Durante esse ano que eu precisei trabalhar em mais de um turno, uma noite eu cheguei em casa e minha filha disse que estava sentindo uma dor no dente. Eu tive até que pedir um dia do trabalho, porque ela disse que estava sentindo muita dor e não estava conseguindo comer direito. Ela disse que doía tanto que estava dificil conseguir dormir. Pedi um dia do trabalho e fui levá-la até o dentista. Eu não sei mesmo porque não prestei atenção nisso, porque o dentista falou que os dentes dela estavam todos cheios de cáries. E ele disse que isso provavelmente tinha acontecido porque ela andava comendo muitos doces. Eu pensava que era porque ela não estava os escovando direito, mas o doutor fez essa pontuação. Ele disse que muitas crianças que chegavam com essas cáries nos dentes, no consultório dele, principalmente nessa idade, eram por causa dos doces. Só que tinha um por&e
No dia seguinte esse meu amigo me retornou e pediu para nos encontrarmos em um café aqui do bairro. Fomos nos encontrar e lá ele estava com alguns arquivos. Ele me disse que acabou encontrando cerca de 7 casos em aberto e alguns que não tinham certeza se tinha a ver com o parque, mas que eram crianças que moravam naquela região. Um desses casos era o da menina que tinha desaparecido, a menina que a mãe falou com você. Tinham casos ali de anos antes do desaparecimento daquela menina, mas não ouve mais nenhum caso depois do caso dela. O que foi algo que me deixou com uma certa suspeita. Seu pai não morava ali naquele bairro na época do primeiro desaparecimento documentado. Todas eram meninas de mais ou menos a mesma idade. Todas tinham características parecidas e todas tinham mais uma outra coisa em comum, nenhuma delas estava acompanhada. O primeiro caso tinha acontecido cerca de 7 anos antes do seu pai ir mo
Depois de um tempo a mãe dela resolveu fazer a denúncia, porque foi algo que a própria menina pediu que ela fizesse. Ela disse que talvez pudesse ajudar a não acontecer a mesma coisa com outras garotas e quando elas foram até a delegacia, e ela disse que os homens disseram para ela que eram policiais, o policial que estava pegando o depoimento dela pareceu ficar bem irritado e disse que policiais de verdade nunca iriam fazer aquilo, que eles deveriam ter mentido para ela.Elas nunca desistiram de descobrir algo, mas não tinham como agir. As pessoas que deveriam fazer questão de encontrar algo, não pareciam estar minimamente interessadas em descobrir mais coisas. Esse meu amigo, que é policial, disse que esses casos não eram da área dele, mas que ele me ajudaria, porque era algo sério, que ninguém parecia dar a devida atenção.Basicamente eram essas as novidades que
- Mãe, como assim?- Sim, meu filho, eu sei que deveria ter falado isso antes, mas não queria preocupar você a toa. Eu ainda não falei para o seu pai que o resultado da biópsia saiu, mas ele me acompanhou nas consultas. Tinha pedido para ele não falar nada para você, porque queria saber melhor o que estava acontecendo antes, quais eram as chances, o que eu teria que fazer.- Mas eu poderia ter lhe ajudado se eu soubesse de algo antes...- Mas o que você poderia fazer, meu filho? Infelizmente não teria muita coisa para fazer.- Eu deveria ter prestado mais atenção, perguntado se a senhora precisava de alguma coisa.- A culpa não foi sua, Athos. Olhe, o médico falou que eu vou poder operar e que vão retirar o que conseguirem. Tudo vai depender a minha recuperação, que pode não ser muito fácil por causa da minha idad
- Mas está tudo bem, meu filho. É claro que se eu pudesse escolher voltar no tempo ou se soubesse lá atrás tudo o que iria acontecer, eu não teria escolhido o seu pai para ser seu pai e nem ser o meu marido. Nenhuma pessoa gostaria de se envolver com alguém tão baixo. Mas tudo bem. Está tudo bem. Eu fico feliz que você tenha encontrado alguém para lhe ajudar, para fazer mais do que eu fiz por você durante esses anos. Eu acho que acabei deixando você de mãos abanando e abandonando o que eu disse que iria fazer. Acabei te decepcionando.- Não, mãe. Nunca pense que a senhora me decepcionou. Eu sei que isso deve ser mais difícil ainda para a senhora, porque também não é nada fácil para mim. Não é nada fácil saber que meu pai pode ser capaz de fazer esse tipo de coisa que suspeitamos que ele seja capaz. Não é nada fácil pensar que o homem que eu admirei tanto quando era criança, que ele seria capaz de machucar meninas, ou que ele pode estar envolvido de qualquer forma com esse tip
