Meu corpo estava dolorido, latejante. Como se toda a minha estrutura óssea que havia sido destruída, estivesse voltando para o lugar, mas agora, renovada. Senti cada estalo, cada clique enquanto abria os olhos e voltava a enxergar. Tudo parecia diferente, o mundo agora era outro. Pois eu via como lupina agora. Ouvi ruídos fortes e insistentes de uma aparente discussão ao meu redor. Mas não queria saber daquilo, só queria ficar de pé. E foi lentamente o que eu fui fazendo, me empertiguei e arrastei meu corpo pelo chão. Até que senti... Eu não estava em minha forma humana. deuses... Aquela foi talvez a melhor, pior sensação da minha vida. Tudo estranho, tudo era novo. Eu nem mesmo sabia o que fazer em seguida. Enfim, estava completamente de pé pronta. Meu corpo ainda se acostumando, olhei para frente e ali avistei algo inesperado e assustador. Daikan, e Evil estavam lutando um contra o outro. Se chocando contra as árvores e pedregulhos, em suas formas bestiais. Engoli em seco, ele h
Meu corpo sentiu a força do impacto, assim que cai na água. Ela estava forte, a correnteza carregando tudo que tinha ao seu redor. Eu não via nada a minha frente, a não ser a água forte e a escuridão da noite. Eu precisava de luz, precisava da lua. Implorei em meu coração, meus dentes batendo de frio. Quando então como mágica, ela surgiu em meio ao céu escuro. Iluminando todo aquele rio escuro. Procurei por Daikan, eu não estava vendo nenhum corpo. Será que ele já havia sido carregado e jogado longe? Talvez já até mesmo estivesse morto. Mas não, algo dentro de mim me dizia que se ele estivesse, eu sentiria e saberia. Continuei sendo levada pela água. - DAIKAN! - implorei em minha mente, clamando por ele. deuses... O que eu estava fazendo? Já sem esperanças, eu senti algo. Como um puxão, uma fisgada em minha mente. Olhei ao redor, e mais a frente eu o vi. Já em sua forma humana, preso em um galho de uma árvore. Quase sendo levado, lutei contra a correnteza indo até ele. Me esforçan
Fiquei sentada na sala, encarando Daikan que respirava sem forças. Kyle havia saído tinha um tempo, afirmando que havia ido pegar algo importante. Por algum motivo idiota, eu quis ficar ali olhando para ele. Vendo seu peito subir e descer, ter certeza que ele não estava morto. Pelo menos, não ainda. Verônica entrou na sala, e logo ela se aproximou. Colocando uma manta sobre meus ombros, sorri e a agradeci prontamente. Logo ela sentou-se ao meu lado, e me fitou. - como está se sentindo? - cansada. - não foi sobre isso que perguntei. - a encarei. - então sobre o que é? - você... Está se sentindo mais poderosa? - sorri de leve. - tem algo incrivelmente intenso em estar como eu estou agora, é como se... Eu tivesse nascido de novo. - mas nasceu. - assenti. - Evil voltou para cá? - não, não vimos nenhum sinal dele na casa quando voltamos. Para onde você acha que ele foi? - voltei a encarar Daikan. - eu não faço ideia, mas ele iria me matar. Até que... - parei de falar bruscamente
Eu estava sobre ele, seu corpo tão frio abaixo do meu. Era tão estranho fazer aquilo, eu não tinha experiência nenhuma. Sim, eu sabia como se fazia. Mas... "Encenar" era uma coisa muito diferente. Me inclinei um pouco para frente, e pus as mãos sobre seu peito. Sua respiração estava começando a ficar lenta. - não, você não vai morrer justo agora. - abri um pouco mais sua boca, e lhe dei um pouco mais de vinho. Ele fez um movimento estranho, mas não abriu os olhos. - certo. - voltei a minha posição, aquilo era tão desconfortável. - deuses... Eu... Eu não consigo fazer isso. - pensei em sair de cima dele, mas voltei a olhar seu rosto. Tão pálido, desfalecido. Bufei. - ótimo, se é pra fazer... Vou fazer direito. - peguei um pouco do vinho e tomei eu mesma. Em seguida, arranquei minha blusa fora. Ficando apenas de sutiã, levantei apenas um pouco para que pudesse tirar minha calça. Agora sim, eu estava... "Correta" em cima dele, semi nua. Apertei minhas mãos em seu tronco, e bem dev
𝙺𝚢𝚕𝚎*Assim que saímos do casarão, tratei de levar Verônica para a biblioteca. Para nossa sorte, havia uma pequena lareira no local. Que logo quando chegamos, tratei de jogar algumas toras de madeira. Deixando o lugar o mais aquecido possível. Ela por sua vez, fez um pequeno local para dormir próxima da fogueira. Não havíamos trocado muitas palavras desde nosso momento estranho naquele dia, eu nem mesmo saberia por onde começar. Só sabia que cada vez que olhava para ela, a fêmea desviava o olhar. Ou apenas fingia que estava sozinha no local. Talvez eu tivesse ido longe demais, não... Eu claramente tinha ido longe demais. E eu me sentia horrível por ter querido ir mais longe, tão mais longe. Como eu queria ela, só de estar próximo já era um grande teste de resistência. Eu era insano, e deveria pagar por isso. Movi algumas poltronas da sala, colocando-as juntas de forma que eu pudesse deitar. Aproximei elas para junto da lareira, e também alguns centímetros próximos de Verônica.
