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Todos os capítulos do Inocência das Trevas: Capítulo 1 - Capítulo 10
18 chapters
Fragmentos de Esperança - Parte 1
O som do piano enchia os corredores do colégio Santa Helena com sua doce melodia. Havia no ar um sentimento de paz e tranquilidade tão grande que por aqueles breves momentos todos se esqueciam das tragédias pelas quais a cidade vinha sendo notícia nos jornais da mídia local.A pianista era uma jovem estudante e seu talento para as artes era algo nato. Não apenas referente ao instrumento, mas suas outras habilidades destacavam-se, fosse na pintura ou na escrita. Nathalie Osbourne era uma flor que ainda nem havia desabrochado, mas apenas o botão já causava inveja em todo o jardim.Seus dedos corriam pelas teclas do velho piano de cauda do salão de música da escola enquanto a mesma mantinha os olhos fechados. Costumava dizer que a música não era algo para ser decorado ou aprendido, mas sim para se sentir. Os grandes músicos de todas as épocas – dizia ela &ndash
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Fragmentos de Esperança - Parte 2
Os olhos de Nathalie pareciam brilhar mais do que as estrelas naquela noite. Então música era parte da alma daquele garoto? Ela jamais esperara ouvir algo tão profundo de algum menino das várias bandas de rock, estilo único adotado pelas bandas naquele colégio. O garoto permanecera em silêncio aguardando pela resposta. As palavras não saíam direito e a menina engasgou. Ainda mais envergonhada, bebera um gole do suco que pedira. Então o encarara.—C-claro… – respondera – Se os outros estiverem de acordo, podemos falar sobre isso qualquer hora. Mas sinceramente, não sou tão boa. Espero que não se decepcione – emendara.Adrian segurara a mão da menina sobre a mesa. Aquela mão pequena e branca que parecia tão frágil estava fria como gelo. Nervosismo? – pensara ele. Talvez devesse a ter abordado de outra forma, mas era ta
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Rivalidade - Parte 1
A humanidade crê que a verdade liberta e purifica.Algumas pessoas insistem em dizer que só a verdade traz a paz de espírito, mas essas mesmas pessoas também não acreditam nisso. Alguns podem até mesmo acreditar, contudo, eles mesmos são outras vítimas da única verdade universal sobre a condição natural do ser humano: a de que suas vidas são meras mentiras.Assim que o ser humano sente pela primeira vez a rejeição por seus atos, logo na infância, quando é repreendido por seus primeiros erros, o mesmo adquire uma nova característica que é comum a todos os de sua espécie: ficar calado ante seus erros. Isso seria mentir? Alguns dizem que omitir não é mentir, mas de um ponto de vista mais amplo, isso seria apenas um eufemismo para o caso. Se alguém lhe pergunta algo do qual você sabe a resposta,
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Rivalidade - Parte 2
Séria? – pensara Nathalie. Talvez fosse um pouco, mas acreditava que os outros prefeririam uma palavra mais adequada para aquela expressão como inválida ou deficiente. De qualquer forma, Adrian parecia ser diferente, tinha sido gentil com ela. Deveria haver uma boa razão para isso e certamente não era apenas o interesse nela tocando com ele na banda.—E você não tem medo de se aproximar de uma menina séria? – indagara ela usando a mesma palavra que o rapaz escolhera para se expressar.—É claro que tenho, não faz ideia. Estou me esforçando para não gaguejar e pensando mil vez em cada palavra antes de dizer. Se me visse agora riria muito de como minhas pernas estão tremendo – respondera ele, parecendo sincero em cada palavra – Mas como disse, você é talentosa e linda. E também educada e charmosa como vejo agor
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Rivalidade - Parte 3
Havia um período livre entre as aulas de Nathalie onde os alunos estudavam sobre esportes diariamente. O colégio Santa Helena tinha mais de vinte times de diversas categorias esportivas e muitos desses responsáveis por centenas de troféus em eventos regionais e estaduais para a escola, uma grande razão para o estudo de técnicas relacionadas ter logo se tornado parte do currículo escolar. Da mesma forma música e artes tinham seu valor, abrigando diversas bandas e solistas entre seus alunos.Nathalie não precisava assistir as aulas sobre Literatura Esportiva – como chamavam – devido à sua condição, aproveitando esse tempo livre para ler todos os dias. Seu lugar de leitura habitual era na curva entre duas escadarias que levavam para o andar superior do primeiro prédio da escola, onde também ficava localizada a biblioteca. Normalmente Cindy ou Rebecca a ajudavam
