A tempestade dera uma trégua, ainda ventava forte, mas a neve parara de cair e já conseguiam ver a lua alta no céu. A semana da lua cheia sempre fora um motivo de comemoração, onde podiam se transformar e permanecer em suas formas de lobo por quanto tempo quisessem, mas sempre tinham aqueles que enlouqueciam por um tempo e esqueciam de sua parte humana. Com o tempo retornavam, mas o medo deles naquele momento era se Pérola estava passando por essa experiência, seria bem difícil tentar se aproximar, quanto mais tempo transformada, mais dificuldade.
Darlan sentou em uma das cadeiras da mesa da cozinha, onde Conrado servia a sopa para eles, os outros lobos já haviam se alimentando e estavam se preparando para partir.
— Estou surpreso que tenham te deixado voltar sozinha, nessas condições. — Darlan a encarou.
— Não deixaram. — Respondeu — Leonor me soltou, disse que eu não chegaria nem a metade do caminho.
— Como ela pôde fazer algo assim? — Conrado quest
Olá, meus amores! Primeiramente, agradeço a todos que dedicaram um tempinho para ler "Covil de Lobos". Segundo, caso estejam gostando da história, peço encarecidamente que avaliem e deixem seus comentários, críticas construtivas são muito bem-vindas! Os comentários e avaliações de vocês irão me ajudar muito, ficarei motivada em saber se estão gostando da história da nossa querida Pérola e futuramente posso trazer novas obras semelhantes a essa. Tento dar o meu melhor a cada novo capítulo, quero que se sintam imersos no universo da história e sintam as emoções dos personagens e caso tenham alguma reclamação plausível, não hesitem em me dizer. Att, Ketlin A. Barros
— O que exatamente quer dizer com isso? — Zara questionou. Pérola suspirou se levantando, soltou as peles aos seus pés permanecendo apenas com a camisola. Podia-se perceber alguns poucos músculos nos braços da garota, assim o olhar diferente, não mais inocente e calmo, mas sim forte, decidido e observador. — Não sei bem, mas não sinto medo dos vampiros, por mim poderiam vir aqui agora. — sorriu se virando para a porta. Zara a encarou em silencio. — Pela primeira vez me sinto viva, como se tivesse acordado de um sono profundo, tudo parece mais claro e parte do que aconteceu há duas noites, antes da transformação, eu sabia bem o que estava fazendo, não foi como nas outras vezes que perdi a memória. — olhou para Zara antes de sentar-se de frente a ela — É como se o que faltava na minha vida fosse a transformação, posso não lembrar tudo o que fiz, mas posso dizer que estava parcialmente consciente e não quis ir contra minha raiva. — Essa é uma mudança inesperada! — Sim, quem poderia
Darlan verificou se água ainda estava quente antes de adentrar a banheira. Pérola sentou ao lado dele, apenas observando com o rosto ruborizado, não podia negar que estava com uma enorme vontade de estar ali dentro com ele, mas se limitou apenas a olhar. Como que lendo seus pensamentos, Darlan a puxou, mesmo que ela inda estivesse vestida, e sentou-a sobre seu colo com as penas abertas. O ar lhe faltou naquele momento. — Não se preocupe... — passou as mãos pela cintura dela — Zara me mataria se eu te tocasse agora. — Por causa da tal cerimonia? — Apesar de parecer bobeira, ela está certa, é importante para os lobos, uma forma de demonstrar o nosso amor e o quanto estamos dispostos a fazer tudo um pelo outro. — disse em tom baixo. — Você não tinha mencionado isso antes... — Porque eu sou um cara mal, queria me aproveitar de você. Pérola gargalhou alto. — No dia que você se tornar um “cara mal”, o mundo vai acabar
— Eu sei como se sente, meu amor, mas realmente esse assunto deveria ser falado, com bastante cautela é claro, mas devemos levar tudo em consideração agora. — a abraçou com força — Um passo em falso e seremos extintos de vez, os vampiros não nos deixarão em paz de novo. — Darlan, você já tem alguém em mente, que poderia ser um traidor? — Não tenho e se está se referindo a Leonor eu posso garantir que ela não faria isso. — resmungou. — Como tem tanta certeza? — Eu conheço Leonor tempo suficiente para saber que ela é capaz de atacar algum aliado se estiver muito irritada, mas nunca se juntaria a um vampiro. — respondeu — Depois da morte dos filhos, algo dentro dela quebrou totalmente, se pudesse, torturaria todos os vampiros até se sentir satisfeita. — Mas para você isso não é suspeito? — questionou — Ela pode muito bem ter se tornado alguém que fácil manipulação. — Pérola, acredite em mim, por favor, depois que Zara perdeu totalmente o
