- A terceira -
Ônix detestava admitir, mas, fosse quem fosse o misterioso capitão daquele navio, tinha seu mérito. Tal homem havia lhe aprisionado juntamente com três mulheres de sua tripulação. As únicas três mulheres em sua tripulação no momento. O homem queria ter certeza de que ele realmente se importasse.A julgar pela corrente tão bem medida a prendê-lo no mastro e pela exibição das três prisioneiras diante dele, havia algo planejado, e Ônix mordeu os dentes, ainda mirando a última prisioneira.
Ônix conhecia aquela mulher ruiva bem antes de ela ser convidada a fazer parte de sua tripulação e ser apresentada ao seu navio naquela noite, juntamente com Apelada e Mudinha. Fez questão de deixá-la por último. Queria garantir que a história dela fosse entendida pelos outros. Ele tinha um certo brilho de satisfação nos olhos quando a apresentou.
*
– E para finalizar as apresentações de hoje, mas não esta celebração, lhes apresento: Gabria.
Alguns marujos ergueram suas canecas num brado alegre. A mulher que saiu da cabine do capitão aparentava vinte e poucos anos. Era bastante esbelta e tinha um longo cabelo ruivo que ondulava como uma fogueira ao vento. Calçava botas de couro preto que iam até os joelhos e usava uma calça do mesmo material e cor, bastante justa. A blusa escura ficava debaixo de um colete rubro. Usava ainda um espartilho dourado com detalhes negros, visível graças ao tamanho curto do colete.
– Gabria é o nome dela? – Um marujo quis saber. Era chamado de Laranja. Era um dos poucos com nome de guerra escolhido pelos camaradas de tripulação e não pelo capitão. Os companheiros escolheram o nome por causa da beleza do cara. Segundo eles, a maioria das mulheres, e alguns homens, não hesitariam em chupá-lo.
– Sim – Ônix confirmou.
– Ela não tem um nome de guerra? – outro marujo perguntou. Era chamado de Bagaço. Assim como o camarada Laranja, seu nome derivava de uma característica física. Era quase tão bonito quanto o outro, mas tinha apenas um testículo, grande o suficiente para valer por dois.
– Sim, ela tem – Ônix admitiu. – Mas não escolhi o nome de guerra dela quando a vi pela primeira vez e, por isso, fora da guerra a chamarei como tinha o costume de chamar. Certamente revelarei seu apelido, mas, antes, devo dizer: sim, nos conhecemos faz um bom tempo.
Aquela pareceu uma história interessante e todos fizeram silêncio para ouvir. O capitão continuou:
– Escapamos de uma prisão unindo nossas forças. Apesar de ser uma espiã talentosa, ela havia sido pega e jogada na mesma carroça que eu. Nos tornamos amigos. Era a última missão dela. Quando fugimos, ela revelou desejar uma vida mais simples. E viveu. Tomamos alguns chás juntos, uma vez ou outra. Fiquei muito tempo no mar e só fui reencontrá-la meses depois; semana passada, para ser mais exato. Foi quando ela decidiu passar um tempo conosco. Devido a... um triste acontecimento, do qual o codinome surgiu.
*
Eu estava no Mercado Marcado. Lutava contra alguns soldados e me divertia. Não desarmava meus oponentes. Apenas os cortava superficialmente, até ela aparecer e exclamar, entre o tilintar dos metais:
– Ônix!?
– Gabria! – respondi, feliz em vê-la.
O segundo gasto na resposta foi usado contra mim. Um dos soldados escorregou para trás da minha amiga e colocou a lâmina afiada da espada na garganta dela, dizendo:
– Renda-se, ou nossa refém, sua amiga, morre!
– Na verdade, rendam-se, ou o soldado, amigos de vocês, morre – falei aos soldados mais próximos a mim. Eles apontavam suas lâminas na minha direção e não entenderam a razão de minhas palavras.
