Todos os capítulos do Evie: Das Más Escolhas Nasceu a Maturidade: Capítulo 31 - Capítulo 40
68 chapters
Capítulo 28
Na manhã de sexta-feira, eu observava, através de meus olhos inchados e ardentes, minha mãe tomar seu chá, como se não houvesse nenhuma outra presença ali. Seu olhar vadio e seu silêncio me fizeram perceber que estava tal e qual no dia anterior. Passei a noite toda aos prantos. Algumas vezes me arrependi por não ter tirado, outras desejei estrangular Weben, mas tudo terminava com meus dedos secando meu rosto e um conformismo que me acalmava. Assim foi durante a noite toda. Não dormi um minuto que fosse, a fome me levou para a cozinha, onde ela me encontrou logo depois, bem no início da manhã. De si recebi apenas um "Bom dia" num sopro frio e seco.Foi então que tive certeza que algo tinha mudado entre nós duas, sabia que a imagem que ela tinha de sua filha tinha sido borrada pelo meu delito e aquilo só me matava mais por dentro. Me preocupava também a dúvida de não saber se ela contaria para meu pai ou não, porque eu não queria que ele
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Capítulo 29
O cheiro de soro parece ser a principal característica dos hospitais. Era oque eu sentia enquanto caminhava lado à lado com minha mãe, por um corredor branco e pouco movimentado.Nossos passos ecoavam pelo lugar e a cada um que eu dava, meu coração acelerava mais. Minha mãe olhava para frente, com os lábios aprumados, e apertava a alça de sua bolsa. Depois de mais de 1 minuto andando, estavamos de frente para uma porta de alumínio, na qual tinha uma pequena placa com letras bem legíveis.— Vamos entrar. — disse, abriu a porta, entrou e me deixou passar depois.Assim que entramos, encolhi os ombros enquanto analisava o lugar de ponta à ponta. Era uma espécie de consultório. Com objectos e móveis brancos e azul-claro, do chão ao teto. Uma mesa repleta de documentos, alguns estojos, computador, etc. Num canto tinha uma maca e alguns aparelhos que eu nunca tinha visto. Do outro lado da mesa estava uma senhora com pouco mais de 40 anos,
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Capítulo 30
SábadoAcordei com uma ligeira dor de cabeça e os raios solares fortes, elevaram a temperatura do meu quarto. Meu corpo, que estava um pouco transpirado, era coberto por um fino lençol que era prensado entre minhas pernas nuas. Bocejei e estiquei-me para sentir o estalar de meu corpo, me debruçei e me envolvi nos costumeiros pensamentos matinais.Meu medo tinha reduzido um pouco e não parecia tão difícil me acostumar com a routina de uma gestante. Era algo bom, mas ainda tinha aquela coisa toda que eu precisava enfrentar dali para frente. Era, definitivamente, oque mais me inquietava.Me perdi em retrospectivas dos dias anteriores e algumas vezes repassei as instruções da Dra. "Cuide sempre bem da tua alimentação, porque se não o fizer, não estará a prejudicar só a tua saúde.""Evite fazer certo
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Capítulo 31
Eu, meu irmão, Cleyton e Tânia tinhamos nossos olhos e ouvidos presos num jovem casal. Num determinado ponto do Jardim dos Madjermas, uma perfeita sintonia de voz e melodia, embelezavam o ambiente com música hipnotizante. O jovem alto e claro, torneava sua língua ao pronunciar cada palavra do xangana de um dos hits de Wazimbo, enquanto sua namorada soltava os dedos pelos acordes da guitarra, produzindo um cover incrível.Por um momento despertei do transe e olhei para cada um dos que estavam ali comigo. Tânia estava com os olhos cerrados e um meio sorriso, Paulo estava com o olhar preso nos dedos da guitarrista, assim como Cleyton, que tinha um sorriso de nuca à nuca.Nwahuluana, de Wazimbo, tinha uma mensagem de reflexão incrível. O moço buscava representar o vocalista moçambicano da melhor forma que podia, para que cada moeda por nós deixada valesse a pena." ...ndzili lexfwi xfwaku famba ussiku loko
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Capítulo 32
2 semanas e 2 dias depois27 de Novembro, segunda-feira, era o dia no qual eu iria fazer a consulta. Estava trêmula e com o cenho franzido de tanta preocupação, sob o olhar analítico da minha mãe.— Esse vestido ficou melhor. — estava sentada na minha cama com um vestido que tinha acabado de tirar.— Mãe, posso perguntar algo? — movida pelo medo, perguntei.— Sim, pode. — me olhou com um meio sorriso em seu rosto como se soubesse oque eu perguntaria.— Esse ultrassom dói muito? — cruzei os dedos e limpei as minúsculas gotas de suor que se formavam em meu rosto transtornado. — Parece ser muito invasivo.— Eu não vou dizer nada, porque para mim pode não ter doído e para te pode sim doer. É algo psicológico, mas na verdade não dói. Você só sente um incômodo no órgão, oque seria o mais comum a acontecer porque você terá uma
