A GÊMEA ERRADA PARA O ALFA CERTO
Deslizei por baixo dos seus braços, buscando um espaço seguro para respirar. Percebi um sorriso divertido escapar de seus lábios, optei por ignorá-lo.
- A transformação vai doer? – Abaixei o olhar, perguntando em um sussurro singelo.
- Mais do que você possa imaginar, humana... – A franqueza em suas palavras me fez erguer o queixo em sua direção.
- Como é a transformação? - Ele voltou a se aproximar falando pausado.
- Primeiro, seus ossos vão começar a quebrar, te lançando ao chão. – Seus olhos estavam cerrados. – Depois acontecerá o crescimento de pelos densos em todo o seu corpo. O alongamento dos membros, considero a parte mais excitante da dor. – Ele brincou com um tilintar da língua antes de prosseguir. – Vem o encurtamento do focinho e o desenvolvimento de garras e presas afiadas.
Respirei fundo, tentando processar o que estava por vir.
Rindo, ele já me alcançara, puxando-me para perto e fincando suas garras não muito fundo em meu quadril, provocando um gemido de dor.
– Não se preocupe, estarei aqui em todo o seu processo...
- Para garantir que morrerei? – Com lágrimas nos olhos, dei mais alguns passos à frente, entrando em seu jogo perigoso, notei sua respiração um pouco mais densa.
- Você lembra muito a ela. – Ele murmurou, encostando sua testa na minha. – Para testemunhar a escolha da Deidade. – Com mais pressão na testa, me obrigou a ceder alguns passos com a dor.
As dores nas articulações começaram, uma reviravolta no estômago, minhas costelas pareciam se espaçar por dentro, como se abrissem espaço para acomodar uma alma canídea. - Ai, que dor...- gemi, agachando-me e envolvendo os braços em volta da minha barriga. - Eu não quero isso...- supliquei, com os olhos marejados, olhando para o Alfa à minha frente. - Por favor, me ajude a evitar isso!
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