capítulo 3

         Depois dos pensamentos que tive  a saudade de minha avó me apertou o peito de uma forma dolorosa,a ultima vez que a vi foi depois de seis meses após o acidente com a carruagem a um ano atraz.quando me recuperei das costelas quebradas e de uma perca de memória,foi procura-la em nossa pequena casa e não encontrei,perguntei a algumas pessoas que a conheciam e a noticia que recebi deixou-me em desespero,a noite do acidente ela tinha saido em meio a chuva a minha procura,apos esse dia ficou resfriada e doente,não mas teve forças para se reerguer,e faleceu a cinco meses depois.

            Lágrimas molham meu rosto,as enxugo com as mãos e vou ate meu quartinho no final do corredor reservado aos criados,abro a porta e entro sentando assim em minha pequena cama,o quarto e simples,com paredes nuas,despidas de qualquer decoração com uma pequena e velha cômoda onde guardo os poucos objetos que possuo,nada de valor material mas de inestimável valor sentimental.uma poída e velha colcha de retalhos que pertencia a minha avó,e o vestido de minha mãe que continua lindo e brilhante como se estivesse novo.coloco o vestido em minha frente olhando em um pequeno espelho e vejo que agora ficaria bem em mim,muito melhor do a a um ano atraz quando eu estava muito magra e desidratada,graças a excelente comida de molly recuperei minhas forças.

       — Como gostaria de poder um dia usa-lo!— penso olhando minha imagem refletida no espelho,pele branca,olhos grandes e muito azuis em contraste com os cabelos loiros levemente ondulados.— minha avo sempre dizia que tinha a beleza de minha mae,a mesma estrutura os mesmos olhos azuis e o cabelo loiro guardo o vestido desistindo de imaginar coisas impossíveis,nunca terei a oportunidade de ir a um baile.não indo a um baile não terei a oportunidade de usar o lindo vestido de minha mãe,guardo tudo em seu devido lugar e volto ao meu pequeno mundo de serviços onde roupas sujas,louças e etc...me esperam.

          Vou andando com os braços cheios de roupas que pertencem a Alexandre Griffiths o duque,seu cheiro em suas peças de roupa e divino e não posso evitar que meus pensamentos me levem a uma direção perigosa e impossível.como diz molly,começo a lava-las com todo o cuidado pos são roupas de tecido fino e muito caro,termino de lavar as peças e as estendo ao sol para seca-las.quando termino meus afazeres já e quase noite,aproveito e vou tomar um bom banho para me limpar da sujeira do trabalho do dia,carrego água de fora para dentro de meu quartinho,dou varias voltas indo e vindo,na última volta com o balde cheio eu o vejo na sacada acima,esta deslumbrante como sempre,camisa branca desabotoada ate a metade dos botões de um jeito pecaminoso para meus olhos que não conseguem parar de adimira-lo,seu olhar parece perdido no horizonte,ate uma mulher bem vestida em um vestido verde musgo surge de dentro da casa,vindo por traz ela o abraça aproveitando para enfiar a mão por dentro de sua camisa tocando-o intimamente,meu coração aperta e sei que devo parar de olha-los,mas simplesmente não consigo desviar o olhar.ele sorri para ela beijando-a nos lábios logo em seguida para então leva-la para dentro,ela solta gritinhos animados quando ele sussurra algo em seu ouvido,ela e uma das muitas mulheres que se dizem pertencer a alta sociedade londrina e que visitam frequentemente mansão londrina do duque.

             Meu coração mucha com a cena que se desenrola a minha frente,e retorno com o balde cheio de agua para dentro de meu quarto despejando tudo com forca de mas dentro da banheira,retiro a roupa suja e solto os cabelos que descem em camadas pelas minhas costas,e entro na agua fria que cobre meu corpo nu como um lençol de seda.fico submersa na agua por alguns instantes tentando esquecer o que vi,não posso negar que desejava ardentemente esta no lugar desta mulher que esta com ele neste momento,sentir suas mãos fortes envolverem meu corpo como fez quando cai em seus braços,não sou tão ingênua para não saber o que acontece entre um homem e uma mulher,vi varias vezes como os animais fazem,o que em meu ver parece ser doloroso e nada prazeroso para a fêmea,— Nunca entendi porque as mulheres fazem isso se e tao doloroso!— penso.lavo meus cabelos e meu corpo e saio da agua com a mente trabalhando a mil e uma pequena dorzinha no abdômen que não sei distinguir de onde surgiu.

              Saio de traz de meu velho biombo,e me visto com minha camisola poída e fina devido a velhice,penteia os cabelos e deito sobre a cama desfrutando da sensação de descansar os músculos cansados de um dia inteiro de trabalho,mas o sono tão esperado não vem,me vejo mudando de posição constantemente.— tenho que me esforçar para esquece-lo,não há futuro feliz para nos!—aliás não há futuro algum para nos.ele nem sabe que eu existo,ou se souber me descreverá como uma das muitas pessoas de sua longa lista de criados.pos e o que sou,!alem de ser uma garota que ainda não percebeu que contos de fadas não existem e que nobres não se casam com plebéias, como molly diz.ele com certeza ira se casar com uma linda moça rica de seu  ciclo social que lhe dará lindos filhindos de cabelos negros e brilhantes olhos verdes,além de alimentar falsas esperanças com uma vida feliz ao lado de um duque,estou começando a ficar louca.não consigo parar de pensar durante o dia e a noite já não tenho sono e minha mente vaga novamente na direção errada mesmo que eu nao queira,luto para pensar em outras coisas mas e totalmente impossível.

             Quando consigo pegar no sono,sonho com um lindo baile de máscaras,onde um elegante cavalheiro vestido de preto vem em minha direção e me tira para dançar,ele também usa máscara negra que cobre parte de seu rosto que parece esta sempre nas sombras dificultando assim seu reconhecimento,levanto a cabeça lentamente para olha-lo mas uma vez e levo um susto ao ver olhos verdes como esmeralda que me fitam de volta de uma maneira penetrante,esses olhos....eu poderia reconhece-los em qualquer lugar.

               

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