Não dormi nada naquela noite, apenas fiquei encarando o teto. Meu coração tão apertado no peito, apenas pensando nas palavras de Daikan. No seu olhar, tudo estava tão confuso para mim. Vi quando o sol nasceu, e sem demora, tratei de ficar de pé. Tudo o que eu queria fazer, era ir embora daquele lugar o mais rápido possível e nunca mais voltar. A não ser... Voltar para estrangular Mikais. Aparentemente estávamos todos prontos, saímos do quarto e subimos até a última torre. Assim que abrimos a porta, Mikais já estava assentado em sua mesa. Aquele infeliz tinha um sorriso de contentamento em seu rosto, que me deu vontade de quebrar todos os seus dentes. Daikan, entrou em seguida. O encarei, ele ainda estava muito pálido. Mas parecia menos mal do que na noite anterior. - amigos, venham comer. - logo nos aproximamos com certa hesitação, mas eu fiquei de pé. Assim como Daikan, o olhar de Mikais recaiu sobre mim, depois sobre Daikan. - como estão? - ele ergueu uma sobrancelha, meu estôma
Saímos de inturvs, e partimos para longe o mais rápido possível. Infelizmente, não nos deram sequer um veículo. Claro que Mikais não faria isso, aquele macho era desprezível. Seguimos por entre as estradas tortuosas e distantes do mundo lupino. Daikan não havia trocado uma palavra sequer comigo, eu havia tentado começar um assunto. Mas o macho se esquivou todas as vezes. Resolvi que pararia de tentar, não valia a pena. E eu sabia que de certa forma, ele estava bravo comigo. Conforme saímos das fronteiras de inturvs, avistamos um vasto horizonte.- tenho alguns aliados por aqui, cidades e mais cidades. Vamos tentar a sorte. - ele disse certa noite enquanto acampavámos na floresta. Continuamos a seguir, chegamos em algumas cidades. Alguns dos aliados de Daikan nos receberam bem, outros eram resistentes. Alguns mais nos apoiaram em nossa luta, mesmo com poucos machos e fêmeas prontos para lutar ao nosso lado. Mas isso era melhor do que nada. Mas ainda não era o suficiente, precisávamo
O macho voltou conosco até nosso acampamento, ele não parou de falar com Daikan. Conversando e rindo, eu franzi o cenho e me coloquei ao lado de Kyle. - quem é ele? - Devon cardones. - revirei os olhos. - eu sei disso, quero saber... Quem é ele, qual sua importância? - ele e Daikan se conhecem há anos, quase desde a infância. Ele herdou a liderança do pai, e se tornou alfa de woods high. É uma cidade bonita, mas faz muito tempo que não vamos lá. Pelo o que me lembre, é pequena. - assenti, logo chegamos ao acampamento. Daikan sentou com Devon, e após mais um pouco de conversa o macho me encarou e sorriu. - poderia devolver minha espada moça? - sem demora me aproximei e entreguei, ele agradeceu. - não me apresentei, sou... - Devon cardones, sabemos. Mais um sorriso de canto. - e você é? - Mallena garyon, e aquela sua irmã Verônica garyon. Do Kyle você lembra não é? - ele se pôs de pé e apertou a mão de Kyle. - é claro que me lembro, é bom vê-lo. - igualmente. - novamente os
Fiquei parada ao lado de minha irmã, encarando aquela cena tenebrosa. A fêmea grudada no pescoço de Daikan, beijando seus lábios. Senti imensa vontade de ir até lá, mas só quando senti a mão de Verônica me segurando, que eu entendi que estava realmente indo até eles. Parei bruscamente, Devon me fitou. E logo puxou a irmã, que sorriu ao se afastar de Daikan. - olá. - Emilly, olá. - disse meio zonzo, Devon pigarreou e mudou a irmã em nossas direções. - deve se lembrar de Kyle. - claro que sim. - ela lhe estendeu a mão prontamente, em um cumprimento que ele logo retribuiu. - e estas são... Mallena garyon e sua irmã, Verônica garyon. - ela sorriu para mim e logo fez o mesmo gesto novamente, a encarei por alguns instantes. Até que apertei sua mão, ela ergueu uma sobrancelha e se voltou para minha irmã em seguida. - bem, como todos estão cansados vamos levar vocês até seus aposentos. Venham. Devon tomou a frente, novamente a fêmea se grudou com Daikan. Segurando seu braço, eu não sei
