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Todos os capítulos do A vida no morro: Capítulo 101 - Capítulo 110
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 No momento que meu avô viu o menino, ele ficou encantado. Meu pai nunca se pareceu fisicamente com meu avô, ele se parecia muito com a familia da minha avó e era claro que isso mexia um pouco com o ego de meu avô. Então quando ele viu o menino, que era a cara dele, na porta da casa dele, visivelmente magro, com fome e com uma saúde meio debilitada, ele o acolheu. Deu uma quantia em dinheiro para a mulher e disse que ela não aparecesse mais. E ela foi embora, deixando o menino. Dizendo a ele que ele estaria melhor lá do que com ela, que ele teria o que comer e sempre teria um teto sobre a cabeça dele. O menino ainda era muito novo, mas parecia ser mais maduro do que uma criança da sua idade. Sua vida até ali não tinha sido nada fácil e talvez isso o tenha feito amadurecer bem cedo.Minha avó nunca gostou do menino. Dizia que ele era um bastardo e que ainda daria muitos
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 Meu avô dizia que não sabia o porquê dele ser daquele jeito. Ele tinha sido criado com muito amor e carinho, mas algo havia dado errado. Ele disse que minha avó sempre o mimou demais e que por muito tempo o tratou como um garoto mais novo do que ele realmente era. Ele se questionava se talvez o problema pudesse ter sido esse, que pudesse ter sido um dos problemas de criação que o fez se tornar desse jeito.Quando meu avô descobriu que tinha outro filho, ele disse que quis assumir a criança, mas minha avó sempre foi contra. Mas ele disse que mesmo sem ela saber, ele mandava dinheiro para a mãe do filho dele e para o menino. Ele disse que nunca quis que o menino ficasse vivendo em condições ruins. Ele disse que sempre quis conviver com o filho mais novo, mas ele se sentia culpado pelo o que havia feito minha avó passar e imaginou que seria muito dificil para ela ter que convive
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Os pais da criança disseram que depois de chegarem do jantar, eles foram arrumar a casa que sempre ficava uma bagunça e quando eles chegaram no banheiro, para juntas os brinquedos que as crianças sempre espalhavam, eles notaram alguns pingos de sangue no chão do banheiro. Como quando eles chegaram, meu pai disse que os dois já estavam dormindo, eles nem foram vê-los. Mas quando eles encontraram o sangue no chão, ficaram preocupados. Entraram no quarto do menino, mas ele estava dormindo tranquilamente. Quando eles entraram no quarto da menina, ela ainda estava acordada e eles notaram que ela havia chorado antes, porque os olhos estavam inchados e ela ainda estava fungando o nariz. Eles perguntaram o que tinha acontecido, mas ela não queria falar. Perguntaram se ela havia se machucado, mas ela não dizia nada. Foi quando a mãe resolveu tirar o cobertor e olhar o corpinho dela, para saber onde ela estava machucada, por
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Em uma das noites de jantar na casa de meus avós, eles estavam comemorando o aniversário da esposa do meu tio e o clima era de festa. Meu tio já tinha o seu segundo filho e ele ainda era um bebê. As pessoas tendem a ficar próximas de um membro novo da familia e foi justamente por causa disso que ninguém percebeu quando minha prima sumiu por uns instantes. Todos estavam ocupados com a minha mãe, que na época estava grávida de mim e com o novo bebê. Não notaram e nem se importaram quando meu pai disse que iria pegar mais um vinho para que eles pudessem beber e comemorar. Não demorou muito para que meu avô olhasse ao redor e percebesse que nem meu pai e nem minha prima estavam na sala de jantar. Ele disse que se levantou e na hora sentiu o coração dele batendo mais forte, ele sentia que algo não estava certo. Ele não falou nada para ninguém, mas rapidamente foi at&
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Meu tio foi se aproximando da esposa e da filha.- Eu não acredito ainda que vocês guardaram isso por todos esses anos. Vocês permitiram que meus filhos ficassem em perigo perto desse monstro e se isso for realmente verdade, minha filha estava correndo riscos por todo esse tempo e vocês nunca me falaram nada. Nós vamos embora. E eu não tenho vontade de voltar aqui tão cedo e nunca mais voltarei enquanto esse homem estiver aqui.- Era só uma desculpa que você queria para não ter que me ver mais na casa dos nossos pais. Você sempre quis papai só para você! - Meu pai falou.- Eu queria que pudéssemos ter sido amigos. Queria poder compartilhar minha vida com você, mas agora eu não quero mais nada e até agradeço por isso nunca ter acontecido. Se fossemos mais próximos, você iria frequentar a minha casa e eu não tenho ideia do que
