surgiu quando sentiu a ereção contra sua barriga. Ela o empurrou com tudo o que tinha, acertou um tapa na sua cara e saiu correndo. Deixando-o para trás. Ela correu buscando ficar o mais longe possível dele. Correu como se sua vida dependesse disso, correu porque sentia que havia acabado de trair Pedro e o amor que sentia por ele.Quando cansou, percebeu que havia corrido para a casa de seus pais. Até pensou em se aproximar e apertar a campainha. Se refugiar no seu antigo quarto. Mas lembrou-se que aquele lugar não era mais seu lar, seus pais a venderam como pagamento de suas dívidas. Naquele momento se sentiu uma tola por ter corrido