Mal tinha dormido na noite que se passou, passei todo o tempo encarando o teto. E em seguida, a foto de meu pai ao lado de Evil. Observei seu rosto, mesmo a qualidade não sendo tão boa. Ele ainda estava ali, nítido. Seus cabelos castanhos, sua pele marrom e seus olhos tão verdes. Senti um aperto no peito, e trouxe a foto para junto de meu coração. - 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑝𝑎𝑖... 𝑆𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑚𝑒 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á, 𝑝𝑒ç𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑑𝑒. 𝑁ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑎. - sussurrei para mim mesma, sentindo a dor de cada palavra. Deixando que as lágrimas rolassem em silêncio, eu não queria acordar Verônica. Lentamente pus os pés para fora da cama, e tratei de sair da casa para poder respirar um pouco de ar fresco. Uma brisa fria bateu em meu rosto, quando senti um cobertor sendo colocado em meus ombros. Quando me virei, Kyle estava atrás de mim. Se aproximando lentamente, o fitei. - é hoje. - sim, é hoje. - engoli em seco, o macho m
Estava escuro, frio e... silencioso. Não havia nada, apenas eu. Nua, em um canto de um lugar estranho, em lugar nenhum. Olhei ao redor, e me pus de pé. - Ve? VERÔNICA? - comecei a correr, procurando algo. Uma saída, mas eu estava sozinha. Eu passei horas correndo, talvez dias... Talvez meses ou anos. Mas corri, sem parar. E até meus pés sangrarem. Cai no chão novamente, me encolhi tentando sentir calor. Mas eu estava sangrando por todo o meu corpo, e só havia frio. - pai... Mãe... Verônica, eu amo vocês. - sussurrei essas palavras por muito tempo, repetindo incontáveis vezes. Quando comecei a ouvir sussussurros distantes, de vozes desconhecidas. - 𝑡ã𝑜 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑎, 𝑒𝑠𝑡á 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑠ó.- 𝑝𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑞𝑢𝑖𝑠 𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑞𝑢𝑖 𝑠𝑒 𝑛𝑒𝑚 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑚 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠. - ℎá ℎá ℎá 𝑐𝑜𝑖𝑡𝑎𝑑𝑖𝑛ℎ𝑎. - 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑙𝑎 é 𝑠ó 𝑢𝑚 𝑠𝑎𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒, 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠. - e continuaram sussurrando mais e mais coisas, usei t
𝑉𝑒𝑟ô𝑛𝑖𝑐𝑎* Estava andando de um lado para o outro na sala, já fazia uma hora. O chão já estava rangendo, enquanto as minhas pisadas ecoavam. Me empertiguei, quando a porta de entrada se abriu. - Malle... - mas era apenas Kyle, trazendo consigo algumas toras de madeira. Que sem demora, ele tratou de levar até a lareira. Passando por mim. Não parei de andar, meu coração acelerado e minhas mãos suando. Eu queria ir até ela, ver como estava indo. - está tentando criar um buraco no chão? - ignorei seu comentário, e continuei. Ouvindo o macho bufando. - ficar andando de lá pra cá não muda em nada a situação da sua irmã, Verônica. - me voltei para ele. - você pode me deixar em paz? Eu... Estou aqui, trancada com você! Sem saber o que está acontecendo com minha irmã. Então sim, eu vou ficar andando de lá pra cá o quanto eu quiser, macho! - ele sorriu de canto, e aquilo me deixou ainda mais furiosa. - qual é a graça? - você e sua irmã são mesmo a cópia uma da outra. - ele se jogo
𝐷𝑎𝑖𝑘𝑎𝑛* Já faziam meses, meses desde a última vez que eu tinha visto ela pela última vez. Meses desde que havia sentido seu cheiro, ouvido sua voz, tocado em sua pele. Na noite em que ela se foi, eu soube que Kyle estava ajudando. Soube naquele exato momento, como uma revelação. Meus lupinos haviam passado semanas procurando, mas apenas quando as semanas se transformaram em meses, foi que eu entendi. Estava na sala do meu escritório, sentado na cadeira. Bebendo uísque. O lugar estava escuro, bagunçado. As criadas haviam ido embora, depois de surtos que eu havia tido e quebrado algumas coisas. Minha casa, minha vida... Nunca havia sido tão bagunçada quanto naqueles meses. Eu havia me tornado um fantasma, um monstro que vivia em sua toca no escuro. Bebi mais um gole, quando ouvi a maçaneta da porta se mexendo. Logo, Elaide adentrou. A fêmea, me procurou em meio a escuridão. E logo me encontrou. - alfa... - saia agora. - eu poderia matá-la se quisesse, e como eu queria matar a
