Meu pai não falou nada, mas eu ouvi os passos dele se afastando. Quando eu percebi que ele estava descendo as escadas. Eu abri os meus olhos e rapidamente coloquei meus dedos na boca, fazendo o movimento para que ela não falasse nada. Eu falei bem baixinho:
- Mãe, não fale nada. Diz pro papai sair de casa. Inventa qualquer coisa para ele sair de casa, por favor.
- Mas por que?
- Mãe, só faça isso, por favor, eu não posso falar com a senhora enquanto ele estiver aqui.
Falei e logo em seguida fechei meus olhos. Meu pai já estava voltando. Claro que ele queria ser o mais rápido possível, porque ele queria estar lá quando eu acordasse.
Sabia que minha mãe havia ficado confusa, mas ela fez o que eu pedi. Assim que meu pai entrou no quarto e entregou o termômetro nas mãos de minha mãe, ela falou:
- Preciso que você vá pegar m
- Em uma noite, nós fomos jantar lá e o seu irmão também estava com a familia dele lá. A menina dele ainda era nova. A esposa ainda não estava com o bebê mais novo, acho que ainda estava grávida, mas não me lembro muito bem.Seu pai disse que queria me apresentar para os pais dele por mera formalidade, porque ele dizia que eles não se importavam com ele, então não tinha muitos motivos para tê-los sempre por perto. Só que seu avô e sua avó me receberam super bem. Seu tio e a esposa dele também me receberam muito bem. Todos pareciam estar muito felizes porque seu pai havia me levado e inclusive me falaram que era uma honra finalmente me conhecer. Eu conto nos dedos os lugares e a quantidade de vezes que eu fui bem tratada em um lugar. E eu fui muito bem tratada na casa dos seus avós. Seu pai parecia se
- Bom, mãe, antes de tudo eu quero dizer que sinto muito por isso que a senhora passou, deve ter sido dificil, porque a senhora estava grávida de mim...O vovô me contou essa história porque é por causa dela que papai e eles não tem um bom contato e é por causa disso que ele não fala mais com o irmão dele e me contando a sua versão, me mostra que meu avô realmente não mentiu em nada.A questão é que depois que vovô me contou essa história, eu comecei a olha diferente para o papai..- Como assim olhar diferente?- Eu passei a desconfiar dele, mãe. Eu comecei a perceber que todas as vezes que ele dizia que ia fumar na praça, que é algo que ele faz regularmente, ele sempre passava na cozinha antes.- Ele passa?- Sim, é porque a senhora não vê, a senhora sempre est&aacu
- A senhora está certa, mãe, mas o que eu vou fazer agora? Não posso fingir que estou em coma...- Sim, eu já estava pensando sobre isso.- E o que vamos fazer?- Você já vai estar acordado quando ele chegar. Ele já deve estar chegando, inclusive. Você vai dizer que não se lembra do que aconteceu. Preciso que você seja muito convincente, meu filho, mesmo que isso seja algo dificil para você fazer. Você precisa tratar o seu pai normalmente...- Não sei nem se consigo olhar nos olhos dele, mãe, como que vou conseguir trata-lo normalmente?- Porque essa vai ser a única chance de conseguirmos fazer com que ele não faça nada. Eu não sei do que seu pai é capaz de fazer, Athos. E o que ele fez é muito sério. Ele com certeza tem medo que isso seja descoberto por qualquer pess
Depois de terminar, ele me apontou que voltasse a sentar na cadeira e foi para trás de sua mesinha e falou:- Bom, senhores, o galo realmente está bem grande e foi em uma parte da cabeça que pode causar uma amnésia temporaria, apesar de ser bastante incomum. Não vejo sinais de alucinógenos no filho de vocês, então isso já é uma coisa muito boa, porque o que eu mais recebo aqui, são jovens que usam drogas e não possuem limites. Vou passar alguns exames para o senhor, jovem Athos, fazer, para que possamos avaliar melhor esse baque na sua cabeça e se por um acaso o senhor está tendo algum sangramento interno. Pegue esse papel aqui e pode ir. Mas agora o senhor só poderá ter direito a um acompanhante. O outro terá de esperar lá fora.- Eu fiquei aliviado de ouvir o médico falar que eu poderia estar tendo um amnésia tempor&
