Acordei cedo demais naquela manhã, o sol mal havia nascido. E o frio, estava congelando meus ossos. Olhei ao redor, Verônica ainda estava adormecida ao meu lado na cama. E Kyle, estava no fim do quarto. Deitado na poltrona, roncando. Lentamente, vesti uma roupa quente, e tratei de descer até o andar de baixo. Estava pronta para fazer um café, quando encontrei Evil já servindo as xícaras. Ele me fitou prontamente. - já de pé? - está frio demais para dormir. - e frio demais para ficar acordado. - concordei enquanto me aproximava. - mas de certa forma, já estou acostumada com o frio. - já é? - acha que não? - ele sorriu. - acho que você tem um baita de um passado. - engoli em seco, enquanto pegava a xícara. Ele se recostou ao lado do balcão, tomando sua xícara também. - me responda uma coisa, você... É Mallena de quê? - Mallena garyon. - seus olhos se iluminaram. - filha de Edmund garyon? Ouvir o nome de meu pai saindo da boca daquele estranho, daquela forma. Foi um choque e
- nem pensar Malle. - Verônica exclamou enquanto lhe contava tudo o que eu e Evil, havíamos conversado. - fale baixo. - fui até a porta do quarto, fechando-a em seguida. - Verônica você não entendeu. - sim eu entendi, você vai ter que morrer para poder despertar o poder da liderança. - eu não vou ter que morrer. - então você não escutou o que Evil disse. - cruzei os braços. - eu vou sobreviver, e vou ter o que é meu. - quem garante isso Mallena? É muito perigoso. Não! - Verônica eu já estou decidida. - sentei na cama, ela continuou me encarando de onde estava. Brava, de braços cruzados e rosto sério. - você não pode simplesmente confiar na palavra desse macho. - ele conhecia nosso pai. - ela parou bruscamente, e me fitou. - o que? - tome. - lhe entreguei a foto prontamente, que logo ela segurou com força. Encarando aquele frágil pedaço de papel, seus olhos lacrimejaram. - deuses... - ele pode não ser o mais confiável dos machos, mas ele está disposto a ajudar. E eu... Es
𝚅𝚎𝚛ô𝚗𝚒𝚌𝚊* Quando me pus de pé naquela manhã tão gelada, Mallena já não estava mais no quarto. Olhei ao redor, e no canto avistei Kyle. Ainda deitado no sofá, não sabia ao certo se estava dormindo. E também não queria saber, me pus de pé e logo tratei de descer até a cozinha. Não vi Mallena em lugar algum, nem mesmo Evil. Logo supus, que os dois poderiam estar juntos. Eles estavam fazendo muito isso recentemente, tinha medo do que poderia vir dali. Tomei um café bem quente, e parti até a biblioteca que Evil havia me mostrado. O lugar era muito escuro, frio e empoeirado. Comecei a tossir, assim que pus os pés lá dentro. Deixei a porta aberta para que entrasse vento, e comecei a procurar alguns livros que falavam sobre os lupinos. Sobre alfas, e o poder da liderança. Nas prateleiras mais baixas não encontrei nada de relevante, mas haviam prateleiras mais altas. Logo peguei uma pequena cadeira de procedência duvidosa. - você vai ter que me aguentar. - lentamente pus um pé, e d
Eu sequer havia notado que meses haviam se passado, apenas quando me olhei no espelho do banheiro e vi como meus cabelos estavam longos. Me empertiguei me encarando, fazia tanto tempo que eu não me via assim. Desviei a atenção por um momento, lavando as mãos. - se divertindo fêmea? - senti meu corpo todo arrepiar, quando olhei novamente para meu reflexo no espelho, e ali... Estava Daikan. Atrás de mim, olhando em meus olhos. Seus cabelos cinzentos estavam molhados, e seus olhos âmbar me encarando daquela forma tão intensa. Senti todo o meu corpo estremecer me virando para trás, mas quando o fiz. Ele não estava lá. Quando voltei a me olhar no espelho, não havia nada. Apenas eu, ali sozinha. - eu devo estar ficando maluca. - senti um certo aperto na garganta, e logo tratei de sair dali. Quando sai, Evil já estava me esperando com uma xícara de café. Que sem demora aceitei. O macho estava sendo gentil comigo há muito tempo. - pronta para tentar hoje? - respirei profundamente. - já e
