Início / Fantasia / Alina da Valáquia / Capítulo 31 - Capítulo 35
Todos os capítulos do Alina da Valáquia: Capítulo 31 - Capítulo 35
35 chapters
Capítulo 31 - Reencontro em Dublin
NAS PRIMEIRAS NOITES ela vinha me visitar com frequência. Dava-me um beijo com os lábios úmidos em minha testa, levantava-me o lençol e se aninhava em meu peito. Ficava-me a fazer carícias no rosto enquanto me falava como havia sido seu dia. Contava das falésias onde cavalgava com Ragazza ao pôr do sol, dos vales verdejantes onde caminhava de mãos dadas com o pai e das colinas que visitava com Danielle. Fabrice a levava para ver o mar, mas tirava-lhe da água quando as ondas quebravam muito próximas da costa, preocupado. Remy a ajudava a colher conchas na praia parando para lhe fazer companhia e ouvir o barulho ressonante do mar dentro delas. Cada lembrança terminava com um risinho doce, suave. O calor que seu pequeno corpo me transmitia embaixo das cobertas era reconfortante. Fazia meu coração pulsar apressado. Pulsar como se eu estivesse viva. E eu ficava esperando que ela retornasse no outro d
Ler mais
Capítulo 32 - Sacrifício
O PROFESSOR RASHFORD havia montado uma base provisória da Teia no subsolo de um edifício centenário localizado bem no centro de Dublin e foi lá que acabei reencontrando alguns operativos que não via há anos. Eu havia chegado à ilha apenas e tão somente por causa de seus famosos bares e suas bebidas de alto teor alcóolico e por ali já estava há alguns meses, arrumando brigas ocasionais em becos sujos e em lugares mal frequentados. Nem lembrava mais por qual razão estava naquela parte do planeta. Tudo que me interessava era a cerveja e o uísque do lugar, embora o vinho tinto continuasse sendo mais agradável a meu paladar apurado.Jacqueline Bazelaire não parecia tão melhor do que eu mentalmente e reencontrá-la viva depois do que havíamos passado juntas em Düsseldorf e principalmente após tanto tempo, tinha sido estranho. Quando ela chegou par
Ler mais
Capítulo 33 - Vingança em Belgrado
EU NÃO SEI DIZER o que aconteceu entre os segundos em que tive meu último pensamento lúcido, ainda dona de meu próprio corpo e o momento em que miolos foram projetados contra meu rosto. Quando voltei a mim, a mulher-demônio estava caída sobre a chama da base do círculo de fogo e meu sobretudo já começava a queimar até o braço.— Alexia! Alexia!A voz de Jacqueline soava fora da roda de fogo e quando olhei, ela estava segurando um rifle cujo cano fumegava.— Seu sobretudo!Ainda desorientada, me vi tirando o casaco e o jogando de lado enquanto ele queimava. A mulher ruiva apresentava agora um rombo entre os dois olhos provocado pelo tiro de rifle disparado pela francesa, mas ela não havia sido abatida. Erguendo-se como se a bala não tivesse arrancado metade de seu cérebro, a figura avançou mais uma vez sobre mim, quando outro tiro lhe acertou
Ler mais
Capítulo 34 - Raízes
EM 1964 MINHA mineradora petrolífera na Arábia Saudita havia faturado mais nos seis primeiros meses do ano do que em todo o ano fiscal anterior e aquele crescimento exponencial me deu ânimo novo para voltar aos negócios e participar mais ativamente de seu gerenciamento. Eu havia transformado a mineradora venezuelana em uma filial de minha empresa principal e com a contratação de vários técnicos e engenheiros petrolíferos para trabalhar em ambos os lugares coloquei a Rux-Oil no topo das listas das companhias mais bem-sucedidas da década.Os advogados da Casavette & Montanaro que eu havia contratado há mais de dez anos haviam descoberto que um financiador ucraniano misterioso estava por trás da diretoria da Novyy Kordon — a empresa que havia comprado minhas ações da Rassvet — e quando o grupo começou a pedir diversas concordatas, fazendo com que o val
Ler mais
Capítulo 35 - Compensação
NO FINAL DAQUELE ANO, eu me mudei para um castelo em Edimburgo, na Escócia e de lá fiquei a tocar os negócios da Rux-Oil tendo minha presença requisitada raras vezes tanto na sede em Riad quanto em sua filial na Venezuela. Depois de tudo que havia me acontecido em Vaucluse, depois de tantas perdas, decidi contratar apenas um empregado para cuidar do castelo, mas suas características físicas peculiares faziam dele o servo perfeito: Ele era um licantropo.Eu havia conhecido Sergio Gutierrez em Caracas, numa de minhas visitas à mineradora e era uma noite comum de final de expediente quando eu o encontrei escondido no banheiro de meu escritório, sujo, rasgado e ensanguentado. Ele não devia ter mais do que dezessete anos na época e os moradores do bairro onde ele vivia haviam descoberto no que ele se transformava em noites de lua cheia, passando a persegui-lo. Vi na história daquele menino a minha pr&oacu
Ler mais