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77 chapters
Mas eles não desistiram
A escuridão tinha olhos e ouvidos. E ela observava Channel, observava cada passo que ela dava. E o cheiro...A coisa estava sentindo o cheiro dela, o cheiro de medo que rodeava Channel, ela sentia os ossos tremerem, sentia a escuridão se deliciando dela, uma garota perdida, a garota solitária. Pobre, pobre Channel. Ela chorava agora. As lágrimas quentes descendo sobre o rosto...— Por que está chorando? — Pergunta a escuridão.— Por causa dos meus erros — Ela responde — Por causa de todas as coisas que já causei.A escuridão ri.— Bom.É a última coisa que escuta antes de ver Mary subir em cima de seu corpo e arrancar a sua garganta.A fogueira ainda crepitava quando acordei, a escuridão permanecia , as estrelas continuavam no céu e a lua ainda reinava.Mas havia algo diferente. Eu ainda estava de certa forma dormindo quando escutei os gritos na floresta, não tive tempo para pensar no que estava acontecendo, me levanto e corro até Channel que grita como se estivesse morrendo.— Está
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Pequenos e fracos avançariam
Sakura se foi. Em todos aqueles dias ela havia mentido e enganado, havia mentido sobre ter nos seguido pela floresta, havia mentido sobre a mudança de comportamento, sobre tudo.Sakura havia nos traído.Os doutores a mandaram para matar Karen, para que pudessem eliminar a ameaça que não era mais do que um pé no saco para eles. Eles a mataram. Sakura a matou. Sakura me traiu, pela segunda vez.Traiu Green Lake.Se ela sempre esteve do lado dos doutores ou se apenas havia feito aquilo para fugir eu não sabia, e nem queria saber. Eu havia sido traída e enganada, de novo, dei tudo de mim e então fui derrubada como se eu não passasse de uma peça em um jogo de xadrez. Mas eu estava cansada. Se sou uma peça de xadrez, então alcançarei ao outro lado, sou um peão, um simples peão sem utilidade alguma, mas chegarei ao outro lado.Me tornarei rainha.E então destruirei cada peça do lado inimigo.Um por um.Uma hora. Dei a mim mesma e a Channel uma hora para ficar de luto por Karen ou até mes
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Até que um peão se tornou rainha
Eu sabia aonde estava antes mesmo de abrir meus olhos. O cheiro era o mesmo, algo como rosas e morangos.E havia mais um cheiro estranho também.Um muito, muito familiar.Quando abro os olhos sei quem eu vou encontrar, e lá está ela, usando um vestido de estrelas e noite, o cabelo ruivo-castanho e os olhos... Era como olhar para um espelho, como olhar para algo além de mim mesma.Eu olhava para minha irmã.Não uma alucinação, não uma imagem ficcional, não mais alguma das vozes em minha cabeça.Era minha irmã.— Acho que você gosta de fazer isso — Ela diz, as primeiras palavras dela direcionadas a mim — Gosta de roubar meu lugar.Olho para ela, os olhos vazios de sempre, a mesma casca.— Mas não importa não é mesmo? — Ela solta uma risadinha — Acho que isso foi apenas uma maneira que o universo achou de fazer piada sobre nosso passado.O passado. Quando éramos pequenas e ela matou a nossa mãe, quando fomos para o orfanato.— As coisas estão se repetindo — É a única resposta que tenho
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E junto dela, os outros peões lutaram
