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Todos os capítulos do MEU OUTRO MUNDO: Capítulo 1 - Capítulo 10
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SONHOS
Antônia acordou assustada, era a terceira vez naquela semana que tinha o mesmo sonho com aquela criatura assustadora. Estranhamente, não sentia vontade de acordar no meio do sonho, parecendo sempre precisar, mesmo aterrorizada, chegar ao final daquela história. Sim, era isso o que parecia, uma história de terror de filme B. Quase um filme trash não fosse a sensação intensa de que aquilo era verdade, ao menos naquele mundo no qual mergulhava quando dormia.Levantou da cama e foi ao banheiro, tropeçando nas roupas espalhadas pelo chão do quarto e quase caindo sobre a caneca de café da noite anterior, que pairava, contrariando a gravidade, em uma pilha de papéis sobre a escrivaninha. Tinha que arrumar aquela bagunça, estudar para as provas finais e terminar a pesquisa para seu trabalho de conclusão do curso de jornalismo
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ALUCINAÇÕES
-Antônia, sei que você está aí. Por favor me deixe entrar! Apontou o garfo na direção da porta, falando com a boca cheia, pois enquanto caminhava de costas se afastando, não deixou de comer de forma aflita, o macarrão cheio de molho shoyu pingando em seu pijama.-Se afasta da porta seu esquisito! Eu juro que finco esse garfo no seu olho e sirvo ele pro gato do vizinho! – Que espécie de xingamento era aquele afinal!? E por que não disse que tinha uma arma? Mas ficou firme, se aproximando novamente da porta. O homem sorria e encarava, com aqueles olhos de lobo, o olho mágico, era como se enxergasse Antônia. -Por favor, eu não sou seu inimigo. Estou aqui para conversarmos.Ler mais
SEU MUNDO
Caminharam por pouco tempo na escuridão, até Antônia perder os sentidos, ainda caminhava e respirava, e tinha consciência disso, mas nada mais em seu entorno parecia perceptível, como se estivesse sob efeito de alguma droga, como se observasse tudo de um lugar distante, não conseguindo saber onde exatamente estava. Sentiu uma dor forte na cabeça e então tudo parou, uma espécie de anestesia geral tomou conta de seu corpo. A sensação durou pouco tempo, ao menos foi o que pareceu, logo depois ela sentiu-se despertar, sentia seu corpo novamente, via e ouvia tudo, participava novamente do seu entorno, digamos assim.Viu luzes brancas e azuladas em uma rua de calçamento com postes antigos, casas grandes rodeavam uma praça iluminada. No meio da praça, uma espécie de castelo imenso e todo iluminado. <
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REBELDES NÃO RADICAIS
Antônia não dormiu naquela noite, mas apesar da leitura incessante, não se sentia cansada. Saiu do quarto por volta das 05 horas da manhã e foi até a cozinha, impressionantemente parecida com as cozinhas de seu mundo. Passou um café, que tinha um gosto parecido com o café que costumava tomar, talvez um pouco melhor, afinal deveria ser bem mais caro. Abriu a geladeira e pegou um pedaço grande de queijo caseiro, um pão também caseiro de cima de uma prateleira e sentou para comer com calma e pensar no encontro com o tal Vilka. Parecia que aquele nome a deixava como que hipnotizada, contava os segundos para a reunião e não entendia bem porquê, mas sentia uma necessidade de ouvir o estranho que invadia seus sonhos. Franziu a testa e se repreendeu, isso não dev
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PRISÃO PERPÉTUA
Chegou na cozinha e encontrou Tamara chorando e esfregando o braço, quando a viu a menina levantou e secou as lágrimas. Duas outras meninas da mesma idade a consolavam, mas também se afastaram quando a rainha chegou. Antônia se aproximou e pegou o braço de Tamara, olhou as manchas vermelhas que começavam a arroxear e falou entre dentes.-Quem fez isso Tamara?-Não foi nada senhora, está tudo bem, eu apenas bati meu braço em uma parede. – parecia apavorada.-Uma parede que tem dedos? - A menina arregalou ainda mais os olhos e Antônia deu de ombros. -  Se você não me disser eu vou tirar minhas próprias conclusões, e elas irão me levar até Lukos, eu deduzi que vocês namoraram quando mais jovens
