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Todos os capítulos do Traída: Capítulo 11 - Capítulo 20
44 chapters
Falso Moralismo
O senhor Kernel estava em seu quarto em frente ao espelho, fazendo um nó em sua gravata, olhando-se de corpo inteiro. Trajava um terno azul marinho com acabamento levemente brilhante, camisa social de manga longa cor creme e um colete, que fechou por sobre a gravata assim que terminou de ajeitá-la no pescoço. Imaginou a gravata como uma forca. Suas feições eram duras: ele estava extremamente irritado naquela noite enquanto ajeitava suas abotoaduras. - Falsos moralistas malditos – disse, entredentes. A voz grave extremamente irritada, as mãos dando os últimos retoques no gel dos cabelos levemente grisalhos e curtos. - Sorte sua que eles não descobriram o Círculo – comentou uma bela mulher que estava sentada em uma penteadeira de madeira escura, de costas para seu marido. Tratava-se de Eveline Kernel. Eveline estava trajada com um belo vestido azul marinho de saia volumosa, cortes retos na parte superior e uma mini jaqueta toda rendada estilo bolero, na mesma cor, de gola alta. O rost
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Nada Além do Justo
No dia seguinte ao jantar de deslinde extremamente inusitado na mansão Kernel, Melissa estava trabalhando normalmente na recepção da sala da direção da Kernel Publicidade. No fim do dia, recebeu uns papéis da empresa de recursos humanos para assinar seu aumento de salário. Seus olhos azuis fitaram a documentação e o valor aposto ao final do documento era absurdamente alto para o trabalho que ela fazia. Bom... talvez não fosse tão absurdamente alto. Melissa precisava aprender a valorizar-se e a valorizar seu trabalho, bem como as roupas caras que ela precisava comprar para ir trabalhar e todas as outras coisas que precisava pagar, além da terapia que frequentava e das bebidas alcoólicas que ela era obrigada a tomar frequentemente para aguentar o stress advindo do trabalho. Sim, ela precisava ser valorizada por tudo aquilo. A mão delicada da secretária pegou uma das canetas do escritório com os dizeres “Kernel Publicidade” e ajeitou-se para assinar o contrato. Encostou a ponta da caneta
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Um Começo Gentil
Naquela noite de sábado, Melissa colocou um vestido preto, leve e fácil de tirar. Perfumou-se e hidratou sua pele com o creme que ganhara de Kernel. Entrou em um carro que fora enviado por seu chefe e foi em direção ao seu incerto destino. Ela não sabia explicar exatamente o que estava sentindo, mas esperou tanto tempo por aquele momento que agora seu coração saía pela boca. Finalmente ela iria conhecer o Círculo Dourado e aquilo parecia, ao mesmo tempo, totalmente certo e totalmente errado. Havia recebido mais cedo quase todos os resultados de seus exames e estava tudo certo com a saúde de Mel, fato que, na verdade, lhe dera um certo alívio por causa do medo de ter contraído alguma doença devido às traições de Patrick. Não que ela não estivesse prestes a entrar no mesmo grupo de pessoas com as quais Patrick estava tendo relações, mas sabe-se lá com mais quantas pessoas mais ele tivera relacionado fora do Círculo Dourado enquanto estiveram juntos naqueles últimos doze anos. Melissa s
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Reflexões Pós-Sexo
Dylan e Melissa deitaram-se num sofá preto Luís XV no canto do salão do Círculo Dourado. Os lábios de Dylan estavam quentes e sedentos pelos de Melissa. Os braços do homem lhe envolviam como se não houvesse amanhã e as carícias que ele fazia em seu pescoço levavam-na às alturas. De repente, Melissa quis bebericar algo alcoólico. - Volto já – ela disse e ele segurou-a pelo pulso. - Onde vai? – perguntou, carinhoso. – Não vai pegar um drink, vai? Como ele adivinhara, Melissa não soube. Mas não era a primeira vez que Dylan a impedia de beber naquela noite. Sem responder Dylan, Melissa caminhou até um dos bares que estavam espalhados pelo salão e serviu-se de uísque. “Quem ele pensa que é? Eu vou beber o que eu quiser!” – pensou a loira, indignada. Durante este pensamento, não percebeu, mas sua indignação acabou colocando mais de uma dose de uísque em seu copo. Melissa voltou ao encontro de Dylan, mas, quando olhou para o sofá, ele não estava mais lá. Melissa engoliu em seco. Olhou ao
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Novos Rumos
Melissa trabalhava na recepção super empolgada. Fazia tudo com perfeição e dedicação. De vez em quando, ajeitava o anel dourado em seu polegar direito. Alguns dias se passaram, mas a animação do final de semana ainda não havia saído dos sentimentos da loira. Quando foi embora do salão do Círculo, após mais uma transa incrível com Dylan na Jacuzzi, ganhara as ruas de Nova York em um domingo ensolarado. Do lado de fora da mansão, o jardim estava mais verde, as nuvens mais brancas, o ar mais fresco e mais puro... o mundo parecia perfeito! Havia energia renovada percorrendo todo o corpo de Melissa e parecia que ela tinha tirado férias de um ano em algum lugar incrível e paradisíaco! Pensar que aquilo poderia acontecer em todos os finais de semana era simplesmente maravilhoso! Foi quando Kernel chegou ao trabalho e entregou um envelope para Melissa. - Bom dia, senhorita Sanders – ele disse, galante, puxando uma cadeira da recepção e sentando-se diante da escrivaninha de Melissa. – Como v
