Continuaram conversando sobre os projetos, isso levou o dia inteiro mas finalmente tinham uma plataforma de propostas para a população, tudo o que era possível em um primeiro momento e tudo que seria realizado no futuro, Antônia viu em Varka alguém competente em quem poderia confiar. Estevão e Melissa finalmente baixavam a guarda e todos pareciam empenhados.
A constituinte se realizaria juntamente com as reformas, não sabia exatamente como fazer tudo que propôs, mas confiava na ajuda que teria. Saiu da sala de reuniões depois de todos, ficou ainda um tempo pensando em tudo o que decidiram, pediu que as meninas da cozinha acomodassem todos e foi para seu quarto, estava exausta, não dormira na noite anterior e passou o dia resolvendo coisas inimagináveis.
Encheu a banheira e en
Estevão estava esperando por Vilka no lago, já sabia que ele iria ficar maluco com o que fizera. Era apaixonado pela rainha e a traição do amigo jamais seria perdoada. Estevão não se arrependia do que fizera, mas entendia que foi horrível para Vilka ver os dois juntos no final da noite. Apenas não conseguira segurar, estava bêbado e realmente atraído por Antônia.Vilka chegou e o encarou por um momento, Estevão não falou, não tinha muito o que dizer, diria o que? “Me desculpe”, não fazia sentido. Como Vilka não falava nada, tomou coragem e iniciou a conversa em tom calmo e conciliatório.-Olha amigo, eu não sei bem o que dizer...-Seu filho da puta! Como você pôde?
A reunião com Maitê foi marcada para dois dias depois, se realizaria no castelo, não era seguro para Antônia sair para reuniões com inimigos declarados, as ameaças contra ela aumentavam diariamente.Maitê chegou sem o filho, Lukos não quis comparecer, teve medo que Antônia mandasse prendê-lo, que já tivessem contado a ela sobre alguns de seus negócios, em sua companhia estava Alvaro, o ex chefe da guarda, mais uma dúzia de soldados armados.Antônia os recebeu na sala do trono, que ganhou poltronas e uma mesa redonda, era ali que as reuniões com todos se realizavam ultimamente. Estava com Vilka a seu lado, além de Estevão, Melissa e Varka, todos também armados ao lado de alguns outros rebeldes, e do atual chefe da guarda da rainha,
Dois meses se passaram desde a noite em que Antônia decidiu, mesmo sem estar exatamente consciente sobre isso, que iria substituir um possível futuro com Vilka por qualquer outro, não pretendia sair dormindo com todo mundo. Não achava isso errado, mas era uma rainha controversa o bastante já, se virasse uma rainha “promíscua” as pessoas a aceitariam ainda menos do que aceitavam.Estevão também não era nenhum substituto inferior, tampouco se tornaria seu namorado ou seu marido, isso estava muito claro. Ele jamais pediria que ela assumisse publicamente qualquer tipo de relacionamento com ele, e depois tinha Vilka e suas reações violentas. Ninguém queria que um simples caso se tornasse o assunto principal e tomasse o lugar do que era realmente importante, a reconstrução da injusta sociedade daque
Chegaram no castelo por volta das 23 horas, Antônia desceu do carro e deu um assovio, era um prédio imenso com quatro andares, duas torres altas como arranha-céus, uma outra construção um pouco menor e um lago grande, atrás e nas laterais o terreno era cercado por uma floresta escura.-Bem vinda à sua casa de outono vossa alteza. – Vilka fez uma mesura e riu da expressão dela.-Isso é imoral, é errado de tantas maneiras que eu nem sei explicar. Minha mãe era uma pessoa horrível não era?-Não, ela era uma boa pessoa, seu pai também. Mas eles estavam acostumados com isso, foram criados para pensar que assim era certo, os nobres e burgueses comandariam este mundo e aqueles que nasciam miseráveis morreria
Pegaram a estrada ainda naquela tarde, Antônia estava calada, muito séria dirigindo enquanto Vilka apresentava os ritmos de seu mundo, eles também tinham rock e blues, mas com instrumentos um pouco mais pesados, o que fazia com que mesmo o rock mais balada tivesse uma pegada punk.-Você parece preocupada. O que foi que minha avó te disse?-Nada demais, mas você deveria ter me dito que ela lia pensamentos.-Você mentiu para ela?-Não, falei a mais pura verdade, e ela me entendeu tão bem! Eu só não sabia que existia essa coisa de ler mentes e enxergar o futuro.-Ela te falou sobre o futuro?-Não ex
Vilka não falou nada, continuou dirigindo, sabia que se não se afastasse dali rápido iria voltar e matar o irmão. Sentiu o desespero tomar conta dele, mas segurou firme.Viajaram em silêncio absoluto por duas horas, Antônia ainda não havia digerido tudo o que fizera, matou um homem, tirou a vida de alguém. E isso, apesar de o homenzinho não fazer falta no mundo, era terrível de diversas formas. Vilka viu um hotel e parou o carro, não conseguia mais dirigir e tudo o que pensava era em desaparecer antes que realmente perdesse o controle. Desceu e foi até a recepção, pediu um quarto com duas camas, havia apenas quartos de casal.Aceitou, pegou a chave e foi com Antônia até o quarto, abriu a porta, levou as malas e as deixou sobre uma poltrona. E
Ouviu alguém chamar seu nome ao longe, não sabia ao certo onde estava. Então lembrou, estava em seu quarto, ficara cega e surda novamente e perdera a consciência. A voz se tornou mais e mais alta, abriu os olhos com dificuldade e viu uma forma conhecida. A voz gostosa e as mãos macias de Varka chegavam até ela lentamente, aumentando as sensações a cada vez que seu nome era chamado. Tentou sentar, mas não conseguiu. Sentia como se um caminhão a tivesse atropelado.-Antônia! Antônia! – Varka tocava seu braço com delicada força. – Eu vou chamar um médico. – Se afastou com pressa.Antônia tentou falar, pedir que ficasse perto dela. Mas ainda não tinha forças para isso. Aos poucos, sua voz retornou, fraca e rouca a princ&i
No final da tarde ouviu batidas na porta e suspirou, que não fosse Vilka com suas súplicas de perdão, ela não sabia se ia resistir por muito tempo.-Posso entrar? – Varka sorriu na porta, trazia um doce em uma das mãos e uma garrafa em outra. – Tive que esconder isso da Tamara, acho que ela está levando essa coisa de cuidar da rainha muito a sério.-Entra! – Antônia riu e arregalou os olhos – Não sei o que deu nessa garota! Ela parecia uma líder estudantil feminista, até eu fiquei com pena do Vilka.-Eu sei! Eu também fiquei. – Levantou a garrafa e sorriu – Agora vamos beber e falar sobre a vida. – Sentou e serviu em dois copos que tirou do bolso da jaqueta. – Como você está