– Mas ele não é o refém... ela é – falou um dos homens da lei, após ter olhado bem a mulher imobilizada, para se certificar.
– Certeza? – perguntei, indicando como se minha cabeça tivesse sido fisgada por um anzol e tivesse sido puxada algumas vezes na direção da mulher. Os soldados olharam e não conseguiram acreditar em seus olhos. Era ela quem segurava, imobilizando de forma eficiente, o soldado. Os companheiros fizeram menção de uma redenção. O refém, no entanto, disse:
– Não se rendam... ela não vai me matar.
– Tão bem treinados! – Exclamei, ao ver a preparação dos soldados. Me posicionei para o duelo inevitável e completei: – Seguem ordens até o fim.
Os soldados atacaram. Desta vez, porém, tive pressa e os desarmei com facilidade, acabando por desmaiá-los com alguns golpes bem colocados.
Quanto ao soldado imobilizado, não precisei derrubá-lo. Gabria o fez apenas com a pressão de um dos dedos num local específico do pescoço. O homem da lei estatelou-se no chão e lá ficou, como uma criança em seu sono profundo.
– Ótimo o seu movimento para se libertar e imobilizá-lo – elogiei.
– Você viu? – Ela ergueu as sobrancelhas.
– Sim.
– Então não foi ótimo – Ela riu. – Estou sem prática.
– Sempre muito perfeccionista. – Estalei os lábios algumas vezes, em crítica. – Mas, e aí, continua namorando aquele cara?
– O Jarbal?
– É! Esse mesmo – confirmei.
– Não...
– Que bom! – Alegrei-me. Não queria ferir os sentimentos dela, mas, ao ver uma brecha, fiz dela uma deixa para desabafar: – Ele era um babaca. A pessoa mais escrota que conheci na vida; e olha que já vi gente escrota nesta vida. Você merece alguém melhor...
– É que casamos – ela falou, esticando um sorriso sem graça, enquanto suas sobrancelhas saltitavam.
– Ah... – murmurei.
Os segundos seguintes foram de um silêncio bastante desconfortável. Não estava julgando o bom senso de minha estimada amiga e sim o homem em questão. Mas como o homem em questão era uma escolha dela, quase lamentei o comentário. Ela pareceu um pouco magoada.
E como se a vida desejasse mostrar que sempre pode piorar, o referido homem saiu de trás de uma barraca. Aproximou-se de sua esposa e, consequentemente, de mim.
– Pirata – o homem disse, inclinado a cabeça.
– Onde? – Olhei para trás, fingindo medo, e depois voltei a mirar Jarbal. Talvez uma brincadeira fizesse a amiga esquecer meu deslize. Logo dei a entender, no entanto, que havia entendido, apontando para mim mesmo e sorrindo sem muita vontade. Só me restando ser, por ela, o mais cordial possível: – E aí, Jarbal, o que anda fazendo da vida, além de se casar?
– Sendo alguém de sucesso, ao contrário de muitos por aí – o homem respondeu, soberbo. Uma provocação descarada.
– Ele cuida das bancas do pai aqui no Mercado – Gabria falou, tentando suavizar a tensão.
– Ah é; pra você sempre veio tudo muito fácil – retribuí a provocação.
– Não tudo. Certa escória da sociedade insiste em dar as caras. Livrar-se de certos incômodos parece ser bem difícil – ele respondeu, olhando os soldados caídos e fracassados na tentativa de me prenderem.
– Ora, por que, então, não entra para a guarda real para tentar? – perguntei, ao pisar sobre o corpo de um dos soldados ao chão e me inclinar na direção dele. – Se for por falta de incentivo, saiba que tem o meu.
– Permita-me subtraí-la de sua presença e evitar, assim, comprometer o nosso bom nome – o homem deu-se ao trabalho de dizer, antes de passar a mão pelas costas da mulher até tocar seu ombro oposto, preparando-se para conduzi-la para longe de mim. Ela sorriu, um tanto sem graça.
