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Todos os capítulos do Contrato com o gângster: Capítulo 31 - Capítulo 40
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Eu cuidarei de tudo
Já no quarto, o casal saboreava a refeição e entre uma garfada e outra, Lívia e Enrico planejavam quais lugares gostariam de visitar juntos e compartilhavam ideias de decoração para a casa. Lívia estava empolgada com a ideia de, finalmente, ter uma família. Esperava por isso há muitos anos. A TV da parede estava ligada transmitindo mais um capítulo da novela da tarde. Enrico não conseguia entender como as mulheres podiam gostar tanto daqueles personagens cercados por tantos dramas, era tedioso, mas ainda assim, a maioria das novelas da tarde eram um sucesso entre o público feminino. Porém, Lívia não parecia se interessar, estava mais empolgada em fazer planos com Enrico. De repente, antes que o segredo da protagonista fosse revelado, a programação foi interrompida pelo alerta do Plantão de Notícias, o que atraiu os olhos de Lívia para a TV, e mais do que isso, a notícia a seguir roubou sua atenção por completo. Enrico até tentou continuar o assunto sobre os melhores pontos turíst
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Um traidor
O repórter continuava se desculpando pelo erro, mas, no fundo, estava com medo do que Enrico poderia fazer com aquele alicate. Já tinha assistido filmes e ouvido falar de como essas gangues costumavam usar torturas para punir seu algoz. O homem assustado observou a sua volta, para ver se não havia nenhuma furadeira ou faca.— Adoraria tirar cada uma delas só para medir a sua tolerância a dor. — Estreitou o olhar para as unhas bem feitas. — Eu só não vou arrancar as suas unhas porque, antes, eu quero que você se retrate e conte a verdade sobre essa turma de vigaristas, capiche? — Enrico olhou para um dos membros da gangue que colocou o computador portátil sobre a mesa. — Fique de olho e preste atenção em tudo o que ele vai escrever.— Sim, chefe!Enrico deixou que os seus subordinados vigiassem o repórter até ele postar uma nota de esclarecimento e, ao mesmo tempo, ele saiu para investigar o e-mail suspeito que Lívia recebeu. Precisava descobrir quem era o remetente que enviou o e-mai
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Não precisa ter vergonha
Uma semana depois, Lívia se recuperava bem. Estava um pouco mais animada e ansiosa para receber a autorização para se cuidar em casa. Ela tomava o café da manhã e admirava a paisagem através da janela quando o homem atraente, vestido elegantemente, entrou no quarto. Lívia colocou a mesinha de lado e pulou nos braços de Enrico.— Senti sua falta, amore mio!A ocitocina corria livremente por suas veias, O coração batia mais rápido com o jeito como ele a chamava de amor. Lívia se sentia mais segura pela sensação de conforto dentro dos braços fortes. Era bom ter alguém para protegê-la e dar algum sentido a sua vida.— Vamos para casa! — Ele mostrou o documento de liberação.— Davvero? — indagou.— Sim, bella mia! — Pressionou os lábios contra os dela. — Arrume as suas coisas, eu também estou ansioso para te levar para casa.Lívia finalmente recebeu sua alta do hospital. Podia se recuperar em casa.Com a ajuda de Enrico, ela calçou os sapatos. Logo que prendeu os cabelos no alto da cabeça
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Eu vou te proteger!
Na manhã seguinte, quando Lívia virou-se na cama, ela notou o bilhete na mesinha de cabeceira ao lado.Tomando cuidado para não se machucar com os espinhos, ela retirou uma das rosas-brancas que estavam no vaso de cristal enquanto lia a curta frase:“Uma flor para a mais bela flor. Coma todo o seu café!”.Lívia deixou escapar um sorrisinho apaixonado, os olhos de jabuticaba se concentraram na bandeja com suco, torradas, biscoitos, uvas verdes e fatias de mamão. Ainda na cama, ela se alimentou.Pouco depois de afastar as cobertas, arrastou-se para fora da cama. Dentro do lavabo, ela realizou o ritual de beleza matinal, escovou os dentes e penteou os cabelos antes de prendê-los no alto da cabeça. Lívia retornou ao quarto e afastou as enormes cortinas de voil branca. Abrindo a enorme porta de vidro de correr, ela foi até a varanda do quarto, onde aproveitou para andar enquanto apreciava a bela vista.A casa ficava no alto de uma colina em San Miniato. Como o céu estava claro, Lívia tinha
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Estás belíssima, amore mio!
Nos dias que se sucederam, Lívia já subia a escada e realizava os seus afazeres. Em alguns momentos, sentia falta do trabalho e dos colegas da clínica. Certa tarde, ela divergiu com o marido porque ele insistia para que Lívia ficasse mais alguns dias em casa. Enrico saiu do quarto batendo a porta, em seu íntimo, ele acreditava que a esposa sentia falta do amigo.Ao cair da noite, Lívia estava com o cãozinho Bob, na sala de estar, quando foi surpreendida pelo rapaz que fazia parte da gangue. O cãozinho correu direto para o seu cuidador.— O chefe mandou te entregar. — deu o ramalhete com arranjo de margaridas amarelas, vermelhas e brancas para Lívia. — Vamos, passear Bob! — Colocou a coleira no cão e saiu.Havia um pedido de desculpas e um convite para o jantar no bilhete que ela retirou de dentro do buquê.— Buonasera, doutora Ricci! — A governanta de cabelos grisalhos cumprimentou a médica. — Buonasera!Lívia ainda tinha um sorriso no rosto quando olhou para o embrulho e para a saco
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Ti amo, bella mia!