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UMA FESTA PARA A RAINHA
Continuaram conversando sobre os projetos, isso levou o dia inteiro mas finalmente tinham uma plataforma de propostas para a população, tudo o que era possível em um primeiro momento e tudo que seria realizado no futuro, Antônia viu em Varka alguém competente em quem poderia confiar. Estevão e Melissa finalmente baixavam a guarda e todos pareciam empenhados. A constituinte se realizaria juntamente com as reformas, não sabia exatamente como fazer tudo que propôs, mas confiava na ajuda que teria. Saiu da sala de reuniões depois de todos, ficou ainda um tempo pensando em tudo o que decidiram, pediu que as meninas da cozinha acomodassem todos e foi para seu quarto, estava exausta, não dormira na noite anterior e passou o dia resolvendo coisas inimagináveis. Encheu a banheira e en
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INIMIGOS
Estevão estava esperando por Vilka no lago, já sabia que ele iria ficar maluco com o que fizera. Era apaixonado pela rainha e a traição do amigo jamais seria perdoada. Estevão não se arrependia do que fizera, mas entendia que foi horrível para Vilka ver os dois juntos no final da noite. Apenas não conseguira segurar, estava bêbado e realmente atraído por Antônia. Vilka chegou e o encarou por um momento, Estevão não falou, não tinha muito o que dizer, diria o que? “Me desculpe”, não fazia sentido. Como Vilka não falava nada, tomou coragem e iniciou a conversa em tom calmo e conciliatório.-Olha amigo, eu não sei bem o que dizer...-Seu filho da puta! Como você pôde?
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MAITÊ
A reunião com Maitê foi marcada para dois dias depois, se realizaria no castelo, não era seguro para Antônia sair para reuniões com inimigos declarados, as ameaças contra ela aumentavam diariamente. Maitê chegou sem o filho, Lukos não quis comparecer, teve medo que Antônia mandasse prendê-lo, que já tivessem contado a ela sobre alguns de seus negócios, em sua companhia estava Alvaro, o ex chefe da guarda, mais uma dúzia de soldados armados. Antônia os recebeu na sala do trono, que ganhou poltronas e uma mesa redonda, era ali que as reuniões com todos se realizavam ultimamente. Estava com Vilka a seu lado, além de Estevão, Melissa e Varka, todos também armados ao lado de alguns outros rebeldes, e do atual chefe da guarda da rainha,
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O PIOR É SEMPRE A RESSACA
Dois meses se passaram desde a noite em que Antônia decidiu, mesmo sem estar exatamente consciente sobre isso, que iria substituir um possível futuro com Vilka por qualquer outro, não pretendia sair dormindo com todo mundo. Não achava isso errado, mas era uma rainha controversa o bastante já, se virasse uma rainha “promíscua” as pessoas a aceitariam ainda menos do que aceitavam. Estevão também não era nenhum substituto inferior, tampouco se tornaria seu namorado ou seu marido, isso estava muito claro. Ele jamais pediria que ela assumisse publicamente qualquer tipo de relacionamento com ele, e depois tinha Vilka e suas reações violentas. Ninguém queria que um simples caso se tornasse o assunto principal e tomasse o lugar do que era realmente importante, a reconstrução da injusta sociedade daque
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LOBOS À ESPREITA
Chegaram no castelo por volta das 23 horas, Antônia desceu do carro e deu um assovio, era um prédio imenso com quatro andares, duas torres altas como arranha-céus, uma outra construção um pouco menor e um lago grande, atrás e nas laterais o terreno era cercado por uma floresta escura.-Bem vinda à sua casa de outono vossa alteza. – Vilka fez uma mesura e riu da expressão dela.-Isso é imoral, é errado de tantas maneiras que eu nem sei explicar. Minha mãe era uma pessoa horrível não era?-Não, ela era uma boa pessoa, seu pai também. Mas eles estavam acostumados com isso, foram criados para pensar que assim era certo, os nobres e burgueses comandariam este mundo e aqueles que nasciam miseráveis morreria
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