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Todos os capítulos do A vida no morro: Capítulo 111 - Capítulo 120
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   - A senhora está certa, mãe, mas o que eu vou fazer agora? Não posso fingir que estou em coma...- Sim, eu já estava pensando sobre isso.- E o que vamos fazer?- Você já vai estar acordado quando ele chegar. Ele já deve estar chegando, inclusive. Você vai dizer que não se lembra do que aconteceu. Preciso que você seja muito convincente, meu filho, mesmo que isso seja algo dificil para você fazer. Você precisa tratar o seu pai normalmente...- Não sei nem se consigo olhar nos olhos dele, mãe, como que vou conseguir trata-lo normalmente?- Porque essa vai ser a única chance de conseguirmos fazer com que ele não faça nada. Eu não sei do que seu pai é capaz de fazer, Athos. E o que ele fez é muito sério. Ele com certeza tem medo que isso seja descoberto por qualquer pess
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 Depois de terminar, ele me apontou que voltasse a sentar na cadeira e foi para trás de sua mesinha e falou:- Bom, senhores, o galo realmente está bem grande e foi em uma parte da cabeça que pode causar uma amnésia temporaria, apesar de ser bastante incomum. Não vejo sinais de alucinógenos no filho de vocês, então isso já é uma coisa muito boa, porque o que eu mais recebo aqui, são jovens que usam drogas e não possuem limites. Vou passar alguns exames para o senhor, jovem Athos, fazer, para que possamos avaliar melhor esse baque na sua cabeça e se por um acaso o senhor está tendo algum sangramento interno. Pegue esse papel aqui e pode ir. Mas agora o senhor só poderá ter direito a um acompanhante. O outro terá de esperar lá fora.- Eu fiquei aliviado de ouvir o médico falar que eu poderia estar tendo um amnésia tempor&
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Quando chegamos em casa, minha mãe me disse para ir deitar no sofá, porque ela me fazer um chá antes que eu pudesse ir dormir. Ela também me deu uma compressa para colocar no galo. A batida realmente doía.Eu já estava um pouco mais calmo nessa hora, porque parecia que meu pai tinha realmente acreditado no que eu havia falado e ele aparentava estar mais calmo também.Eu pude ouvir o que eles dois falavam na cozinha. Mamãe também estava sabendo interpretar bem o papel que ela havia escolhido fazer, o papel dela mesma. Mamãe nunca ficaria satisfeita com a resposta que meu pai deu pra ela. Por mais fechado que meu pai fosse, minha mãe não era a pessoa que poderia ser mais facilmente convencida e ela tinha que agir como se eu realmente não tivesse falado nada para ela.- Eu ainda quero saber melhor o que foi que aconteceu naquele parque, porque você ainda não
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- Boa tarde.- Boa tarde, a senhora está procurando alguém?- É sua filha? Ela é uma mocinha linda, eu sempre quis ter uma menina, mas Deus só me deu o meu menino, que já é quase um rapaz agora.- Sim, é minha filha. E eu sempre quis ter um menino também. Queria ter um casal, mas nunca consegui. Meu esposo faleceu e eu só tive minha menina mesmo.- Nossa, eu sinto muito. Meus sentimentos.- Tudo bem, já faz um tempo que isso aconteceu.- Aqui tem uma praça bonita, não é? Fica bem na frente da casa de vocês. A mocinha não gosta de brincar lá?- Ah, ela gostava, mas desde que aconteceu uma coisa ali com ela, eu não deixei mais que ela fosse para lá. Pode ver que quase ninguém frequenta esse parque.- É verdade. Mas se a senhora não se incomoda que eu pergunte, o que aconteceu?Ler mais
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O tempo foi passando e eu até comecei a pensar que papai tinha deixado de tentar alguma coisa, mas algo sempre ficava como se fosse uma pulga atrás da orelha.Mamãe e eu nunca haviamos esquecido do que tinha acontecido e nem deixamos de tentar procurar pelo segundo homem, aquele homem que foi visto junto com papai.Mamãe tinha tentado conseguir descobrir quem era aquele tal homem, mas ela não havia conseguido chegar em lugar algum. Eu não tinha como procurar, na verdade, nenhum de nós dois tinhamos como saber onde procurar, nem sabiamos por onde começar.Os anos passaram, eu cresci, me tornei adulto e fui para a faculdade.Durante todo esse tempo eu nunca esqueci do que tinha acontecido e nunca deixei de ter vontade de descobrir, mas papai parecia ter parado realmente. Nunca mais descobrimos nada dele e ele parecia que só saía de casa para trabalhar e as vezes saía com um de seus