Já em casa, Lívia tropeçou num degrau. Realmente não estava acostumada a beber.— Ui! — Ela deu um gritinho quando Enrico a pegou no colo e a levou até o segundo andar. — Estou ficando mal acostumada.Lívia tocou o furinho no queixo de Enrico e passou o indicador nos lábios.— Pare de olhar para os meus seios. — ela falou, sorrindo. — Olhe para mim! — Forçou-o a levantar o rosto para encará-la. — Seus olhos são tão lindos.Ele tentou manter a seriedade, mas Lívia era engraçada quando estava bêbada. Enrico deixou escapar um sorriso quando atravessou a porta do quarto.— Não consigo mais! — A voz máscula confessou. — Eu preciso sentir você! — Colocou-a sobre a cama.Olhos azuis e olhos negros se encaravam. Enrico acarinhou o rosto anguloso e traçou a curva dos lábios vermelhos com os dedos.— Você está linda demais essa noites… — tocou o seu lábio com o dedo indicador.Deitada sobre os lençóis de seda, ela suspirou com o carinho da mão de Enrico tocando-lhe o contorno dos seios. Sem tir
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Uma bela mentirosa
Ela tomou distância do homem enfurecido, as pernas bateram contra a cadeira onde ela caiu sentada.— Eu nunca vi essas coisas antes! Sentindo que o esposo se comportava de forma estranha, Lívia desviou o olhar e tentou fugir para o banheiro. Movimentando-se com destreza, ele impediu-a de se esconder. Queria saber a verdade.— Onde você conseguiu essa moeda?— Eu nunca vi isso antes, Enrico! — ela sacudiu o braço para se desvencilhar, mas ele não soltou.— Você disse que não pegou o pen drive da minha mochila! — Esbravejou. — Não peguei— Para de mentir! — Falou aos berros. — Aonde você conseguiu essa moeda, — segurou-a pelo braço. — Eu não sei!— Isso estava na sua bolsa, mas você não sabe nada sobre isso.— Enrico, por favor, você está me assustando! — Ela puxou o braço com um pouco mais de força — Por que está tão estranho? O que está acontecendo?— Pobre Lívia, sempre tão ingênua! — Havia um certo desdém em seu tom de voz — Até quando você vai continuar fingindo? — questionou, i
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Uma desilusão avassaladora
No instante em que saiu da casa, Enrico entrou no carro. Dirigiu como um louco pela estrada. O trânsito estava livre, mas do jeito que estava, atropelaria a primeira pessoa que atravessasse o seu caminho.— Como pude ser tão estúpido? — Girou a moeda de ouro na mão esquerda.Enrico aumentou a velocidade até chegar a casa do tio em Florença. Freou bruscamente em frente ao portão, homens armados saíram de trás das árvores.— É o chefe! — Ele meneou a cabeça para os homens que lhe saudaram.Conduziu o Rolls-Royce e pulou do carro depois que parou próximo a varanda da entrada principal.— Onde está o meu tio? — Enrico perguntou ao mordomo que pegou o blazer e saiu andando pelo hall.— Don Bianchi acabou de chegar de um evento. — informou o leve sotaque britânico.— Preciso conversar com ele, é urgente — pisou no primeiro degrau.— O Don Bianchi ainda não se recolheu, está no escritório.Voltando, ele passou por ele às pressas. Abriu a porta sem anunciar.— Que modos são esses, Enrico?—
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Dominado pela paranoia
Enrico passou pelos seguranças em silêncio, tinha medo de que o nó se formando em sua garganta ficasse aparente em sua voz, afinal, seria o futuro Capo, precisava manter a postura. Já dentro do carro, ele tirou o blazer e afrouxou o colarinho, sentia a raiva sufoca-lo. Sentia-se estúpido por ter sido enganado por um rabo de saia. Enrico baixou os vidros, permitindo que o ar gelado condesasse sua respiração irregular, o vento frio açoitou o seu rosto. A voz do tio ainda reverberava em sua mente, as informações colhidas, junto com a moeda e o pendrive, confirmavam o que Enrico tinha tanto medo de admitir para si mesmo: ele estava errado sobre a própria esposa. A mulher que ele amava era uma farsa, mas Enrico estava cansado de brincar de casinha, estava na hora de dar uma lição na mulher que o enfeitiçou com os seus encantos. Enrico entrou na sala, olhou para o sofá onde Lívia estava encolhida, envolta em um cobertor. Por breves segundos, ele se compadeceu da mulher com marcas de lágrim
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Raiva e desejo
Lívia recuou rapidamente e escondeu o desenho atrás das costas. Entre as respirações irregulares, ela virou-se. — Buongiorno. — disse a governanta ao entrar com a mesinha de café. — Se eu fosse a senhora, não mexeria nisso. — elevou o queixo, indicando o quadro. — O seu marido nunca deixou que outras pessoas entrassem nesse quarto. Apenas eu tenho permissão para limpar uma vez na semana. — Certo! — Lívia concordou. Permaneceu com as mãos atrás das costas. — Trouxe o seu desjejum. — A mulher de cabelos brancos exibiu a mesinha de café. — Obrigada! — É melhor a senhora colocar esse desenho no lugar. A funcionária arrumava aquele quarto desde que Enrico era um menino. Na época, ela ficou chocada com os primeiros desenhos, mas depois de um tempo, ela se habituou ao modo como o pequeno Enrico extravasava toda a sua dor e raiva, já que o tio nunca o levou para um acompanhamento adequado com um psicólogo. Lívia rapidamente, pôs o desenho no lugar. Pegou a mesinha e sentou-se em uma
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