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Vazio - Parte 1
Nathalie estava deitada na enorme cama de casal king size que havia em seu quarto. Tinha os braços abertos enquanto se imaginava voando em um céu de nuvens brancas e frias. Vestia apenas uma calcinha cor de rosa com rendas detalhada com um botton com o formato de ursinho na lateral direita.Seu corpo nu estava descoberto, a brisa da noite entrava pela janela aberta fazendo com que todos os minúsculos pelos de seu corpo se arrepiassem. Tinha seios grandes com mamilos rosados e cada vez que se sentia arrepiar lembrava-se das carícias ali recebidas em tempos passados, em outras vidas, em sonhos que ela se negava a esquecer.Abrira os olhos ponderando sobre a equanimidade em sua mente e em seu coração diante das turbulentas ocorrências em sua vida. Quando se tornara tão distante de sua própria humanidade? Quando seus desejos e suas emoções lhe haviam abandonado?O celular tocara, a despertan
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Vazio - Parte 2
Fechara os olhos e suspirara tentando se acalmar. Afinal, por que se sentia tão preocupada? Tão incomodada? Sentia que dentro de si um grande terror a preenchia e não sabia como fazer para se livrar daquele tipo de sentimento. Seria arrependimento pelo que fizera com a menina deficiente? Não era uma santa e já tinha cometido muitos erros, mas nunca nada tão grave.Quando o vento gelado tocara indelicadamente a face da morena, a mesma dera um salto de onde estava. Já em pé, ainda com os joelhos tremendo, a jovem olhara de volta para o banco. Estivera dormindo? Quando havia cochilado que não se lembrava? Dos dois lados da plataforma podia ver os portões de acesso já fechados. A escuridão dominava quase completamente, a não ser por duas luminárias que chiavam e piscavam eventualmente atraindo insetos para a luz.Olhara para as horas no relógio que ainda marcava cinco m
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Vazio - Parte 3
Nathalie ficara em silêncio por alguns segundos assimilando as palavras e seu significado, por fim respondera abrindo os olhos já mais despertada.—Passam aqui? De quem está falando, Becca? São oito horas, não devia estar no colégio? – indagara.—Estou com Cindy. As aulas de hoje foram suspensas, todas elas, um acidente terrível. Parece que o colégio Santa Helena está com mau agouro, não bastasse o assassinato de Julye, outra morte veio para nos assombrar. Donna se suicidou essa tarde.—Não sei o que dizer – respondera a garota loira enquanto coçava os olhos – O que pretende fazer? Não posso voltar tarde para casa, sabe disso.—Vamos à uma lanchonete comer alguma coisa, você precisa sair também às vezes, não pode ficar trancada pra sempre só pensando em escola e trabalhos. Pelo que per
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Vazio - Parte 4
Embora o trio de amigos não tivesse ciência dos fatos, Adrian explicava à garota junto de si o que havia acontecido com Regan pelo que ouvira na sala de música onde a banda estava ensaiando.—Encontraram o corpo de Regan nas colinas nessa manhã. Parece que ela não voltou da escola ontem, então seus pais deram queixa por desaparecimento. Normalmente só iniciam buscas por pessoas assim após 24hs, mas o pai de Regan é bem influente por ser policial aposentado e conseguiu que agilizassem as coisas… – começara o garoto.—Que trágico. Não posso imaginar como estão se sentindo… A polícia tem alguma ideia sobre o que aconteceu? – indagara a menina.—Pelo que dizem já foi feita até a autópsia – respondera Adrian – Pelo que ouvi, ela foi estuprada e depois estrangulada, um crime muito bá
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Inocência perdida - Parte 1
A garota avançara pela porta de metal se sentindo a pessoa mais estranha na face da Terra. Em que momento concordara em ir até ali? Não se lembrava, tudo de que se lembrava era do carro parando em frente de sua casa e de Julius, um dos amigos de Adrian estar no volante.Adrian a ajudara a entrar e colocara a cadeira na traseira da Ranger. Agora ali estava ela adentrando a casa do rapaz como convidada para jantar. Talvez não houvesse razão para ficar nervosa, mas estava.  O que estariam esperando dela? O que os pais do garoto pensariam sobre os dois? Talvez achassem que eram namorados, mas não acontecera nada entre eles, eram amigos.E se eles se decepcionassem com ela? Uma coisa era certa, ela sabia que aquilo não daria certo, sabia que era errado, mas mesmo assim ali estava.Todos aqueles pensamentos desapareceram quando as duas meninas se encontraram. Os olhos azuis brilhantes de Nathalie com os olhos casta
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