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Capítulo 33
— Mãe, você já sabe oque é e como funciona o ultrassom, então pode me ajudar a explicar mais uma vez para nossa menina? — perguntou sem tirar o olhar de mim.Meus corpo estava nos mais intensos tremores, meus dedos chegavam até a arder de tanto esfrega-los no tecido do meu vestido. Não tinham se passado nem 20 minutos e eu já estava transpirada. O medo era imenso e eu acreditava que Tânia não mediria esforços para me rir caso me visse naquele momento.— Sem problemas. Com todo o prazer.— Certo, então por onde vamos começar?— Água? — me escapou sem que eu mesma percebesse. Encolhi os ombros assim que seus olhares vieram até mim. Era, definitivamente, algo que elas não esperavam.— Quer uma garrafa de água? Viria a calhar. — perguntou tentando disfarçar seu espanto.— Sim. Minha mãe balançava suas pernas e a Dra. me dava uma garrafa d
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Capítulo 34
Sabe quando dizem que você pode controlar teus nervos? Sim, isso era impossível com Tânia por perto. Partiu tudo de um mal-entendido da parte dela.No último banco do semi-coletivo—vulgo chapa—, eu tentava manter o tom baixo da minha voz ao tentar fazer com que Tânia me percebesse, só que ficava cada vez mais difícil, porque ela fazia de tudo para me manter naquele estado. Parecia divertido para ela.— Vou perguntar denovo: Doeu?— Eu disse que não dói! — subi meu olhar até suas dreads pretas.— Então? Eu cheguei de falar mais alguma coisa?— Sim, falou!— Eu só perguntei. — levou sus mão a boca e riu da minha cara.— Entenda: eu disse que não dói, não que gostei! Isso é constrangedor em todos sentidos possíveis.Sim, ela achou que eu tivesse adorado ter uma solda raspando meu canal, mas foi exactamente o contrário.— Eu não
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Capítulo 35
Debruçada, eu olhava para o céu me perguntava se era ridículo pensar que talvez Deus tivesse tirado parte de sua manhã para varrer o céu, pois as nuvens estavam  "arranhadas", assemelhando-se  um trabalho feito por uma vassoura de quintal. O sol estava queimava como sempre, me levando à  outra pergunta: é ridículo pensar que a terra é o inferno?Nenhuma resposta me parecia convincente o suficiente, então me entretive com o barulho do pão—fofo como pedra—sendo triturado pelos meus dentes e raspando minha gengiva. Estava com os olhos cerrados e quando olhava para o céu azul, algum reflector fazia com que alguns raios atrapalhassem minha visão, servindo, assim, como motivo para as lágrimas que escorriam pelas minhas têmporas.Como não sabia se os dias passavam rápido ou devagar, a única coisa na qual eu acreditava, era que eu tinha um bebé que não
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Capítulo 36
          1 de Dezembro, sábadoEu me encontrava, no fim da tarde, deitada na minha quente e desarrumada cama. Ainda tentava me conectar a tudo oque via, pois tinha acabado de acordar de mais um sono profundo e gostoso. Ao me acostumar com a luz alaranjada que entrava com pouca intensidade no meu quarto, cobri minha cabeça com o lençol e pude ver meu corpo vestido só de uma calcinha e uma camisete enorme do meu pai. Por eu estar deitada de costas, a camiseta detalhava um pequeno inchaço que tratou de me colocar em pânico.Como se tivesse recebido um toque brusco de algo gelado na região da barriga, os arrepios partiram dali e percorreram todo meu corpo quente. Minha cara obteve traços de preocupação e meu peito não subia nem descia da forma como fazia antes que eu notasse aquilo.Não tinha parado para me analisar durante todos aqueles dias.  Sabia sim que aquilo aconteceria, mas não que seria tão
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Capítulo 37
Mais alguns quilos de comida foram parar na pia, depois que meu estômago e olfato se tornaram inimigos de Chouriço que eu tanto amava antes da gravidez.— Da até pena. Não é uma boa coisa te ver a sofrer assim.  — minha mãe falava enquanto me olhava neutra e esperava que o balde enchesse de água.— Mas tinha que ser chouriço? Justamente chouriço? — resmunguei fraca e irritada ao mesmo tempo.— Gravidez nos faz detestar oque tanto gostamos de comer ou fazer, normalmente. Eu também odiava muito pai do teu pai, enquanto ele me mimava muito. Comprava frutas para mim e ia deixar em casa da minha mãe quando eu fiquei um tempo lá, mas eu estava nem aí para ele. Quando chegava eu dizia para minha mãe "adja yine lweyu? Aa muki kaya kwake, hikussa wani nhenhentsa". Minha mãe só ria porque sabia que era efeito da gravidez, ria mais ainda quando eu comia com todo gosto tudo oque ele trazia para mim enquanto murmurava qu
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