– Ora, não precisa de minha permissão – fiz questão de dizer. – Não sou dono dela. Ninguém é.
Meu olhar estava fixo em Jarbal e o dele no meu.
– Exato. E “ela” sabe o que está fazendo – Gabria falou, me olhando com um olhar suplicante, nitidamente me pedindo para não julgá-la. Jarbal entendeu isso tanto quanto eu e desistiu de ir embora.
– Parece se importar com o que ele pensa – falou o homem, pomposo em suas roupas caras. Encarou a mulher. Estava ofendido e parecia enojado.
– Só quis dizer que tenho vontade própria e que é infantilidade de vocês dois discutirem assim – ela respondeu.
– Só estou papeando – falei.
– Você é minha mulher! – Jarbal esbravejou. Curiosos se aproximavam e ele era orgulhoso demais para ser confrontado assim. Gabria era uma mulher inteligente e certamente exigia respeito. O que seria fácil para o marido aceitar entre quatro paredes, mas, no palco da vida, cercado de plateia, foi demais para ele. O orgulho falou mais alto. – Me deve obediência e não satisfações a um bandido!
– Cara, ela só quis dizer que tem vontade própria e que é infantilidade nossa discutir – falei para amenizar a situação. E, realmente admirado com a predisposição de algumas pessoas em se enveredar e estimular as desavenças, perguntei: – Custa muito entender isso? Ou tem algo mais que você nunca teve coragem de dizer a ela e que não dá mais para engolir?
Gabria me olhou, furiosa, e sorri, por um breve segundo. Jarbal olhou para as pessoas ao redor. Algumas cochichavam. Ele era conhecido. Alguém importante, mas não respeitado. Deviam rir dele faz tempos, imagino. Isso o fez explodir:
– Se você estivesse mais preocupada com o nome de nossa família do que com o que um ladrão pensa e cumprisse mais seu papel de esposa, eu já teria um herdeiro a esta altura!
A respiração de Gabria passou a ser ofegante. Ela não olhava para ninguém ao redor. Não se importava com a opinião deles. Ela é esse tipo de pessoa interessante. Só precisei de um segundo para imaginar que ela dava a ele todas as chances para terem um filho, já que eu sabia ser um sonho dela ter um. Provável que o problema fosse a virilidade fraca de Jarbal. Mesmo assim, Gabria apenas perguntou:
– Está disposto a me ofender na frente destas pessoas por orgulho?
O homem hesitou. Fiquei calado. Acho de péssimo tom intrometer em assuntos de casais.
– Suas atitudes é que me ofendem – o homem falou, enfim, para todos ouvirem. – ao continuar se relacionando com gente de baixa estirpe.
Ele apontou para mim, contradizendo as próprias palavras. Eu havia acabado de tirar cera de um dos ouvidos com a unha do dedo mindinho; o qual eu limpava distraído na gola de minha camisa. Higiene é algo muito refinado e, portanto, nem me dei ao trabalho de responder.
– Somos apenas amigos – Gabria falou. Estava nervosa. – Nunca houve nada além disso. Se está insinuando que fui ou sou amante dele, talvez eu deva me tornar!
Alegrei-me ante a possibilidade e nesse ponto passei a ouvir com mais atenção. A limpeza dos ouvidos não poderia ter sido mais oportuna. O homem, no entanto, nada disse. Retirou a aliança do dedo com desgosto e jogou aos pés de Gabria.
Minha amiga se enfureceu. Achei que ela ia matá-lo ali mesmo. Nem tudo é perfeito, porém. Ela estava com muito ódio, mas havia tristeza em seus olhos.
– Jarbal, meu camarada – falei, pegando a aliança do chão. – Acho que você suou, ante a possibilidade de perder sua admirável esposa, e sua aliança escorregou do dedo. Mas o simples fato de recolocá-la deve representar o reforço dos votos matrimoniais que fez a ela um dia. Você jurou exaltar as virtudes dessa magnífica mulher, não é? Uma moça tão viva não pode ser reprimida em conjecturas sociais ridículas. Você acredita que há gente entre a nobreza que acredita que quanto menos as mulheres falarem e se expressarem, melhor? É um mundo louco, meu chapa, eu sei, e tem de tudo.
