O tempo foi passando e eu até comecei a pensar que papai tinha deixado de tentar alguma coisa, mas algo sempre ficava como se fosse uma pulga atrás da orelha.
Mamãe e eu nunca haviamos esquecido do que tinha acontecido e nem deixamos de tentar procurar pelo segundo homem, aquele homem que foi visto junto com papai.
Mamãe tinha tentado conseguir descobrir quem era aquele tal homem, mas ela não havia conseguido chegar em lugar algum. Eu não tinha como procurar, na verdade, nenhum de nós dois tinhamos como saber onde procurar, nem sabiamos por onde começar.
Os anos passaram, eu cresci, me tornei adulto e fui para a faculdade.
Durante todo esse tempo eu nunca esqueci do que tinha acontecido e nunca deixei de ter vontade de descobrir, mas papai parecia ter parado realmente. Nunca mais descobrimos nada dele e ele parecia que só saía de casa para trabalhar e as vezes saía com um de seus
- Você é mole demais com esse menino, mas hoje ele vai aprender que quando fizer uma merda desse tamanho, ele vai pagar. Eu vou ver agora se essa cara lavada dele não vai mudar.Papai pegou ele pelo braço e saiu arrastando até dentro de casa. Sua avó gritava e dizia para papai parar, porque ele iria acabar machucando-o.- Ele é apenas um menino, eu tenho certeza que ele não queria fazer mal nenhum àquela criança. Vamos fale pra ele, meu filho!Mas seu pai continuava calado.- Você vai levar a surra que nunca levou na sua vida!Papai tirou o cinto e começou a bater nas pernas e na bunda de seu pai. Eu nunca tinha visto papai daquela maneira, nunca o tinha visto perder o controle, mas ele perdeu naquele dia. Ele bateu no seu pai até que ele começasse a chorar, mas ele demorou para começar a chorar, mas mesmo chorando ele não ped
Eu nunca mais quis ter nenhum tipo de contato com seu pai e nunca mais farei questão. Quis muito poder ter te conhecido desde sempre, mas por essas por ele ser seu pai, não tinha como eu ter algum tipo de aproximação. Eu também tive muita vontade de denunciar o seu pai. Como advogado eu conhecia pessoas que poderiam me ajudar, mas eu sabia que me faltariam provas. Eu não tinha nada contra o seu pai. Ainda tentei ir encontrar os nossos vizinhos, mas já haviam passado muitos anos desde o acontecido e se eles não quiseram falar naquela época, o que me garantiria que eles iriam querer falar agora? Enfim, eu não tinha nada. Nem minha filha diria que ele havia tentado algo a mais. Ela só dizia que tinham feito uma grande confusão por nada, porque ele não fez nada com ela. Ela nem entendeu na época, o que tinha acontecido.E basicamente é por isso que
Quando eu acordei eu falei para a minha mãe que ela não falasse para papai que eu tinha acordado, que eu precisava falar com ela sobre uma coisa séria, sobre o que tinha acontecido e que era para ela dar um jeito dele sair de casa. Com muito custo ela conseguiu fazer com que ele saísse de casa. Ele ainda pensava que eu estava desmaiado. Eu levei uma porrada segura no rosto e na cabeça, mas me lembrava bem do que tinha acontecido.Eu contei tudo para mamãe, desde o começo e foi ela quem me ajudou, porque talvez eu nem estivesse aqui para contar essa história hoje, se eu tivesse escolhido bater de frente com papai. Mamãe me disse que acreditava em mim, mas que se papai era realmente essa pessoa doente que ele poderia ser, não tinha como ter certeza de que ele não faria alguma coisa contra mim, contra a minha vida, porque ele sabia que eu havia visto demais. Então mamãe sugeriu que dissess
Durante esse ano que eu precisei trabalhar em mais de um turno, uma noite eu cheguei em casa e minha filha disse que estava sentindo uma dor no dente. Eu tive até que pedir um dia do trabalho, porque ela disse que estava sentindo muita dor e não estava conseguindo comer direito. Ela disse que doía tanto que estava dificil conseguir dormir. Pedi um dia do trabalho e fui levá-la até o dentista. Eu não sei mesmo porque não prestei atenção nisso, porque o dentista falou que os dentes dela estavam todos cheios de cáries. E ele disse que isso provavelmente tinha acontecido porque ela andava comendo muitos doces. Eu pensava que era porque ela não estava os escovando direito, mas o doutor fez essa pontuação. Ele disse que muitas crianças que chegavam com essas cáries nos dentes, no consultório dele, principalmente nessa idade, eram por causa dos doces. Só que tinha um por&e
