(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!)
Prelúdio
- Sonhos Vívidos -
O poder invisível pode ser sentido e até mesmo visto, se olharmos não para ele e sim para o que ele move.
Diante de meus olhos, há um pêndulo de Newton. As esferas de metal das extremidades estão em movimento. As esferas entre uma e outra parecem alheias ao impacto passando por elas de forma invisível. Estou sentado no tapete, debruçado sobre uma mesinha de vidro.
Seguro uma esfera de uma das extremidades por um segundo e a outra, do lado oposto, cessa o seu movimento. Pergunto-me para onde foi o impacto. Solto novamente e pequena esfera e ela desce se chocando com uma de suas gêmeas. As duas esferas das extremidades voltam a se mover num vai e vem. Repito esse segurar e soltar algumas vezes. Tento criar uma m
(A parte 2 completa esta aventura pirata no próximo capítulo!)Interlúdio I - Xeque-mate -Nem sempre quero lutar, mas quando quero, quero vencer. Não os adversários, mas a mim mesmo. Não me deixar ser acuado e esmagado. Assim sendo os adversários são espelhos das minhas limitações e me agrada ver que consigo superá-las.Era um carnaval. Detesto carnaval. Fugi para um condomínio paradisíaco com trilhas e cachoeiras. A casa lá pertencia à família do namorado de uma amiga minha. Eu não conhecia o namorado tanto quanto conhecia minha amiga mas, não éramos estranhos.Eu não era o único amigo na casa. Passávamos de dez convidados, facilmente. A interação era agradável
- A escuridão - Quando foi entregue a Ainyr Foruato, o pirata Ônix Pedra-Negra era apenas um menino, com sete anos, buscando proteção enquanto descobria como o mundo funcionava. Certamente nem era um pirata ainda. E, nos anos seguintes, ele precisou aprender a sobreviver nas piores condições imagináveis, até precisar matar aquele homem que lhe impôs tais desafios. Sua primeira lição, desde que conheceu Foruato, foi única, embora em todos os aspectos e formas: sobrevivência.E agora, ambos estavam mortos. Frente a frente. Apenas uma fogueira a iluminá-los naquela vastidão de trevas. Ônix já não olhava para Foruato. Não conseguia refutar todos os argumentos do antigo tutor.– Imaginei que não teria nada a me dizer agora – Ainyr disse, balançando a cabeça em d
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) * – E para concluir – falo, após a psicóloga terminar de fazer anotações sobre o que conversamos até ali. –: É melhor arriscar tudo, do que não ter tudo para arriscar. E pra ser arriscado, basta ter, porque, seja o que for, podemos perder a qualquer momento. Mas se optarmos pelo nada, nada seremos. E não acho que estamos aqui para não sermos. Ela olha para mim e diz: – Interessante, William. Mas como você chegou a essa conclusão? Respiro fundo e respondo: – Vivendo. Seria a minha resposta se eu
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) * – Chega um momento no qual se você não for capaz de perdoar alguém por todo erro que esse alguém cometeu... o erro passa a ser seu – digo. A psicóloga fala: – Essa afirmação é poderosa. Também chegou a ela escrevendo uma aventura do seu personagem pirata? – Ônix. Sim. Embora seja aquilo de ser um processo que provavelmente me ajuda a elaborar melhor o que aprendi na minha vida. Ou perceber que aprendi isso, aqui fora. Escrever nunca foi, para m
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) * – Se eu me importasse com a opinião de todos, eu seria um ninguém. – Digo e espero a interpretação da psicóloga. – Curioso ponto de partida – ela diz, mais interessada na minha interpretação da minha fala, pelo visto. Me acomodo na poltrona e digo: – Curioso você apontar como ponto de partida. Mas acho que está cert
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!)– Quando você tem outra opção para resolver uma questão que te aprisiona, e a ignora por medo; você já não é uma pessoa aprisionada pela questão e sim por si mesma – Digo.A psicóloga não faz anotação alguma. Ela fala:– E como sei que chegou nesse pensamento escrevendo, devo dizer que embora todos os personagens sobre os quais você escreve reflitam algum aspecto seu, ou o que compreende, ou que tenta compreender; o que você escolhe colocar em determinadas vozes, revela o quão intenso é a compreensão em você ou a qual aspecto seu ele está mais relacionado.Eu balanço a cabeça afirmativamente e falo:– Isso me mostra que você está na profissão certa. E eu no lug
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!)– É mais assustador quando uma certeza agradável que temos é destruída diante dos nossos olhos, do que quando uma incerteza desagradável que já tivemos é restaurada – Afirmo, deitado no sofá do consultório dela.– Por que? – A psicóloga pergunta.Sento-me, suspiro fundo e olho para ela, sentada no sofá diante de mim. O trabalho dela é investigar e por isso respondo com boa vontade:– Certezas são perigosas por nos fazerem relaxar demais. As dúvidas nos mantêm atentos e mesmo quando demais, no geral nos fazem continuar indo além, por precisarmos investigar mais. E o que é a vida senão uma investigação?– A vida não pode ser contemplação? – Ele pergunta.
(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) Prelúdios- O vento nas velas -Estou sentado em frente a uma psicóloga. Ela já me ajudou muito, em poucas sessões. Dizer que estou satisfeito com a existência dela como uma psicoterapeuta seria verdade. Admitir o quanto já estou apaixonado por ela, como mulher, seria o mais honesto. E imprudente.Meus olhares de fascínio certamente não passaram despercebidos. Ela sabe. Em breve, mencionarei algo a respeito e teremos de falar sobre isso. Não hoje. E não antes de eu contar sobre como tenho acesso às histórias do Novo Tempo, sobre as quais escrevo.– Você considera-se um bom escritor? – Ela pergunta.– Defina bom – peço. A mim, bom é tão