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Todos os capítulos do Amnésia da doce esposa do CEO: Capítulo 81 - Capítulo 90
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Algazarra
Após dois dias inteiros sofrendo e evitando falar sobre o que a deixou naquele estado, Sara sentia-se cansada e a beira da depressão. A companhia de Tatiana e Jerson a distraia, pois, ambos respeitavam seu silêncio, oferecendo mais que um teto provisório. Tatiana prometeu que quando quisesse desabafar estaria disponível. Jerson era galante e bem humorado, sempre tentando fazê-la rir e às vezes conseguia. Sara percebia que ele se esforçava ao máximo para não vê-la chorar novamente. Quando Rodrigo ligava, ou aparecia no prédio, eles atendiam com os olhos grudados em sua face, bastava um sinal e informavam que ela não queria falar. Tanta atenção e carinho deixavam Sara envergonhada. Não podia passar a vida toda se escondendo, obrigando Tatiana e Jerson a convencer Rodrigo a lhe dar mais tempo. Por isso, e por querer rever os rostinhos de suas crianças, decidiu voltar ao trabalho. Embora não se sentisse preparada para correr o risco de encontrar Rodrigo - duvidava que algum dia estaria
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Pedido de divórcio
Sara molhou o rosto, o pescoço e os pulsos, depois, ainda se sentindo zonza, apoio as mãos na pia, fitando no espelho oval seu rosto lívido. Por pouco pensou que desmaiaria. Deveria ter se alimentado direito durante a manhã, mas o estresse tirou seu apetite. Pronta para enfrentar a ira de Tatiana, virou, dando-se conta só naquele momento que não estava sozinha no pequeno banheiro. Encostado na porta fechada, de braços cruzados, Rodrigo a observava como um leão prestes a atacar sua vítima. Desviou o olhar e forçou as pernas a seguirem em frente. — Com licença — pediu olhando para um ponto entre o queixo e o pescoço dele. — Até que me ouça, não sairemos daqui. ~*~ Os nós dos dedos esbranquiçaram, tamanha a pressão exercida em volta do volante. Apesar de Robson declarar que Sara e Rodrigo se divorciariam, o automóvel do Montenegro parado a poucos metros de onde estava, e a determinação do ex-noivo em declarar amar a esposa, deixavam claro que ele não desistiria do casamento. Pelo
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Conselho
Com aflição, Rodrigo passou os dedos entre os fios escuros bagunçando-os. — Entenda, você estava fora de controle. Não adiantava falar ou argumentar. As brigas, o ciúme e o alvoroço diário eram insuportáveis — desabafou. — Estava esgotado, não conseguia enxergar uma solução, então aceitei um conselho da Karen. — Aposto que era para nos separar — Sara resmungou, indignada por Rorigo aceitar qualquer ideia dada pela ex. — Karen fazia-se de amiga na frente dos outros, mas não cansava de dizer que você jamais me amaria como a amava. E eu passava como lunática quando xingava aquela cínica. — Sua atitude ofensiva e violenta não se limitava Karen e, na maioria das vezes, eram sem proposito ou justificativa. Sara ficou envergonhada com o comentário, admitindo a veracidade dele. Agora conseguia ver que exagerou na maioria dos ataques de ciúmes. — Afinal, do que se tratava aquele documento? — questionou curiosa. — Da sua internação. A confusão tomou a face de Sara, estreitando seus olhos,
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Não faz sentido
Após a confissão, Sara não teve coragem de encarar Rodrigo, tinha medo do que encontraria nas íris escuras. — Por isso quer a separação? — Rodrigo questionou deslizando as mãos pelos braços dela com suavidade. — Sim... E não é só isso... — Sara sentiu os olhos arderem e sua a voz ficou imediatamente embargada. — Antes de casarmos, comecei um tratamento para impedir uma possível gravidez... Desculpe-me... — Sentiu a garganta travar por um instante, as lágrimas descendo quentes por seu rosto enquanto expurgava seus pecados. — Você e Izaque tiveram algo depois de...? — Não! — Sara apressou-se a negar. — Foi uma noite, antes do seu término... Um erro que levou a outros... — confessou erguendo o olhar, tentando visualizá-lo em meios às lágrimas que embaçavam sua visão. — Entendo. — Sara imaginou que ele amaldiçoaria o dia que a conheceu, motivo que a fez receber com surpresa a ordem que se seguiu: — Não se preocupe com isso, esqueça o divórcio e volte comigo para nossa casa. — Depois
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Erros e Acertos
Tatiana moveu o olhar das costas do Montenegro para fixa-lo no rosto pálido da afilhada. — Foi impressão ou o Montenegro estava chorando? Sara saiu do banheiro esfregava as mãos nos braços, esperando aquecer-se, colocar fim a angústia que a envolvia. — Foi tudo tão confuso... — Sara, essa situação está fora de controle — Tatiana declarou, acrescentando com autoridade: — Se ama seu marido, e ele claramente te ama, não existe razão para que continuem brigados e separados. — É complicado... — murmurou angustiada. — Não quero destruir a vida dele mais do que já fiz. — Destruirá a vida dos dois se persistir em ignorar a oportunidade bem na sua frente — Tatiana alertou. — Volte para sua casa e para seu marido. Logo terão um bebê para mimar e esquecer, de vez e de forma correta, o início conturbado que tiveram. — Acha mesmo? — Claro, querida! Não importa o que ambos fizeram, é passado, no presente, entre erros e acertos vocês se amam e formarão uma família em breve. — Sorrindo, pousou