Ninguém falava nada. Ela olhava para ele com ódio e ele olhava para ela com desprezo. As pessoas ao redor olhavam para mim, com a aliança estendida, em vão, ao homem. Sem muita escolha, continuei falando:
– Você tem sorte em ter Gabria como esposa e sei que, com algum esforço, pode mostrar a ela o quanto ela tem sorte em tê-lo. Não perca esta chance, meu chapa, pois acho que ninguém mais, inclusive eu, acreditaria nisso. Mas se ela acreditou um dia, quem sabe continua acreditando?
– Esta aliança já não é mais minha – Jarbal falou. – Entregue para a sua vadia, pois esse ouro, assim como o ouro que já está no dedo dela, será tudo o que ela levará de mim.
A comoção das pessoas ao redor foi ouvida. Jarbal ergueu o nariz. Gabria engoliu em seco e retirou sua aliança. Jogou para mim e disse:
– Entregue isso para meu ex-marido juntamente com a aliança dele, por gentileza, pois não preciso de caridade.
Jarbal balançou a cabeça quando fiz menção de ir em sua direção. Gabria afastou-se e não pude dizer a ela que aquele pobre coitado do ouro não tinha nada a ver com aquela confusão. Lembrei-me, no entanto, que tinha sim, por serem alianças. Seja como for, eu não insistiria para nenhum dos dois ficar com elas. E, como para mim ouro era ouro, guardei as alianças em um saquinho onde havia outros metais valiosos.
– Não tem vergonha alguma? – Jarbal me perguntou. Um tanto mais encorajado pela plateia.
– Esta sua contribuição para minha causa é bem pouca na verdade. Este ouro não vale muito, embora valha mais do que você.
– Eu sou um homem rico – ele afirmou.
– Não, não é – falei. – Chegou a ser, mas abriu mão do seu único tesouro. Estas alianças não são a única contribuição à minha causa. Gabria tentou ter uma vida simples e agora ela não tem para onde ir, a não ser meu navio. Lá poderá ficar pelo tempo que desejar. Esse tesouro sim foi uma grande contribuição.
Enquanto Jarbal cuspia impropérios, fiz uma exagerada reverência, para ninguém duvidar de se tratar, em verdade, de uma irreverência, e parti atrás de minha amiga.
Encontrei Gabria sentada na beira do cais. Sentei-me ao lado dela. Seu rosto estava molhado. A brisa soprava como uma mãe tentando consolar a dor de uma filha.
– Me desculpe – falei, por gentileza, não por acreditar que eu tivesse culpa de algo.
– Não é culpa sua – ela falou. Foi bom saber que ela sabia. – Estava certo sobre ele. Havia bondade em Jarbal; mas não a coragem de mostrá-la ao mundo. Ele já tinha aprendido a ser um idiota antes de me conhecer e, quando me conquistou, voltou a ser um. É mais fácil ser um covarde, quando se vive entre eles. O esforço para mudar não durou, era uma questão de tempo. Foi melhor assim.
– Quer passar um tempo no meu navio? Recrutei outras duas e acho que três é um número melhor. Já tive uma mulher ou outra na tripulação, mas entre tantos homens, sempre foi demais para elas. Tem uma que precisa de uma amiga para tranquilizá-la, ou ela vai atirar em todos os meus marujos. A outra é só uma menina. Não vai substituir uma filha que não teve ainda, mas... pode ajudá-la. E de brinde poderá socar muitos homens metidos a donos do mundo. O que me diz?
– Sabe que não serei sua amante, não é? Só falei aquilo para irritá-lo – disse ela, fungando.
– Sequer passou pela minha cabeça. Somos amigos. Sou só um ombro – respondi, passando o braço ao redor dela para incliná-la em mim.