Mal tinha dormido na noite que se passou, passei todo o tempo encarando o teto. E em seguida, a foto de meu pai ao lado de Evil. Observei seu rosto, mesmo a qualidade não sendo tão boa. Ele ainda estava ali, nítido. Seus cabelos castanhos, sua pele marrom e seus olhos tão verdes. Senti um aperto no peito, e trouxe a foto para junto de meu coração. - 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑝𝑎𝑖... 𝑆𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑚𝑒 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á, 𝑝𝑒ç𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑑𝑒. 𝑁ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑎. - sussurrei para mim mesma, sentindo a dor de cada palavra. Deixando que as lágrimas rolassem em silêncio, eu não queria acordar Verônica. Lentamente pus os pés para fora da cama, e tratei de sair da casa para poder respirar um pouco de ar fresco. Uma brisa fria bateu em meu rosto, quando senti um cobertor sendo colocado em meus ombros. Quando me virei, Kyle estava atrás de mim. Se aproximando lentamente, o fitei. - é hoje. - sim, é hoje. - engoli em seco, o macho m
Estava escuro, frio e... silencioso. Não havia nada, apenas eu. Nua, em um canto de um lugar estranho, em lugar nenhum. Olhei ao redor, e me pus de pé. - Ve? VERÔNICA? - comecei a correr, procurando algo. Uma saída, mas eu estava sozinha. Eu passei horas correndo, talvez dias... Talvez meses ou anos. Mas corri, sem parar. E até meus pés sangrarem. Cai no chão novamente, me encolhi tentando sentir calor. Mas eu estava sangrando por todo o meu corpo, e só havia frio. - pai... Mãe... Verônica, eu amo vocês. - sussurrei essas palavras por muito tempo, repetindo incontáveis vezes. Quando comecei a ouvir sussussurros distantes, de vozes desconhecidas. - 𝑡ã𝑜 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑎, 𝑒𝑠𝑡á 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑠ó.- 𝑝𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑞𝑢𝑖𝑠 𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑞𝑢𝑖 𝑠𝑒 𝑛𝑒𝑚 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑚 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠. - ℎá ℎá ℎá 𝑐𝑜𝑖𝑡𝑎𝑑𝑖𝑛ℎ𝑎. - 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑙𝑎 é 𝑠ó 𝑢𝑚 𝑠𝑎𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒, 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠. - e continuaram sussurrando mais e mais coisas, usei t
𝑉𝑒𝑟ô𝑛𝑖𝑐𝑎* Estava andando de um lado para o outro na sala, já fazia uma hora. O chão já estava rangendo, enquanto as minhas pisadas ecoavam. Me empertiguei, quando a porta de entrada se abriu. - Malle... - mas era apenas Kyle, trazendo consigo algumas toras de madeira. Que sem demora, ele tratou de levar até a lareira. Passando por mim. Não parei de andar, meu coração acelerado e minhas mãos suando. Eu queria ir até ela, ver como estava indo. - está tentando criar um buraco no chão? - ignorei seu comentário, e continuei. Ouvindo o macho bufando. - ficar andando de lá pra cá não muda em nada a situação da sua irmã, Verônica. - me voltei para ele. - você pode me deixar em paz? Eu... Estou aqui, trancada com você! Sem saber o que está acontecendo com minha irmã. Então sim, eu vou ficar andando de lá pra cá o quanto eu quiser, macho! - ele sorriu de canto, e aquilo me deixou ainda mais furiosa. - qual é a graça? - você e sua irmã são mesmo a cópia uma da outra. - ele se jogo
𝐷𝑎𝑖𝑘𝑎𝑛* Já faziam meses, meses desde a última vez que eu tinha visto ela pela última vez. Meses desde que havia sentido seu cheiro, ouvido sua voz, tocado em sua pele. Na noite em que ela se foi, eu soube que Kyle estava ajudando. Soube naquele exato momento, como uma revelação. Meus lupinos haviam passado semanas procurando, mas apenas quando as semanas se transformaram em meses, foi que eu entendi. Estava na sala do meu escritório, sentado na cadeira. Bebendo uísque. O lugar estava escuro, bagunçado. As criadas haviam ido embora, depois de surtos que eu havia tido e quebrado algumas coisas. Minha casa, minha vida... Nunca havia sido tão bagunçada quanto naqueles meses. Eu havia me tornado um fantasma, um monstro que vivia em sua toca no escuro. Bebi mais um gole, quando ouvi a maçaneta da porta se mexendo. Logo, Elaide adentrou. A fêmea, me procurou em meio a escuridão. E logo me encontrou. - alfa... - saia agora. - eu poderia matá-la se quisesse, e como eu queria matar a