O homem era como a maioria das minhas vítimas. Olhos azuis grandes e que concediam-lhe um ar de inocência. Os cabelos castanhos e lisos, até a altura do ombro, que contrastavam com sua pele extremamente clara, quase como uma flor de lírio. E por causa disso eu sabia que ele era a perfeita armadilha.Eu estava com as mãos algemadas em uma mesa de metal fria e lisa. A sala estava gelada, escura, com apenas um foco de luz incandescente em cima de meus olhos, que buscavam bloquear a visão. Sentia a boca seca e o corpo dormente, a simples visão daquela face harmônica trazia memórias que eu buscava bloquear noite após noite mal dormida na prisão.— Pode nos deixar a sós? — Sua voz tinha um tom amável, suave, mas de um jeito diferente, uma breve rouquidão quase morosa que me deixou extremamente desconfortáv
Ler mais