Meu corpo estava dolorido, latejante. Como se toda a minha estrutura óssea que havia sido destruída, estivesse voltando para o lugar, mas agora, renovada. Senti cada estalo, cada clique enquanto abria os olhos e voltava a enxergar. Tudo parecia diferente, o mundo agora era outro. Pois eu via como lupina agora. Ouvi ruídos fortes e insistentes de uma aparente discussão ao meu redor. Mas não queria saber daquilo, só queria ficar de pé. E foi lentamente o que eu fui fazendo, me empertiguei e arrastei meu corpo pelo chão. Até que senti... Eu não estava em minha forma humana. deuses... Aquela foi talvez a melhor, pior sensação da minha vida. Tudo estranho, tudo era novo. Eu nem mesmo sabia o que fazer em seguida. Enfim, estava completamente de pé pronta. Meu corpo ainda se acostumando, olhei para frente e ali avistei algo inesperado e assustador. Daikan, e Evil estavam lutando um contra o outro. Se chocando contra as árvores e pedregulhos, em suas formas bestiais. Engoli em seco, ele h
Meu corpo sentiu a força do impacto, assim que cai na água. Ela estava forte, a correnteza carregando tudo que tinha ao seu redor. Eu não via nada a minha frente, a não ser a água forte e a escuridão da noite. Eu precisava de luz, precisava da lua. Implorei em meu coração, meus dentes batendo de frio. Quando então como mágica, ela surgiu em meio ao céu escuro. Iluminando todo aquele rio escuro. Procurei por Daikan, eu não estava vendo nenhum corpo. Será que ele já havia sido carregado e jogado longe? Talvez já até mesmo estivesse morto. Mas não, algo dentro de mim me dizia que se ele estivesse, eu sentiria e saberia. Continuei sendo levada pela água. - DAIKAN! - implorei em minha mente, clamando por ele. deuses... O que eu estava fazendo? Já sem esperanças, eu senti algo. Como um puxão, uma fisgada em minha mente. Olhei ao redor, e mais a frente eu o vi. Já em sua forma humana, preso em um galho de uma árvore. Quase sendo levado, lutei contra a correnteza indo até ele. Me esforçan
Fiquei sentada na sala, encarando Daikan que respirava sem forças. Kyle havia saído tinha um tempo, afirmando que havia ido pegar algo importante. Por algum motivo idiota, eu quis ficar ali olhando para ele. Vendo seu peito subir e descer, ter certeza que ele não estava morto. Pelo menos, não ainda. Verônica entrou na sala, e logo ela se aproximou. Colocando uma manta sobre meus ombros, sorri e a agradeci prontamente. Logo ela sentou-se ao meu lado, e me fitou. - como está se sentindo? - cansada. - não foi sobre isso que perguntei. - a encarei. - então sobre o que é? - você... Está se sentindo mais poderosa? - sorri de leve. - tem algo incrivelmente intenso em estar como eu estou agora, é como se... Eu tivesse nascido de novo. - mas nasceu. - assenti. - Evil voltou para cá? - não, não vimos nenhum sinal dele na casa quando voltamos. Para onde você acha que ele foi? - voltei a encarar Daikan. - eu não faço ideia, mas ele iria me matar. Até que... - parei de falar bruscamente
Eu estava sobre ele, seu corpo tão frio abaixo do meu. Era tão estranho fazer aquilo, eu não tinha experiência nenhuma. Sim, eu sabia como se fazia. Mas... "Encenar" era uma coisa muito diferente. Me inclinei um pouco para frente, e pus as mãos sobre seu peito. Sua respiração estava começando a ficar lenta. - não, você não vai morrer justo agora. - abri um pouco mais sua boca, e lhe dei um pouco mais de vinho. Ele fez um movimento estranho, mas não abriu os olhos. - certo. - voltei a minha posição, aquilo era tão desconfortável. - deuses... Eu... Eu não consigo fazer isso. - pensei em sair de cima dele, mas voltei a olhar seu rosto. Tão pálido, desfalecido. Bufei. - ótimo, se é pra fazer... Vou fazer direito. - peguei um pouco do vinho e tomei eu mesma. Em seguida, arranquei minha blusa fora. Ficando apenas de sutiã, levantei apenas um pouco para que pudesse tirar minha calça. Agora sim, eu estava... "Correta" em cima dele, semi nua. Apertei minhas mãos em seu tronco, e bem dev