*
Os marujos escutavam o capitão narrar, simpatizados com a causa de Gabria. O silêncio imperava. Muitos haviam sentado. Foi Gabria quem fez a primeira pergunta, voltada para Ônix:
– Você disse mesmo para Jarbal que eu era o único tesouro que ele já teve?
– Se não disse, deveria ter dito – Ônix falou, sorrindo. – E como retribuição, deveria ganhar pelo menos um beijo no rosto
Gabria sacudiu a cabeça em negativa, embora sorrisse. O pirata continuou, para concluir sua apresentação:
– E aqui estamos. Foi um triste acontecimento, por um lado, mas, por outro, ganhamos a nossa... bem, agora sim um momento oportuno para revelar seu nome de guerra: Viúva!
– Se Apelada é muito vestida e a Mudinha fala mais do que qualquer um – Laranja comentou. –, essa viúva não é viúva, não é? O cretino do Jarbal está vivo, não está?
– Me entristece confirmar sua perspicácia – Ônix suspirou. – Mas ele morreu para ela naquele dia. E ela me lembra, física e habilidosamente, alguém do Passado Esquecido. Uma mulher vingadora e muito eficiente.
– Devem esquecer Jarbal, como eu esquecerei – Gabria falou. Não sabia nada sobre o Passado Esquecido. Nem mesmo o passado recente a interessava. Buscava um futuro. – Só permiti que Ônix contasse sobre o ocorrido, pois não se fala em outra coisa no Mercado Marcado. Escutariam de qualquer forma. Não me envergonho de ter tentado levar uma vida familiar.
– Bom, nisso espero que não tenha desistido – Coceira-Louca, arriscou. – Podemos ser sujos e sem modos, mas somos uma família e cuidamos uns dos outros.
A frase foi pontuada por um brinde pelo próprio marujo e correspondido por todos. As três novatas sorriram.
*
“Cuidamos uns dos outros!”
A frase ecoava na mente de Ônix ao ver as três amarradas naquela embarcação indubitavelmente inimiga, na qual ele próprio estava acorrentado sob o Sol.
Olhando para a Viúva, Ônix tentou fazer graça, perguntando:
– Se juntou à minha tripulação para celebrar sua liberdade e se deixou ser aprisionada assim?
– Tive de me render, quando ameaçaram matar meu capitão – ela falou, torcendo os lábios.
– Já não se faz um bom capitão como antigamente – Ônix disse, e não precisou fingir um lamento. – Por falar em capitão, sabe dizer a quem devo retribuir a gentileza de sermos trazidos para este passeio?
Como se esperasse aquela deixa, desde o início, o tal capitão levantou-se da cadeira inclinada no alto do castelo da popa e veio até o parapeito. Queria ocultar seu rosto sob o chapéu de aba ampla até o último momento e, por isso, mirava os próprios pés. Tinha consciência do impacto que Ônix sentiria ao olhar para ele e queria estar bem posicionado para não perder nenhuma nuance do assombro que certamente seria causado.
- O capitão marujo -O misterioso capitão daquele exuberante navio era um homem que usava botas e camisa igualmente marrons. Da mesma cor era o colete de couro todo coberto por fivelas. Na cabeça um enorme chapéu de aba larga. Tal vestimenta trouxe suspeitas a Ônix de quem seria o adversário. O pirata Pedra-Negra, no entanto, preferiu não cogitar aquela possibilidade. Mas os braceletes, também cobertos de fivelas, eram bem característicos.O homem, que insistia em ocultar seu rosto sob o chapéu de aba larga, trazia uma lamparina acesa em pleno dia ensolarado.Ao sinal do capitão, um de seus marujos amarrou a lamparina no parapeito. Só depois o homem no comando finalmente retirou o chapéu e olhou para Ônix.O capitão era um homem careca. A barba era rala e não tinha sobrancelhas. Seus olhos negros lembravam o
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