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 - Você é mole demais com esse menino, mas hoje ele vai aprender que quando fizer uma merda desse tamanho, ele vai pagar. Eu vou ver agora se essa cara lavada dele não vai mudar.Papai pegou ele pelo braço e saiu arrastando até dentro de casa. Sua avó gritava e dizia para papai parar, porque ele iria acabar machucando-o.- Ele é apenas um menino, eu tenho certeza que ele não queria fazer mal nenhum àquela criança. Vamos fale pra ele, meu filho!Mas seu pai continuava calado.- Você vai levar a surra que nunca levou na sua vida!Papai tirou o cinto e começou a bater nas pernas e na bunda de seu pai. Eu nunca tinha visto papai daquela maneira, nunca o tinha visto perder o controle, mas ele perdeu naquele dia. Ele bateu no seu pai até que ele começasse a chorar, mas ele demorou para começar a chorar, mas mesmo chorando ele não ped
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  Eu nunca mais quis ter nenhum tipo de contato com seu pai e nunca mais farei questão. Quis muito poder ter te conhecido desde sempre, mas por essas por ele ser seu pai, não tinha como eu ter algum tipo de aproximação. Eu também tive muita vontade de denunciar o seu pai. Como advogado eu conhecia pessoas que poderiam me ajudar, mas eu sabia que me faltariam provas. Eu não tinha nada contra o seu pai. Ainda tentei ir encontrar os nossos vizinhos, mas já haviam passado muitos anos desde o acontecido e se eles não quiseram falar naquela época, o que me garantiria que eles iriam querer falar agora? Enfim, eu não tinha nada. Nem minha filha diria que ele havia tentado algo a mais. Ela só dizia que tinham feito uma grande confusão por nada, porque ele não fez nada com ela. Ela nem entendeu na época, o que tinha acontecido.E basicamente é por isso que
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Quando eu acordei eu falei para a minha mãe que ela não falasse para papai que eu tinha acordado, que eu precisava falar com ela sobre uma coisa séria, sobre o que tinha acontecido e que era para ela dar um jeito dele sair de casa. Com muito custo ela conseguiu fazer com que ele saísse de casa. Ele ainda pensava que eu estava desmaiado. Eu levei uma porrada segura no rosto e na cabeça, mas me lembrava bem do que tinha acontecido.Eu contei tudo para mamãe, desde o começo e foi ela quem me ajudou, porque talvez eu nem estivesse aqui para contar essa história hoje, se eu tivesse escolhido bater de frente com papai. Mamãe me disse que acreditava em mim, mas que se papai era realmente essa pessoa doente que ele poderia ser, não tinha como ter certeza de que ele não faria alguma coisa contra mim, contra a minha vida, porque ele sabia que eu havia visto demais. Então mamãe sugeriu que dissess
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Durante esse ano que eu precisei trabalhar em mais de um turno, uma noite eu cheguei em casa e minha filha disse que estava sentindo uma dor no dente. Eu tive até que pedir um dia do trabalho, porque ela disse que estava sentindo muita dor e não estava conseguindo comer direito. Ela disse que doía tanto que estava dificil conseguir dormir. Pedi um dia do trabalho e fui levá-la até o dentista. Eu não sei mesmo porque não prestei atenção nisso, porque o dentista falou que os dentes dela estavam todos cheios de cáries. E ele disse que isso provavelmente tinha acontecido porque ela andava comendo muitos doces. Eu pensava que era porque ela não estava os escovando direito, mas o doutor fez essa pontuação. Ele disse que muitas crianças que chegavam com essas cáries nos dentes, no consultório dele, principalmente nessa idade, eram por causa dos doces. Só que tinha um por&e
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No dia seguinte esse meu amigo me retornou e pediu para nos encontrarmos em um café aqui do bairro. Fomos nos encontrar e lá ele estava com alguns arquivos. Ele me disse que acabou encontrando cerca de 7 casos em aberto e alguns que não tinham certeza se tinha a ver com o parque, mas que eram crianças que moravam naquela região. Um desses casos era o da menina que tinha desaparecido, a menina que a mãe falou com você. Tinham casos ali de anos antes do desaparecimento daquela menina, mas não ouve mais nenhum caso depois do caso dela. O que foi algo que me deixou com uma certa suspeita. Seu pai não morava ali naquele bairro na época do primeiro desaparecimento documentado. Todas eram meninas de mais ou menos a mesma idade. Todas tinham características parecidas e todas tinham mais uma outra coisa em comum, nenhuma delas estava acompanhada. O primeiro caso tinha acontecido cerca de 7 anos antes do seu pai ir mo
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