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Queda
A vida costuma dar rasteiras em seres que se julgam superiores, para que aprendam a se erguer e lembrar, mesmo que só um pouco, que podem cair várias vezes se assim ela desejar. Rodrigo sofreu muitas quedas em seus vinte e sete anos de vida, mas três foram as mais cruéis e difíceis de levantar. A primeira grande rasteira ocorreu na adolescência. Tinha sido um jovem mimado, não por Sérgio Montenegro, seu pai, que passava mais tempo com Izaque, o primogênito, mas por sua mãe e pelo irmão, quando esse tinha tempo para gastar com o caçula três anos mais novo. Foi por causa do tratamento diferenciado do pai para com ele e Izaque que seu instinto de desafio iniciou. Se Izaque era bom em algo, ele se esforçava para ser melhor. A rivalidade unilateral, aliada a ânsia de agradar o pai, o motivou a namorar Karen, filha do melhor amigo de Sérgio. Decisão infantil, mas não uma “tarefa” difícil, até por costume essa tinha sido a escolha óbvia. Cresceram juntos, ela se derretia só em olha-la e,
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Impacto
Sara foi lançada de lado, sem a força destrutiva e dor que imaginou. Fora a sensação de pequenos espetos na pele, a queda foi suave, quase como cair em um colchão de folhas. Confusa e com o coração acelerado pelo medo, abriu os olhos e deu-se conta que foi exatamente nesse lugar que caiu, em folhas e flores azuis. Ao longe se ouvia o som alto e cortante de uma freada. Ergueu-se desajeitadamente do canteiro de miosótis da fachada e, alerta a confusão ao seu redor, afastou com as mãos a sujeira, folhas e pétalas grudadas em seu uniforme. Funcionários do hospital e alguns pedestres se amontoavam em dois lugares, um grupo cercava o veículo que quase a atropelou, outro estava em volta de algo a poucos metros de onde o carro parou. Vozes exaltadas se erguiam do segundo ponto, entre elas uma pedindo uma maca e alguém gritando que havia um ferido necessitando de socorro urgente. — Está bem Senhora Montenegro? — Natali, enfermeira da ala de cirurgia, perguntou ao aproximar-se dela. — Machu
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Mereci
Sara só desejava encontrar Rodrigo, porém naquele dia bizarro tudo e todos pareciam afasta-la desse objetivo. Depois dos exames, que felizmente mostraram que ela e seu bebê estavam bem, teve de ir à delegacia testemunhar sobre o atropelamento de Rodrigo. Passou horas contando o que aconteceu antes e na hora do incidente, além de responder diversas perguntas, algumas incomodas, sobre sua relação e a do marido com Karen. Quando enfim foi liberada, já anoitecia e não teve permissão para visitar o marido. Nem mesmo quando apelou para seu cargo e o de sua madrinha como argumento para deixarem. Foi com ansiedade que entrou no quarto dele no dia seguinte. Rodrigo continuava adormecido, o rosto extremamente pálido, com hematomas e escoriações, escondido por uma máscara, repleto de fios no tronco enfaixado e nos braços. Parou ao lado dele e acariciou o cabelo escuro devagar com a mão direita, a outra manteve repousava em seu ventre, ainda sem mostrar que abrigava um pequeno ser com os gene
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Vítima e vilã
Sentada ao lado de Rodrigo, segurando a mão dele entre as suas, Sara permitiu a entrada de Tatiana no quarto. — Vá para casa descansar — Tatiana aconselhou, preocupada com o bem estar da afilhada. — Quero ficar um pouco mais — Sara disse acariciando o dorso da mão do marido. — Pelo menos até acabar o horário de visita. Decidindo mudar de assunto, por notar que a afilhada resistiria em sair de perto do marido, puxou uma cadeira para perto de Sara. — Me disseram que você depôs contra a Karen? Sara balançou a cabeça em sinal afirmativo. — Sabe o que é pior? Enquanto respondia as mil perguntas, me dei conta que podia ser eu atrás daquele volante — comentou sentindo um bolor se formar em sua garganta. — Antes da amnésia, eu seria capaz disso. — Realmente — Tatiana soltou, recebendo um olhar surpreso e ofendido da afilhada. Mesmo que o pensamento tivesse partido dela, Sara tivera esperança que Tatiana não concordasse. — Não me olhe assim! As atitudes que teve antes da amnésia foram
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Infinitamente
Mesmo não querendo se afastar do marido, Sara retornou ao apartamento de Tatiana para comer, tomar banho e dormir. Tatiana foi a maior incentivadora, forçando-a a isso ao argumentar que o dia estressante prejudicaria sua saúde. Pediu para Tatiana e para os enfermeiros responsáveis pelo quarto de Rodrigo que entrassem em contato se necessitassem de algo, ou houvesse alguma mudança no estado dele. Ninguém interrompeu seu sono e quando acordou, no dia seguinte, já passava das dez da tarde. Tomou um banho, trocou de roupa e foi para o hospital ansiosa em rever o marido. Entrou no quarto e encontrou Rodrigo adormecido, sendo informada que ele despertou pela manhã, mas devido os medicamentos voltou a dormir. Aproximou-se do leito e segurou sua mão, uma sensação boa percorrendo seu corpo quando um sorriso miúdo adornou os lábios ressequidos. — Como se sente? — Muito melhor... por você estar... do meu lado — ele respondeu devagar, incomodado pelas dores no corpo e pela máscara abafar sua
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