Cidade dos Vampiros — Rainha Irina Samhain... — Hades comenta se aproximando — Lamentamos a perda de sua fortaleza. Esse era o braço direito do conselho, aquele que tomava decisões consideradas triviais, caso algo estivesse além dele, apenas então seus chefes seriam reunidos para tomar partido da situação. Irina chegara a cidade há mais de um dia, mas apenas naquele momento conseguira ser recebida, quase anoitecendo, o que a deixou extremamente irritada com toda a situação e pronta para atacar qualquer um sem motivos. — Dispenso suas bajulações. — o cortou sem paciência. — O conselho irá se reunir em breve, estamos aguardando os poucos reis vampiros sobrevivente aparecerem. — a guiou para uma enorme sala onde alguns já esperavam —Parece que o medo foi instaurado entre os nossos, com as notícias da loba vermelha se espalhando. — Imagino que sim... — revirou os olhos. — Muitos nem acreditavam que a lenda fosse ve
Cidade dos Vampiros Na manhã seguinte Irina despertou antes de Hades, a noite fora intensa e cheia de surpresas, mesmo que tenha se arrependido de permitir que ele a tocasse novamente, admitia que tinha gostado, mais do que deveria. Sua pele continha algumas manchas rochas e marcas de mordidas, assim como a pele de Hades, sentia que devia pôr o seu plano em prática agora, fingir que o perdoara para conseguir informações e recursos, uma vez que sua fortaleza fora destruída. Infelizmente não podia negar que ter alguém como o braço direito do conselho ao seu lado era vantajoso, uma ajuda que ela prezaria muito se não se tratasse dele. Levantou da cama cobrindo-se apenas com a camisa de botões que o vampiro usava no dia anterior, olhou-se no espelho observando as mudanças em seu humor que ele sempre provocava. Virou-se ao perceber que Hades se remexia na cama, passando as mãos ao seu redor, procurando-a. Sem sucesso, abriu os olho
Cidade dos Vampiros Irina estava parada de frente aos portões da enorme mansão de Hades, a qual se igulava em tamanho a sua antiga fortaleza, porém, era extremamente elegante, com tons pastéis e um jardim muito bem cuidado apesar da neve constante. Ao seu lado Senka, o lacaio mais fiel de Hades, esperava pacientemente pelas ordens da rainha vampira. Ela permanecia ali há algum tempo, muitas ideias passavam por sua cabeça, mas começou a pensar que se estava na mansão dele, não teria como esconder seus planos, seus lacaios iriam sempre o estar mantendo informado. Deu alguns passos a frente, respirando fundo, o portão se abriu imediatamente, dois enormes vampiros estavam próximos, guardando tudo e garantindo que nada estivesse fora do lugar. A passagem do jardim que levava a porta da frente era inteiramente feita de pedras, seus saltos ecoavam a cada passo dado, o lugar era extremamente silencioso, sem vozes ou barulhos, apenas o vento s
Conrado caminhava com Zara ao seu lado, em forma de loba, a tempestade não havia caído até aquela noite e já que todos pareciam bem o suficiente para partir, deram início a sua caminhada. Pérola ia mais atrás com Darlan em seu encalço, totalmente concentrado ao redor, vigiando cada sombra, escutando cada som minimamente suspeito, estava apreensivo demais com o silencio dos vampiros, mesmo sabendo que sua companheira era capaz de defender-se sozinha, o instinto protetor não o deixava. O vento soprava mais forte aquele momento, era quase meia-noite e ainda estavam na metade do caminho até Aburblupy. — Pode transformar-se, caso queira. — Conrado virou-se para Pérola — Está muito frio e o caminho é longo, eu já estou acostumado. Ela sorriu balançando a cabeça. — Eu prefiro permanecer na forma humana. — Não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que eu viajo com um grupo de lobos. — comentou virando para olhar o caminho.
A noite pareceu extremamente longa para Zara, entre permanecer afagando os cabelos de Pérola e desejar que Conrado voltasse logo com notícias sobre Darlan. Estava apavorada, não sabia ao certo como os lobos e feiticeiros reagiriam ao saber que a Pérola não controlava sua própria transformação, que perdia o controle e poderia facilmente atacar qualquer um sem aviso prévio. Queria muito imaginar que todos compreenderiam, mas a julgar que ninguém acreditava que ela era sua filha no início, não podia esperar muito agora. Suspirou enquanto observava a madeira crepitar no fogo da lareira, seus pensamentos pareciam obscuros demais, Zara não hesitaria em bater de frente com qualquer um que ameaçasse sua filha, mesmo sabendo que Pérola era um perigo para outros e ainda mais para si mesma, ela não se importava, iria proteger sua única filha. Durante a madrugada cochilou algumas vezes, despertando sempre que Pérola se mexia. Quando os primeiros raios de