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Eu não esperava aquilo do meu pai, sempre o vi de uma maneira diferente, como se ele fosse realmente um homem honesto. Ele nunca foi perfeito e já havia cometido muitas falhas, mas nada que demonstrasse que ele era um doente.Depois que ele deu todos os doces para a criança, ela lhe deu um beijo na bochecha de despedida, lhe deu um abraço e foi correndo embora para casa. Eu pude "entender" porque não havia ninguém com ela naquele parque, nenhum responsável. Era porque ela morava quase em frente ao parque. A mãe dela estava na frente de casa esperando por ela. Pude ver quando ela entrou em casa. Ela provavelmente nunca havia falado para a mãe que havia conhecido um homem que lhe dava doces em troca de beijos da bochecha. Aquilo era completamente errado.Meu pai não demorou mais que 2 minutos para ir embora depois que aquela menina voltou para casa. Ele se levantou do banco e eu pude ver quando ajeitou
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Eu terminei de descer a escada e entrei na cozinha, onde estavam os dois.Meu pai me perguntou:" - Athos, foi você quem trouxe esse papel pra dentro de casa?- Foi sim, por que?Nesse momento o meu pai ficou calado e um pouco surpreso. Talvez ele não esperasse que eu fosse dizer que tinha sido eu mesmo que tinha levado o papel. Talvez ele pensasse que eu fosse mentir, mas eu não tinha nenhum motivo pra isso... Supostamente...- É... Por que você trouxe isso pra casa? Quem te deu isso?- Ah, eu estava voltando da casa do meu amigo quando uma senhora me parou aqui na esquina de casa e me perguntou se eu já havia visto essa menina da foto aí. É um papel de procurado. Ela está procurando a filha dela. Tem algum problema eu ter pego isso?- Não, é que... É que eu não gosto dessas coisas dentro de casa. Já vejo coisa demais no trabalho e ainda t
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Meu pai não falou nada, mas eu ouvi os passos dele se afastando. Quando eu percebi que ele estava descendo as escadas. Eu abri os meus olhos e rapidamente coloquei meus dedos na boca, fazendo o movimento para que ela não falasse nada. Eu falei bem baixinho:- Mãe, não fale nada. Diz pro papai sair de casa. Inventa qualquer coisa para ele sair de casa, por favor.- Mas por que?- Mãe, só faça isso, por favor, eu não posso falar com a senhora enquanto ele estiver aqui.Falei e logo em seguida fechei meus olhos. Meu pai já estava voltando. Claro que ele queria ser o mais rápido possível, porque ele queria estar lá quando eu acordasse.Sabia que minha mãe havia ficado confusa, mas ela fez o que eu pedi. Assim que meu pai entrou no quarto e entregou o termômetro nas mãos de minha mãe, ela falou:- Preciso que você vá pegar m
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    - Em uma noite, nós fomos jantar lá e o seu irmão também estava com a familia dele lá. A menina dele ainda era nova. A esposa ainda não estava com o bebê mais novo, acho que ainda estava grávida, mas não me lembro muito bem.Seu pai disse que queria me apresentar para os pais dele por mera formalidade, porque ele dizia que eles não se importavam com ele, então não tinha muitos motivos para tê-los sempre por perto. Só que seu avô e sua avó me receberam super bem. Seu tio e a esposa dele também me receberam muito bem. Todos pareciam estar muito felizes porque seu pai havia me levado e inclusive me falaram que era uma honra finalmente me conhecer. Eu conto nos dedos os lugares e a quantidade de vezes que eu fui bem tratada em um lugar. E eu fui muito bem tratada na casa dos seus avós. Seu pai parecia se
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  - Bom, mãe, antes de tudo eu quero dizer que sinto muito por isso que a senhora passou, deve ter sido dificil, porque a senhora estava grávida de mim...O vovô me contou essa história porque é por causa dela que papai e eles não tem um bom contato e é por causa disso que ele não fala mais com o irmão dele e me contando a sua versão, me mostra que meu avô realmente não mentiu em nada.A questão é que depois que vovô me contou essa história, eu comecei a olha diferente para o papai..- Como assim olhar diferente?- Eu passei a desconfiar dele, mãe. Eu comecei a perceber que todas as vezes que ele dizia que ia fumar na praça, que é algo que ele faz regularmente, ele sempre passava na cozinha antes.- Ele passa?- Sim, é porque a senhora não vê, a senhora sempre est&aacu
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