Eu sequer havia conseguido pregar os olhos depois de tudo aquilo. Apenas entrei no banheiro, e tomei um banho de talvez, três horas. Quando sai, avistei ele sentado no sofá. Com uma péssima expressão de dor, engoli em seco. E logo tratei de fazer um café, o dia já estava nascendo. Quando enfim acabei, levei para ele uma xícara. Que prontamente ele aceitou. Me recostei contra o balcão da cozinha, e lentamente ele se pôs de pé. Olhei para ele de canto de olho, mas nada disse. Logo ele se aproximou, ficando ao meu lado. - você fugiu, por seis meses. - bem observado. - acha isso engraçado? - enfim olhei para ele. - não Daikan, eu não acho nada disso engraçado! Mas sabe o que também não foi engraçado? Você matando uma pessoa que eu gostava, uma pessoa inocente. - ah vai se f*der - ele tentou passar por mim, mas segurei seu braço. Fazendo-o se voltar para mim. Nos encaramos. - "me f*der" é apenas isso que você tem a falar? - eu não preciso pedir desculpas por nada, p*rra! - apertei
Quando o meio dia chegou, Kyle e Verônica adentraram novamente pela porta da frente. Logo tratei de me aproximar e abraçar minha irmã, ela me fitou. Parecia cansada, seus olhos fundos. - não dormiu bem? - faltou sono. - sério, para você? - ela sorriu. - sim, para mim. - Kyle que estava um pouco mais atrás dela, lentamente se aproximou. Ele também não parecia bem, haviam olheiras em seus olhos. E sua expressão não era nada boa, ele parecia muito preocupado. Verônica olhou para ele de relance, mas o macho desviou o olhar. - vou... Tomar um banho. - ela disse e logo se foi, franzi o cenho. - vocês estão... - ele sobreviveu? - havia tanta apreensão na voz do macho, senti um aperto no coração. Eles eram amigos, e de certa forma Kyle ainda se importava muito com Daikan. - por quê você mesmo não vai lá ver? - sua garganta oscilou, e rapidamente ele passou por mim. Indo em direção a sala, o acompanhei. Daikan estava deitado no sofá, olhando para o teto. Quando Kyle entrou no cômodo,
Subi até o quarto assim que Daikan e Kyle saíram, eu estava temendo dentro de mim pelo o que poderia acontecer com o macho. Mas algo me dizia que Daikan não o mataria. Assim que abri a porta, encontrei Verônica deitada na cama. Olhando para o teto, seu rosto estava sério. Lentamente me aproximei. - quer comer alguma coisa? - não. - mas precisa se alimentar Ve.- eu estou bem. - bufei, e logo sentei na beira da cama. - o que aconteceu Verônica? - nada aconteceu. - p*rra... Não pode facilitar as coisas para mim? - mas ela nada disse, a fitei. - Kyle fez alguma coisa com você? - ele não fez nada, que pergunta. - bom, me desculpe, mas é que você está estranha e... - eu não estou estranha nada cac*te! - se pôs de pé furiosa, continuei seguindo seus passos com os olhos. - ele não vai matar o Kyle Verônica. - eu não me importo se vai ou não. - você sabe que isso é mentira. - ela se voltou para mim, abriu a boca para esbravejar mas nada disse. - eles saíram já tem quase duas hor