Entre Altares e Portais
Tudo começou com a neblina. Espessa, silenciosa, tomou o prédio sem aviso, abafando os sons da cidade e apagando qualquer noção de tempo. Trancados entre paredes que antes pareciam familiares, os moradores começam a perceber pequenas distorções na realidade — ruídos que não têm origem, reflexos que não acompanham os movimentos, presenças que se sentem mesmo em cômodos vazios.
Com o passar dos dias, a fronteira entre o real e o imaginário começa a ruir. Alguns afirmam ter visto zumbis vagando pelos corredores. Outros, criaturas de olhos negros e pele translúcida, observando da escuridão. O medo coletivo cresce, mas é o silêncio dos que acreditam estar despertando para uma verdade oculta que mais assusta.
Altares surgem onde antes havia concreto. Portais se abrem, convidando. Será a loucura uma fuga ou a única resposta sensata? E se o prédio em si for mais do que estrutura — um limiar entre mundos, uma armadilha para as mentes mais frágeis?
No fim, talvez o verdadeiro terror não esteja lá fora... mas dentro de cada um deles.