𝙳𝚊𝚒𝚔𝚊𝚗* Fui levado até aquele maldito quarto, as paredes eram azuis. A cama, era muito grande. Obviamente era para duas pessoas, fiquei observando aquilo. Eu estava com tanta raiva, que senti que poderia quebrar cada móvel daquele quarto sozinho. Arranquei aquela camiseta, minhas costas, por mais que já estivessem bem melhores, Ainda ardiam as vezes, fui até a sacada. E encarei a bela visão da cidade, mas tudo o que eu queria, era ir até aquela fêmea cabeça dura e trazê-la até meu quarto. Como ela poderia ousar me desafiar daquele jeito na frente de todos? Falar sobre não ter o meu cheiro. Eu deveria ir até ela, agarrar aquela infeliz e... Apertei com força o ferro da sacada. Respirei profundamente, eu não estava pensando direito. Estava tão furioso comigo mesmo desde tudo, tão furioso por ter falado com ela daquele jeito. Por ter me mostrado tão fraco naquela noite em inturvs. Afinal... Eu sequer sabia o que ela estava pensando de mim desde então, mas sabia que não era bom. E
Naquela manhã estranha após o café da manhã, Devon chamou eu e Daikan para uma conversa em sua sala. Estava pronta para o que quer que fosse acontecer. Estávamos esperando do lado de fora do corredor, eu estava de braços cruzados. Vi quando Daikan lançou olhares furtivos para mim, eu não parei de pensar naquela nossa conversa tão estranha. - peço que fique quieta, e deixe apenas que eu fale. - se fosse apenas para você falar, ele não teria me chamado para vir junto. - ele fez isso por educação fêmea. - ótimo, eu vou responder e falar tudo com educação também. - ele se aproximou, mas não olhei para ele. logo a porta foi aberta, e adentramos. O escritório de Devon era encantador, tinha um cheiro de pinheiros. A mesa de centro era bem organizada, e havia uma grade prateleira cheia de livros. O macho estava do outro lado da mesa, ao nos ver ele se pôs de pé. Naquele dia estava usando uma roupa informal, e seus cabelos estavam presos em um coque. - venham, sentem-se. - sem demora nos
𝙺𝚢𝚕𝚎* Estar em Woods high, era tão estranho para mim. O lugar era sempre tão limpo, calmo e aconchegante que eu parecia estar em um eterno sonho. Não gostava daquele lugar, era como se fosse errado eu estar ali. Na verdade, já vinha me sentindo assim há muito tempo. Eu pensei que as coisas que com Verônica estavam melhorando antes, mas depois de todas essas semanas. Eu percebi que não havia saído sequer do lugar, estava tudo igual. Estava dando uma volta pelos corredores, quando senti seu cheiro. Segui em direção um corredor estreito, e logo encontrei um jardim gigantesco, haviam até mesmo pássaros cantando. Segui por entre um caminho de terra que havia ali, e logo a avistei. Estava ao lado de um pequeno lago no meio do jardim. Seus cabelos estavam soltos e ela estava brincando com a água, fiquei parado alguns instantes apenas observando aquela cena. Mas acabei fazendo barulho, e ela me viu. Seu sorriso desapareceu em instantes. Fiquei parado ali por mais algum tempo, até qu
𝚅𝚎𝚛ô𝚗𝚒𝚌𝚊* Meu corpo inteiro estava tremendo, em chamas quando os lábios de Kyle se afastaram dos meus. Olhei rápido para o lado, e ali estava Elaide. Seus olhos fixos nele. O fitei, havia algo tão estranho em sua expressão. Ele tirou as mãos de meu corpo, e se afastou sem aviso. Me senti vazia, confusa. - você... Aqui? - ele questionou ainda meio estranho. - é eu... Eu precisei vir aqui, fui enviada por Evil. - me afastei da árvore, os olhos dela recaíram sobre mim. - eu ia perguntar se estava tudo bem, mas parece que atrapalhei vocês. - havia tanto desdém em seu tom de voz, ergui uma sobrancelha. - você não atrapalhou nada. Me voltei para ele de imediato. - era isso que estávamos fazendo, nada? - Verônica... - engraçado, não foi o que pareceu. - logo resolvi sair de perto dele antes que começassemos uma discussão, passei por ela. Senti uma dor de cabeça intensa, talvez fosse raiva. Mas não me importei, apenas fui embora. ****