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Todos os capítulos do A vida no morro: Capítulo 121 - Capítulo 130
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Depois de um tempo a mãe dela resolveu fazer a denúncia, porque foi algo que a própria menina pediu que ela fizesse. Ela disse que talvez pudesse ajudar a não acontecer a mesma coisa com outras garotas e quando elas foram até a delegacia, e ela disse que os homens disseram para ela que eram policiais, o policial que estava pegando o depoimento dela pareceu ficar bem irritado e disse que policiais de verdade nunca iriam fazer aquilo, que eles deveriam ter mentido para ela.Elas nunca desistiram de descobrir algo, mas não tinham como agir. As pessoas que deveriam fazer questão de encontrar algo, não pareciam estar minimamente interessadas em descobrir mais coisas. Esse meu amigo, que é policial, disse que esses casos não eram da área dele, mas que ele me ajudaria, porque era algo sério, que ninguém parecia dar a devida atenção.Basicamente eram essas as novidades que
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 - Mãe, como assim?- Sim, meu filho, eu sei que deveria ter falado isso antes, mas não queria preocupar você a toa. Eu ainda não falei para o seu pai que o resultado da biópsia saiu, mas ele me acompanhou nas consultas. Tinha pedido para ele não falar nada para você, porque queria saber melhor o que estava acontecendo antes, quais eram as chances, o que eu teria que fazer.- Mas eu poderia ter lhe ajudado se eu soubesse de algo antes...- Mas o que você poderia fazer, meu filho? Infelizmente não teria muita coisa para fazer.- Eu deveria ter prestado mais atenção, perguntado se a senhora precisava de alguma coisa.- A culpa não foi sua, Athos. Olhe, o médico falou que eu vou poder operar e que vão retirar o que conseguirem. Tudo vai depender a minha recuperação, que pode não ser muito fácil por causa da minha idad
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- Mas está tudo bem, meu filho. É claro que se eu pudesse escolher voltar no tempo ou se soubesse lá atrás tudo o que iria acontecer, eu não teria escolhido o seu pai para ser seu pai e nem ser o meu marido. Nenhuma pessoa gostaria de se envolver com alguém tão baixo. Mas tudo bem. Está tudo bem. Eu fico feliz que você tenha encontrado alguém para lhe ajudar, para fazer mais do que eu fiz por você durante esses anos. Eu acho que acabei deixando você de mãos abanando e abandonando o que eu disse que iria fazer. Acabei te decepcionando.- Não, mãe. Nunca pense que a senhora me decepcionou. Eu sei que isso deve ser mais difícil ainda para a senhora, porque também não é nada fácil para mim. Não é nada fácil saber que meu pai pode ser capaz de fazer esse tipo de coisa que suspeitamos que ele seja capaz. Não é nada fácil pensar que o homem que eu admirei tanto quando era criança, que ele seria capaz de machucar meninas, ou que ele pode estar envolvido de qualquer forma com esse tip
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 Foi nesse momento que ela começou a chorar. Eu notei que ela estava muito mais magra do que um dia ela foi. Ela era uma mulher muito bonita antes, muito mais nova do que o ex marido dela. Mas ela parecia abatida e parecia com medo de qualquer coisa. Ela começou a falar:- Eu nunca falei sobre isso para ninguém, porque meu ex marido sempre foi um homem muito violento. Ele nunca foi um bom marido, mas por vezes ele foi um bom pai. Para os meninos ele sempre foi um pai bom, mas para nosso filha ele era um pai estranho. Eu fui criada para ser uma mulher do lar. Minha mãe sempre me ensinou que o melhor papel que uma mulher poderia cumprir, seria o de mãe e eu acreditei nela. Foi isso que eu sempre tentei fazer. Ser uma boa mãe e uma boa esposa. Mas eu me casei com um homem que nunca foi um bom esposo. Mas enfim, o que importava era que ele mantinha a casa e que fazia o papel de pai bem feito.Até que nós tivemos nossa filha e ela começou a crescer. No começo e
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Eu agradeci as palavras dela e disse que realmente não era algo que eu esperava descobrir e que tinha sido sim um grande impacto na minha vida, mas que eu iria fazer o possível para vê-lo pagar pelo o que ele havia feito, pelos crimes dele e que eu voltaria para falar para ela o que tínhamos conseguido. Nós iriamos conseguir colocar todos eles atrás das grades.Quando entramos no carro, meu tio e eu estávamos extasiados. Nós não imaginamos que ela fosse querer realmente falar, porque era algo muito pesado e de certa forma, ela tinha sim um pouco de culpa por não ter falado nada, principalmente guardando as fotos. Mas era algo que nós dois entendíamos o motivo dela ter feito. Ela teve medo, ela ainda tinha medo e eu acho que ela teve medo do ex marido pelo resto da vida dela. Era como uma sombra que sempre a perseguiu.Nós abrimos o envelope e as fotos eram parecidas com as fotos q
