O peito de Heitor contorceu-se e o já tão familiar arrepiou circundou sua coluna. Áurea estava tão diferente estes tempos. Passara as férias sozinha, numa espécie de retiro espiritual que em nada lhe acrescentava se não um sentimento vazio e amargo, parecido com a solidão. Eles se falavam com uma razoável frequência, mas sempre como amigos, claro. Aliás, criaram uma espécie de laço amigável que fizera o garoto temer uma futura impossível saída. Mas chama-lo para o quarto andar? Aquele corredor era completamente vazio, não poderia haver assunto algum que não se pudesse ter no pátio ou mesmo na sala de aula. Alguma coisa parecia estranha, mas não lhe parecia um bom momento para otimismos. Com toda a certeza a garota estava com algum problema, o silêncio durante a aula de hoje parecia significar bem mais agora... Com toda a certeza o assunto, se triste, envolveria a aproximação de Afonso e Victória. Áurea não deixara de amá-lo, não deixara de amá-lo em momento algum. Ne
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