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Notícias Boas
Alguns dias se passaram e, após realizar o teste para entrar na Universidade de Nova York, as férias de Melissa acabaram. A loira estava se preparando para ir ao trabalho após uma sequência de acontecimentos desagradáveis: Kate incomodando-a sobre ser uma preferência para Kernel, a internação do pai, que já estava recuperando-se muito bem, e uma conversa muito tensa com sua mãe acerca do futuro de Melissa. A conversa com sua mãe foi eleita pela mente de Melissa como o acontecimento mais desagradável dentre todos, no qual ela não conseguia parar de pensar durante um minuto sequer. Ainda não entendia como sua mãe pudera ser tão vil, sabotando um possível futuro de sucesso para a filha com palavras tão nocivas. A voz dela ainda ecoava na mente de Mel, falando que ela era burra e que não seria aprovada no teste da NYU, acusando-a, ainda, por estar relacionando-se com um homem casado. Aquilo era verdade: de fato, Kernel e Melissa estavam envolvidos, mas a realidade estava longe de ser a me
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Os Desejos do Coelhinho Ruivo
Os dias passaram e tornaram-se semanas, as semanas passaram e tornaram-se um mês. Durante o primeiro mês participando do Círculo Dourado, o cargo novo como estagiária do arquivo da Kernel Publicidade e após a entrada na Universidade de Nova York, Melissa logo percebeu que as coisas ficariam muito mais puxadas do que de costume. Muita adaptação para seu corpo e sua mente. O estresse só não tomara conta de Melissa completamente porque ia semanalmente aos encontros do Círculo, que estavam ficando cada vez mais interessantes. No Círculo Dourado, ao contrário do que Melissa imaginou quando teve notícia do grupo, as pessoas não se encontravam apenas para realizar desejos sexuais secretos. Havia muita conversa e muita interação entre os membros do grupo. Rapidamente, Melissa conhecera os membros que ainda não havia conhecido e trocara ideias com todos eles. Havia muito mais do que só tensão sexual dentro daquele grupo. Tinha momentos que o sexo em si parecia até irrelevante para o encontro
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Fiz Minha Própria Grana
Melissa olhou para um Murray calado e que começou a ficar com o rosto levemente corado. Ela percebeu que ele estava um pouco envergonhado, engolindo em seco e até aliviou um pouco o nó da gravata em seu traje preto social completo. - Não... – disse Melissa, apavorada, fazendo o cálculo mental de onde aquela conversa iria chegar. – Não... – disse novamente, dessa vez, além do pavor, um certo desespero e incredulidade na voz. – Eu não...! – continuou balbuciando, porém dessa vez, com certa urgência na voz. Melissa não iria fazer aquilo: jamais posaria nua numa revista masculina por dinheiro! O primeiro reflexo que Melissa teve foi uma vontade imensa de dar um tapa na cara de Murray. Porém, refreou seus impulsos porque realmente precisava muito de dinheiro. Um calor intenso irrompeu pelo seu corpo inteiro. O corpo da loira arrepiou-se de cima a baixo, de baixo a cima e de cabeça para baixo. Não teve tempo de fazer nada, pois rapidamente Murray deu seguimento ao assunto: - O pessoal da
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Pode ser verdade
Melissa olhava para o nada. Sentada num Café em Manhattan, puxava a cordinha do saquinho de chá submerso em água quente. O movimento rítmico e vagaroso da mão da loira era vago e não significava nada. Não pensava, também, em nada. Olhando o nada, movimentando nada e pensando em nada. O Café estava vazio devido à chuva que caía lá fora levemente, pintando uma Nova York triste e alagada num fim de tarde. Poético. Ela não sabia ao certo se tinha sido demitida ou se pedira demissão da Kernel Publicidade. A realidade é que Melissa estava desempregada há algumas semanas e não voltara mais na agência. Entretanto, a beleza distinta e o corpo escultural garantiram à loira o pagamento de todas as dívidas que tinha e ainda sobrara alguma grana para viver por vários meses. Recebera várias propostas de emprego – a maior parte como secretária de diversos CEOs pervertidos de empresas importantes – e convites para eventos que lhe garantiram mais uma boa grana, além de ficar conhecendo algumas celebri
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Overdose
Melissa e Kate pegaram suas coisas rapidamente, pagaram a conta e saíram do Café, esbaforidas. Estavam preocupadas com Kernel e não queriam arriscar: se aquilo fosse um pedido de ajuda de verdade por parte de Eveline, elas não queriam se arrepender por terem ignorado a mensagem da morena. Entraram no Uber rapidamente, mas o caminho parecia não terminar nunca. As duas releram a mensagem de Kate várias vezes, examinando os fatos. Melissa ligou para Murray. - Mel? – disse uma voz masculina, jovial e afável do outro lado da linha. - Mattew, você recebeu uma mensagem da Eveline? – disse Melissa, em tom de urgência. - Não, eu não recebi nada. O que houve? – perguntou, preocupado. - Ah, não... não houve nada – mentiu Melissa. - Senhorita Sanders...! – disse Murray, desconfiando. - Te ligo depois – disse a loira, desligando na cara do ruivo. - O que houve? – perguntou Kate, curiosa sobre a ligação. - O Murray não sabe de nada. O que é bem estranho. E porque recebemos a mesma mensagem?
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