Quando chegamos em casa, minha mãe me disse para ir deitar no sofá, porque ela me fazer um chá antes que eu pudesse ir dormir. Ela também me deu uma compressa para colocar no galo. A batida realmente doía.Eu já estava um pouco mais calmo nessa hora, porque parecia que meu pai tinha realmente acreditado no que eu havia falado e ele aparentava estar mais calmo também.Eu pude ouvir oque eles dois falavam na cozinha. Mamãe também estava sabendo interpretar bem o papel que ela havia escolhido fazer, o papel dela mesma. Mamãe nunca ficaria satisfeita com a resposta que meu pai deu pra ela. Por mais fechado que meu pai fosse, minha mãe não era a pessoa que poderia ser mais facilmente convencida e ela tinha que agir como se eu realmente não tivesse falado nada para ela.- Eu ainda quero saber melhor o que foi que aconteceu naquele parque, porque você ainda não
- Boa tarde.- Boa tarde, a senhora está procurando alguém?- É sua filha? Ela é uma mocinha linda, eu sempre quis ter uma menina, mas Deus só me deu o meu menino, que já é quase um rapaz agora.- Sim, é minha filha. E eu sempre quis ter um menino também. Queria ter um casal, mas nunca consegui. Meu esposo faleceu e eu só tive minha menina mesmo.- Nossa, eu sinto muito. Meus sentimentos.- Tudo bem, já faz um tempo que isso aconteceu.- Aqui tem uma praça bonita, não é? Fica bem na frente da casa de vocês. A mocinha não gosta de brincar lá?- Ah, ela gostava, mas desde que aconteceu uma coisa ali com ela, eu não deixei mais que ela fosse para lá. Pode ver que quase ninguém frequenta esse parque.- É verdade. Mas se a senhora não se incomoda que eu pergunte, o que aconteceu?
O tempo foi passando e eu até comecei a pensar que papai tinha deixado de tentar alguma coisa, mas algo sempre ficava como se fosse uma pulga atrás da orelha.Mamãe e eu nunca haviamos esquecido do que tinha acontecido e nem deixamos de tentar procurar pelo segundo homem, aquele homem que foi visto junto com papai.Mamãe tinha tentado conseguir descobrir quem era aquele tal homem, mas ela não havia conseguido chegar em lugar algum. Eu não tinha como procurar, na verdade, nenhum de nós dois tinhamos como saber onde procurar, nem sabiamos por onde começar.Os anos passaram, eu cresci, me tornei adulto e fui para a faculdade.Durante todo esse tempo eu nunca esqueci do que tinha acontecido e nunca deixei de ter vontade de descobrir, mas papai parecia ter parado realmente. Nunca mais descobrimos nada dele e ele parecia que só saía de casa para trabalhar e as vezes saía com um de seus
- Você é mole demais com esse menino, mas hoje ele vai aprender que quando fizer uma merda desse tamanho, ele vai pagar. Eu vou ver agora se essa cara lavada dele não vai mudar.Papai pegou ele pelo braço e saiu arrastando até dentro de casa. Sua avó gritava e dizia para papai parar, porque ele iria acabar machucando-o.- Ele é apenas um menino, eu tenho certeza que ele não queria fazer mal nenhum àquela criança. Vamos fale pra ele, meu filho!Mas seu pai continuava calado.- Você vai levar a surra que nunca levou na sua vida!Papai tirou o cinto e começou a bater nas pernas e na bunda de seu pai. Eu nunca tinha visto papai daquela maneira, nunca o tinha visto perder o controle, mas ele perdeu naquele dia. Ele bateu no seu pai até que ele começasse a chorar, mas ele demorou para começar a chorar, mas mesmo chorando ele não ped