O Amor cruel do NERD
— Catarina. — ele disse, seco.
Meu nome na boca dele doeu mais do que qualquer lembrança.
— Tristan… — murmurei, sentindo as lágrimas se acumularem. — Eu… eu pensei que você tivesse morrido.
Ele não se mexeu. Apenas ergueu uma sobrancelha, um sorriso frio surgindo em seus lábios.
— Morto? Engraçado…você não parecia tão abalada quando tentou invadir a minha casa.
— Cada palavra dele era uma facada.
— Eu…eu não sabia, não sabia que era sua! Tristan! Eu juro, achei que você… — minha voz falhou. — Eu chorei por você.
Ele se moveu lentamente, contornando a mesa, e se sentou com a calma de quem sabe que tem o controle da situação.
— E enquanto chorava, decidiu que podia roubar? Interessante forma de luto.
— Não fale assim comigo! — gritei, a raiva crescendo dentro do peito. — você morreu! — Digo apavorada. — Eu vivi o luto por você. mas, mas agora…você está vivo. Como pode? Como pode estar vivo. Eu achei que estava…
— Morto — ele completou, com ironia nos lábios. — Todo mundo achou. E você não perdeu tempo, né?
Ele cruzou os braços.
— Talvez eu não quisesse ser encontrado.
Aquelas palavras quebraram algo dentro de mim. O jeito como ele me olhava me fez sentir pequena. Como se eu fosse um erro, um fardo.
— Então foi isso? Você sabia que eu achava que estava morto? E nunca… nunca se importou em me procurar? Em me dizer que estava vivo?
Ele hesitou. Por um segundo, o silêncio pesou entre nós como uma confissão muda. Vi algo no seu olhar — uma rachadura. Mas ele rapidamente se recompôs.
— Achei que você já tinha superado. Afinal, não demorou pra se envolver com outro, não é?
Meu sangue gelou.