Depois O cheiro da fumaça do cigarro invadiu o seu apartamento. O doce, refrescante e reconfortante cheiro do cigarro.O cheiro dela.Que um dia já havia sido algo como laranjas e chuva, uma mistura com o da irmã que cheirava a morangos e rosas, hoje não passava de cheiro de fumaça de cigarro.E de bebidas, é claro.Ela se encostou no sofá e inalou tudo, a droga da cidade, a droga da fumaça, o doce e reconfortante cheiro da merda que sua vida havia se tornado.E que grande merda.O único barulho mais irritante do que o da cidade era o da televisão. Aonde se passavam as maiores mentiras existentes. Como se o mundo estivesse voltando a ser como um dia já foi.Mas ao invés de levantar a porcaria da bunda do sofá e mudar de canal, ou para desligar a televisão que fazia sua cabeça doer — é claro que a bebida e os cigarros não tinham nada a ver com suas dores de cabeça — ela assistiu, ficou olhando a garota loira que fingia sorrir.Uma grande piada de fato, até parece que alguém iria acred
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Os brancos venceram
Era mais um daqueles dias de bebedeira. Sakura chegou ao bar usando a mesma jaqueta preta surrada de sempre e cumprimentou as pessoas que conhecia com um leve aceno de cabeça. — Aonde ela está? — Perguntou assim que chegou.O responsável pelo bar fez uma careta.— De um jeito nela antes que eu dê. Sabia exatamente o que aquilo significava, com um breve suspiro a encontrou quase que desmaiada entre as cadeiras. — Vamos Mia, você não pode ficar assim. Ela resmungou.— Vai se foder, me deixa em paz.Aquele era um dia ruim. Sabia disso. Alguém havia a denunciado para seu pai. O pai de Mia era um político famoso pela cidade, mas ambos se detestavam, ela costumava dizer que ele era um canalha sem igual. Todo mundo sabia quem era seu pai no colégio, isso afastou o grupo dos garotos que as incomodavam por um tempo, mas quando foi descoberto que ambos não se davam bem isso passou a ser ignorado.Até que um deles passou a pegar pesado, Mia havia salvado Sakura dos bullying, então a guerra
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Cidade dos mortos
1. Acorde Alice 2. Foi apenas um sonho 3. Nem todos os contos de fadas4. Tem finais felizes 5. As vezes é melhor assim 6. Que se foda as histórias 7. Aqui é a realidade8. Não existe país das maravilhas 9. Nem sempre as coisas dão certo 10. E se fosse real 11. Alice seria louca 12. E se ela quisesse voltar?13. Talvez tenha se perdido 14. Era uma rosa branca afinal 15. Em meio a milhares de rosas vermelhas 16. Não confie nas vermelhas 17. Não deveriam existir 18. São as regras do jardim 19. Elas devem ser arrancadas 20. Isso não é um conto de fadas 21. A vida não tem final feliz22. A realidade tem suas regras23. E como no xadrez24. Precisa saber sua posição 25. Não finja ser quem não é26. Ah... mas ela não sabia seu lugar 27. Queria ficar entre os vermelhos 28. Mesmo que não pertencesse 29. Ninguém gosta de ficar sozinho 30. É a natureza humana 31. Alice foi internada 32. Não havia coelho33. Não havia uma rainha vermelha 34. Desesperada ela tentou voltar
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Prólogo
Escuridão a preenchia, dor e vazio, apenas vozes existiam. — Como ela está?Os ruídos brincavam e bagunçavam a sua cabeça, como se estivesse ouvindo sussurros, ela não sabia dizer se eram reais ou não.Não sabia dizer aonde que começava a realidade e aonde terminava. Sonhava com vagalumes. Brilhando e beijando sua testa, voando sobre ela.Sonhava com crianças.E principalmente com um rosto, de uma garota, loira, bela dos olhos claros, que tinha um sorriso gentil. Aquele rosto a perturbava.Mas não sabia quem era.Não sabia se a garota estava ali ou não.Mas os sussurros continuavam.— Está se recuperando, em breve poderemos soltá-la, precisarei de mais tempo até lá.A outra voz se remexeu.— Não temos muito tempo, não podem saber sobre o erro que foi trazer essa garota para cá. O homem balançou a cabeça.— Eu devo apagar as memórias dela? Não sei se isso é uma boa ideia, seu corpo está exausto pelos testes feitos. — Então não pode apagar? O homem respondeu: — As memórias ficarão
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