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- Nossa, advogado Athos, e eu que estava pensando que a minha vida era difícil, a sua história é muito chocante. Eu sinto muito que isso tudo tenha acontecido com o senhor e que isso tenha acontecido com seu pai. Acho que ninguém merecia ter um pai desses e nessas horas eu fico pensando que é melhor não ter pai, do que ter um como esses homens que o senhor falou aí, com o perdão da palavra.- Mas é isso mesmo, Ana. A gente infelizmente não pode escolher quem vão ser nossos pais, mas nós podemos escolher as atitudes que vamos tomar frente a eles, quando eles fazem algo de errado. Vamos conversar com Davi?- Vamos sim.Eu fui chamar Davi, que estava na varanda do apartamento do advogado Athos. Ele disse que demoramos muito conversando e realmente tínhamos demorado muito, mas era porque era uma história e tanto. Eu me senti um pouco mais aliviada ouvindo aquilo, porque
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  - Eu ainda não terminei de falar. O senhor nem merece ser chamado de homem. O senhor é um doente, criminoso e deveria passar o resto da vida atrás das grades, mas o senhor vai pagar o preço pelas coisas que já fez. Por em quanto, o que o senhor irá fazer é, que o senhor nunca mais irá atrás do seu filho. Nunca mais. Em poucos dias o senhor vai assinar seus papéis de divórcio, e aquela senhora que está ali, que está indo embora para nunca mais vê-lo, que sofreu anos nas suas mãos, que passou anos com um doente, vai se ver finalmente livre por completo do senhor. Aquele menino, aquele menino que felizmente nad parece com o senhor, nem fisicamente, vai embora e nunca mais o senhor o verá. Esqueça que tem filho. Deixe que eles vivam em paz e em quanto o senhor os deixar viver em paz, o senhor permanecerá livre, ou melhor, não ser
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- Então, senhoras e senhor, estou com as passagens de vocês compradas, mas o que vai acontecer é o seguinte. Vou precisar que vocês sigam com precisão o que vou dizer para vocês e infelizmente, ou felizmente, não sei como vocês receberão essas informações, vou precisar pegar os celulares de vocês. Preciso que entendam que é como se todos vocês estivessem nascendo de novo. Vocês não podem mais ter contato com ninguém que conhecem daqui para frente, somente comigo. Por via das dúvidas e sempre agindo com bastante precaução, eu prefiro que vocês troquem de celulares. Estão aqui os dois novos aparelhos. Só preciso que fiquem com eles até chegarem em Manaus. Depois vocês podem comprar outros que gostem mais.- Nossa, mas esses são até bem melhores que os nossos celulares. Olhe, senhor advogado, meu filho
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  - É... Eu sinto muito, Ana. Sei que falo demais isso para você, mas é só o que posso te falar. Imagino que isso é uma dor que talvez você nunca possa se recuperar, mas acredito que você encontrará outros motivos para conseguir ser feliz e fazer com essa felicidade seja maior do que qualquer dor que você já sentiu.- Obrigada, advogado Athos. Eu já encontrei a felicidade em pequenos momentos e em pequenas coisas. Realmente, a felicidade pode não ser eterna, pode não ser sentida em todos os momentos do dia e nem em todos os dias, mas quando ela acontece, é algo que faz com que a dor não seja assim tão insuportável. Mas mudando de assunto, o senhor já foi casado? Eu não vi nenhum porta retrato aqui no seu apartamento.- Curiosa você, hein.- Não precisa me responder se não for na sua vontade, advogado Athos. É só uma curiosidade mesmo.- Não tenho problemas com isso não, Ana. Eu nunca fui casado mesmo. Acho que nunca vou me casar.
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 Foi só quando eu completei uns 14 anos de idade que eu comecei a vê-lo de uma forma diferente. Foi um sentimento muito novo para mim. Ele sempre me tratou muito bem, sempre foi carinhoso, mas de uma forma amigável. Eu estava acostumado a dormir na casa dele e nós conversávamos sobre tudo. Ele sempre conseguia fazer com que eu sentisse vontade de falar sobre todos os assuntos. Ele também era muito engraçado. Como se fosse do dia para a noite, eu comecei a sentir meu coração mais acelerado quando estava perto dele e comecei a ter outras vontades, coisas da idade mesmo. Eu não entendia bem o que estava acontecendo, mas na minha cabeça, eu acho que devo ter criado, imaginado, porque eu pensava que ele também se sentia da mesma forma que eu. Demorei um pouco para entender que estava apaixonado. Eu passei um bom tempo sem ir na casa dele e ignorar todos os convites que ele me fazia. Isso aconteceu por algumas semanas. Foi algo diferente, estranho, porque eu ia na casa dele q
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