No dia seguinte esse meu amigo me retornou e pediu para nos encontrarmos em um café aqui do bairro. Fomos nos encontrar e lá ele estava com alguns arquivos. Ele me disse que acabou encontrando cerca de 7 casos em aberto e alguns que não tinham certeza se tinha a ver com o parque, mas que eram crianças que moravam naquela região. Um desses casos era o da menina que tinha desaparecido, a menina que a mãe falou com você. Tinham casos ali de anos antes do desaparecimento daquela menina, mas não ouve mais nenhum caso depois do caso dela. O que foi algo que me deixou com uma certa suspeita. Seu pai não morava ali naquele bairro na época do primeiro desaparecimento documentado. Todas eram meninas de mais ou menos a mesma idade. Todas tinham características parecidas e todas tinham mais uma outra coisa em comum, nenhuma delas estava acompanhada. O primeiro caso tinha acontecido cerca de 7 anos antes do seu pai ir mo
Depois de um tempo a mãe dela resolveu fazer a denúncia, porque foi algo que a própria menina pediu que ela fizesse. Ela disse que talvez pudesse ajudar a não acontecer a mesma coisa com outras garotas e quando elas foram até a delegacia, e ela disse que os homens disseram para ela que eram policiais, o policial que estava pegando o depoimento dela pareceu ficar bem irritado e disse que policiais de verdade nunca iriam fazer aquilo, que eles deveriam ter mentido para ela.Elas nunca desistiram de descobrir algo, mas não tinham como agir. As pessoas que deveriam fazer questão de encontrar algo, não pareciam estar minimamente interessadas em descobrir mais coisas. Esse meu amigo, que é policial, disse que esses casos não eram da área dele, mas que ele me ajudaria, porque era algo sério, que ninguém parecia dar a devida atenção.Basicamente eram essas as novidades que
- Mãe, como assim?- Sim, meu filho, eu sei que deveria ter falado isso antes, mas não queria preocupar você a toa. Eu ainda não falei para o seu pai que o resultado da biópsia saiu, mas ele me acompanhou nas consultas. Tinha pedido para ele não falar nada para você, porque queria saber melhor o que estava acontecendo antes, quais eram as chances, o que eu teria que fazer.- Mas eu poderia ter lhe ajudado se eu soubesse de algo antes...- Mas o que você poderia fazer, meu filho? Infelizmente não teria muita coisa para fazer.- Eu deveria ter prestado mais atenção, perguntado se a senhora precisava de alguma coisa.- A culpa não foi sua, Athos. Olhe, o médico falou que eu vou poder operar e que vão retirar o que conseguirem. Tudo vai depender a minha recuperação, que pode não ser muito fácil por causa da minha idad
- Mas está tudo bem, meu filho. É claro que se eu pudesse escolher voltar no tempo ou se soubesse lá atrás tudo o que iria acontecer, eu não teria escolhido o seu pai para ser seu pai e nem ser o meu marido. Nenhuma pessoa gostaria de se envolver com alguém tão baixo. Mas tudo bem. Está tudo bem. Eu fico feliz que você tenha encontrado alguém para lhe ajudar, para fazer mais do que eu fiz por você durante esses anos. Eu acho que acabei deixando você de mãos abanando e abandonando o que eu disse que iria fazer. Acabei te decepcionando.- Não, mãe. Nunca pense que a senhora me decepcionou. Eu sei que isso deve ser mais difícil ainda para a senhora, porque também não é nada fácil para mim. Não é nada fácil saber que meu pai pode ser capaz de fazer esse tipo de coisa que suspeitamos que ele seja capaz. Não é nada fácil pensar que o homem que eu admirei tanto quando era criança, que ele seria capaz de machucar meninas, ou que ele pode estar envolvido de qualquer forma com esse tip