Foi nesse momento que ela começou a chorar. Eu notei que ela estava muito mais magra do que um dia ela foi. Ela era uma mulher muito bonita antes, muito mais nova do que o ex marido dela. Mas ela parecia abatida e parecia com medo de qualquer coisa. Ela começou a falar:- Eu nunca falei sobre isso para ninguém, porque meu ex marido sempre foi um homem muito violento. Ele nunca foi um bom marido, mas por vezes ele foi um bom pai. Para os meninos ele sempre foi um pai bom, mas para nosso filha ele era um pai estranho. Eu fui criada para ser uma mulher do lar. Minha mãe sempre me ensinou que o melhor papel que uma mulher poderia cumprir, seria o de mãe e eu acreditei nela. Foi isso que eu sempre tentei fazer. Ser uma boa mãe e uma boa esposa. Mas eu me casei com um homem que nunca foi um bom esposo. Mas enfim, o que importava era que ele mantinha a casa e que fazia o papel de pai bem feito.Até que nós tivemos nossa filha e ela começou a crescer. No começo e
Eu agradeci as palavras dela e disse que realmente não era algo que eu esperava descobrir e que tinha sido sim um grande impacto na minha vida, mas que eu iria fazer o possível para vê-lo pagar pelo o que ele havia feito, pelos crimes dele e que eu voltaria para falar para ela o que tínhamos conseguido. Nós iriamos conseguir colocar todos eles atrás das grades.Quando entramos no carro, meu tio e eu estávamos extasiados. Nós não imaginamos que ela fosse querer realmente falar, porque era algo muito pesado e de certa forma, ela tinha sim um pouco de culpa por não ter falado nada, principalmente guardando as fotos. Mas era algo que nós dois entendíamos o motivo dela ter feito. Ela teve medo, ela ainda tinha medo e eu acho que ela teve medo do ex marido pelo resto da vida dela. Era como uma sombra que sempre a perseguiu.Nós abrimos o envelope e as fotos eram parecidas com as fotos q
- Nossa, advogado Athos, e eu que estava pensando que a minha vida era difícil, a sua história é muito chocante. Eu sinto muito que isso tudo tenha acontecido com o senhor e que isso tenha acontecido com seu pai. Acho que ninguém merecia ter um pai desses e nessas horas eu fico pensando que é melhor não ter pai, do que ter um como esses homens que o senhor falou aí, com o perdão da palavra.- Mas é isso mesmo, Ana. A gente infelizmente não pode escolher quem vão ser nossos pais, mas nós podemos escolher as atitudes que vamos tomar frente a eles, quando eles fazem algo de errado. Vamos conversar com Davi?- Vamos sim.Eu fui chamar Davi, que estava na varanda do apartamento do advogado Athos. Ele disse que demoramos muito conversando e realmente tínhamos demorado muito, mas era porque era uma história e tanto. Eu me senti um pouco mais aliviada ouvindo aquilo, porque
- Eu ainda não terminei de falar. O senhor nem merece ser chamado de homem. O senhor é um doente, criminoso e deveria passar o resto da vida atrás das grades, mas o senhor vai pagar o preço pelas coisas que já fez. Por em quanto, o que o senhor irá fazer é, que o senhor nunca mais irá atrás do seu filho. Nunca mais. Em poucos dias o senhor vai assinar seus papéis de divórcio, e aquela senhora que está ali, que está indo embora para nunca mais vê-lo, que sofreu anos nas suas mãos, que passou anos com um doente, vai se ver finalmente livre por completo do senhor. Aquele menino, aquele menino que felizmente nad parece com o senhor, nem fisicamente, vai embora e nunca mais o senhor o verá. Esqueça que tem filho. Deixe que eles vivam em paz e em quanto o senhor os deixar viver em paz, o senhor permanecerá livre, ou melhor, não ser