A viagem de volta começou sob uma escuridão total. Victor dirigia o carro alugado, tenso, os nós dos dedos brancos no volante. Ele era um homem morto andando. Eu estava no banco do
passageiro. No banco de trás, Emily e Amanda.
A Amanda estava muda, paralisada ao lado de Victor. A única coisa que se ouvia era o motor do carro na estrada de terra e o choro baixo, quase inaudível, da Emily.
Grávida. A palavra ficava ecoando na minha cabeça. Não era só a fuga, a humilhação das duas semanas. Eu não podia matar Victor. Meu pai tinha sido claro: precisávamos de organização, de um sucessor. Victor era a única pessoa que entendia a visão além do tiro. Mas agora ele me devia mais do que a própria vida. Ele me devia o meu respeito.
O choro de Emily, um som constante, pequeno, começou a me irritar. Era um lembrete do meu fracasso, do quanto eu estava perdendo o controle da situação. Eu tinha planejado trazer a dívida de volta e resolver tudo na bala. Mas agora, tinha um bebê no meio do caminh